Um surto de mineração ilegal de ouro no Pará está causando um aumento dramático na poluição da água dos rios e no desmatamento, à medida que os garimpeiros limpam faixas de floresta ao longo das margens para dar lugar aos garimpos. As lavras invadiram a Terra Indígena Kayapó, vasta região que abriga vários povos, entre eles alguns que vivem em isolamento voluntário do mundo exterior.
Qual o impacto socioambiental de 75 projetos de estradas previstos para a Bacia Amazônica nos próximos cinco anos? Pesquisadores analisaram e descobriram que os 12 mil quilômetros de estradas novas ou ampliadas podem causar o desmatamento de 2,4 milhões de hectares de floresta nativa que se estenderão por até 20 anos.
O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP), da Amazon Conservation, documentou mais de 102 km2 de desmatamento ligado à mineração nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami.
Projetos de estradas que se ramificariam a partir da BR-319 abririam a parte norte deste vasto bloco de floresta para a entrada dos desmatadores. Agora, uma nova ameaça avança rapidamente: o projeto de extração de petróleo e gás na região do Solimões, que prevê milhares de poços espalhados pelas porções central e sul dessa área florestal. Embora não façam parte do relatório preliminar de impacto ambiental oficial, futuras estradas ligando as áreas perfuradas à BR-319 provavelmente darão aos desmatadores acesso à toda a área.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, junto com duas subsidiárias brasileiras, tem quase 300 requerimentos de pesquisa registrados na Agência Nacional de Mineração que incidem sobre terras indígenas na Amazônia. Os requerimentos atingem 18 terras indígenas, algumas com a presença de povos isolados.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é o dispositivo narrativo de Sequestrada, primeiro longa-metragem da cineasta e socióloga americana Sabrina McCormick. O filme, que estreou em dezembro em plataformas de streaming, conta a história da jovem indígena Kamudjara em meio às expectativas sobre as profundas mudanças sociais e ambientais resultantes do empreendimento.
Há mais de 50 anos, os Xavante lutam para retomar a soberania da Terra Indígena Marãiwatsédé, em Mato Grosso. O mais recente obstáculo são os planos do governo federal de asfaltar a BR-158, rodovia que atravessa a reserva bem ao meio.
Mega-hidrelétrica na Amazônia foi construída com capacidade para 11.233 MW, mas até agora esteve longe de obter essa meta. Com o desmatamento e a seca causando alterações cada vez mais nítidas na vazão Rio Xingu, é possível que a conta de Belo Monte saia mais cara do que se previa.
Em janeiro, líderes indígenas de 47 povos participaram de um evento histórico em uma aldeia Kayapó de Mato Grosso. O encontro foi convocado pelo cacique Raoni Metuktire para articular uma resposta à retórica incendiária e às ações agressivas do governo Bolsonaro contra a população indígena do país.
Na véspera de Natal, 70 indígenas Munduruku ocuparam o Museu de História Natural de Alta Floresta, em Mato Grosso. O objetivo: resgatar 12 urnas funerárias e outros artefatos removidos de um cemitério sagrado, sem sua permissão, durante o processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica Teles Pires, na divisa de Mato Grosso e Pará.
Enquanto o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho completa um ano neste 25 de janeiro, a mineradora está com obras em curso para retomar a produção em Mariana, onde em 2015 outra de suas barragens resultou em um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil.
Projeto de lei que libera o garimpo em terras indígenas já está pronto para ser enviado ao Congresso. Pode ser o primeiro passo para um plano ainda maior: ressuscitar a velha ideia dos militares de explorar minérios na Renca, área de floresta virgem do tamanho da Suíça no norte da Amazônia.
Desde 2017, o governo de Minas Gerais avaliou a portas fechadas 108 projetos no estado. O objetivo: facilitar o licenciamento ambiental e reduzir a fiscalização. Desses, 25 projetos são da Vale, quase todos classificados como de alto risco – entre eles a mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, cuja barragem se rompeu em 2019, matando 259 pessoas.
Estratégico para o agronegócio brasileiro, o projeto no município de Autazes envolve graves riscos de danos socioambientais e pode estar sobreposto a terras indígenas.
O Brasil começou a década como um exemplo para o mundo, reduzindo de modo inédito o desmatamento na Amazônia. Sob o governo Bolsonaro, caminha para a ruína ecológica.
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