De acordo com especialistas, ultrapassamos o limite de conversão de florestas em terras cultivadas no planeta; isso pode desestabilizar outros sistemas operacionais da Terra, como integridade da biosfera e o uso da água doce.
Cientistas calculam que devemos reter 85% das florestas tropicais e boreais e 50% das florestas temperadas para permanecer dentro dos limites de “operação segura” da Terra, mas o número de árvores em todo o mundo caiu quase 50% desde o início da agricultura.
De 2001 a 2021, uma área florestal com aproximadamente metade do tamanho da China foi perdida ou destruída em todo o planeta; em 2021, as florestas tropicais desapareceram a uma taxa de cerca de dez campos de futebol por minuto.
Apesar dessas perdas, as soluções são muitas: algumas das ações que podem nos trazer de volta ao espaço operacional seguro são garantir os direitos indígenas à terra, reflorestar e restaurar a paisagem, estabelecer novas áreas protegidas, redesenhar os sistemas alimentares e usar o financiamento como ferramenta.
Apenas algumas semanas depois de visitar uma parte da floresta tropical de Bornéu, na Malásia, o fundador da Mongabay, Rhett A. Butler, descobriu que ela havia sido derrubada para extração de lascas de madeira para abastecer uma fábrica de papel. Um adolescente na época, Butler se lembra de ter ficado arrasado.
“Esse lugar de maravilha e beleza foi perdido para sempre”, escreveu ele em uma reportagem em 2018. “O orangotango, os calaus, as borboletas e até as sanguessugas teriam que se virar em seu ambiente drasticamente alterado”.
“Fiquei sem palavras quando tentei explicar minha tristeza aos meus amigos da escola primária”, continuou ele. “Eles perguntaram: por que você se importa com a destruição de uma floresta distante e cheia de mosquitos? Então, comecei a escrever.”
No final das contas, essa escrita se transformou na Mongabay.com, este site que você lê agora e que atrai milhões de visualizações por mês ao contar a história do nosso planeta em rápida transformação. Essa história é, em grande parte, uma mudança no uso da terra: humanos destruindo florestas e outros habitats para substituí-los por pastagens, plantações, minas e estradas.
A mudança no uso da terra é um dos nove limites planetários definidos pela primeira vez por um grupo internacional de cientistas do Centro de Resiliência de Estocolmo (Stockholm Resilience Centre, SRC) em 2009. A estrutura de limites planetários sugere que a Terra tem sistemas operacionais essenciais, cada um precariamente equilibrado, como um veículo descendo por uma estrada numa encosta íngreme. Mas se a humanidade violar um limite planetário, corremos o risco de desestabilizar os sistemas operacionais da Terra e potencialmente cairmos em um penhasco existencial, e a própria humanidade estará gravemente ameaçada.
“Transgredir um limite aumenta o risco de que as atividades humanas possam inadvertidamente levar o Sistema Terrestre a um estado muito menos hospitaleiro, prejudicando os esforços para reduzir a pobreza e levando a uma deterioração do bem-estar humano em muitas partes do mundo, incluindo países ricos”, diz Will Stefan, professor e pesquisador do SRC e da Universidade Nacional Australiana, em Canberra.
Ultrapassando os limites de uso da terra
Quando se trata de conservar terras naturais, os cientistas calculam que devemos reter 85% das florestas tropicais e boreais e 50% das florestas temperadas para permanecer dentro dos limites de “operação segura” da Terra: esses percentuais refletem o quanto de floresta intacta precisa ser mantido, em comparação com a área total de vegetação natural que existiria sem qualquer interferência humana.
Ao cair abaixo dessas porcentagens, a humanidade coloca cada vez mais em risco os serviços ecossistêmicos vitais que as florestas fornecem, como absorver CO2 da atmosfera, gerar chuva, manter a terra no lugar e apoiar a biodiversidade.
Com base nessas porcentagens, provavelmente já ultrapassamos o limite de uso da terra. O número de árvores em todo o mundo caiu quase 50% desde os primórdios da agricultura, cerca de 12 mil anos atrás. Por algumas estimativas, mais de 15 bilhões de árvores são derrubados todos os anos.
O desmatamento está aumentando, com a maioria das perdas florestais ocorrendo apenas nas últimas décadas. De 2001 a 2021, uma área florestal medindo aproximadamente metade do tamanho da China (mais de 437 milhões de hectares) foi perdida ou destruída em todo o planeta, de acordo com novos dados da Universidade de Maryland disponíveis no Global Forest Watch.
Só em 2021, foram destruídos 11,1 milhões de hectares de florestas tropicai, desaparecendo a uma taxa de cerca de dez campos de futebol por minuto. Quase um quarto dessa perda ocorreu em florestas tropicais primárias e antigas, alguns dos maiores refúgios seguros da Terra para a vida vegetal e animal e para o armazenamento de carbono.
Mais de 40% da perda de floresta primária em 2021 ocorreu na Amazônia brasileira, impulsionada em grande parte por incêndios propositais para limpar terras principalmente para pecuária de corte e cultivo de soja.
As florestas boreais – bosques de coníferas do norte do planeta – ocupam o segundo lugar nessas estatísticas sombrias. Essas florestas foram cortadas mais do que nunca em 2021, aumentando 29% em relação a 2020. Esse aumento foi impulsionado por uma temporada de incêndios sem precedentes na Rússia, a pior já registrada, que queimou uma área com aproximadamente o dobro do tamanho da Bélgica. Embora os incêndios ocorram naturalmente em ecossistemas boreais (ao contrário das florestas tropicais), as mudanças climáticas trouxeram condições mais quentes e secas, tornando os incêndios florestais muito mais prováveis.
Toda essa perda de floresta é uma má notícia para o clima da Terra (outro limite planetário que ultrapassamos nas últimas décadas), bem como para a biodiversidade (mais um limite violado). Na verdade, os sistemas operacionais da Terra não operam isoladamente. Ultrapasse e desestabilize um limite, e outros serão desestabilizados, colocando vários sistemas em risco.
“A terra é o que mudamos e isso afeta o sistema climático”, disse Peter Verburg, professor e líder do Grupo de Geografia Ambiental do Instituto de Estudos Ambientais da Vrije Universiteit Amsterdam, na Holanda. “Se cortarmos árvores ou removermos vegetação, removemos o carbono sequestrado naquela vegetação e o colocamos na atmosfera.”
Em reportagem publicada pela Mongabay, Miriam Medel, chefe de relações externas, política e advocacia da Convenção de Combate à Desertificação da ONU reiterou que “a terra é o conector entre biodiversidade e mudanças climáticas, entre humanos e natureza.”
Uma crítica da estrutura de limites planetários
A estrutura de limites planetários, embora forneça um modelo útil para medir a mudança, não é totalmente aceita por todos os cientistas. Alguns observam que, como os nove limites estão tão profundamente interconectados, pode ser um desafio separá-los e avaliar cada um individualmente de maneira significativa. Isso é especialmente verdadeiro para a mudança de uso da terra, que sustenta e influencia quase todos os outros limites.
Outra crítica é que o limite do sistema terrestre se concentra exclusivamente nas florestas, e não em qualquer outro tipo de ecossistema. Zonas úmidas, savanas e turfeiras contêm imensa biodiversidade, fornecem serviços ecossistêmicos vitais e desempenham papéis importantes na mitigação do clima e na manutenção de outros sistemas operacionais do planeta. “O uso da terra é mais do que florestas”, comentou Verburg.
No entanto, muitos especialistas concordam que a estrutura fornece uma ferramenta útil para visualizar e medir nossas transgressões planetárias, e também para estimular ações. Assistir a um centímetro do sistema operacional da Terra ir do amarelo ao vermelho é alarmante e pode levar a um desespero paralisante. Mas essas luzes vermelhas piscantes também podem nos inspirar a encontrar soluções, que agora são abundantes. O que se segue são apenas algumas das ações que podem levar as florestas da zona vermelha de volta para a luz verde.
Solução #1: Garantir os direitos das terras indígenas
Cada vez mais, o mundo está despertando para a importância de garantir os direitos à terra das comunidades indígenas como uma forma equitativa, de baixo custo e altamente eficaz de proteger o meio ambiente. Estima-se que 36% das florestas ecologicamente intactas e 80% da biodiversidade planetária estejam dentro dos territórios dos povos indígenas. Capacite-os e eles poderão guiar a conservação da floresta.
Um estudo de cientistas políticos publicado em 2020 concluiu que os povos indígenas eram os melhores guardiões da Floresta Amazônica, mas apenas quando seus direitos de propriedade eram salvaguardados pela aplicação do governo. Outros constataram que grandes territórios legalmente protegidos são necessários para que os povos indígenas no Brasil mantenham a cultura e a biodiversidade locais.
Na cúpula da COP26 no ano passado na Escócia, governos nacionais e financiadores prometeram US$ 1,7 bilhão para apoiar povos indígenas e comunidades tradicionais locais para proteger as florestas. Permanecem dúvidas, no entanto, se essas promessas serão cumpridas.
“Infelizmente, muitos esforços de restauração [florestal] tratam as comunidades como potenciais beneficiários, não como os verdadeiros artesãos dessa mudança”, comentou à Mongabay Alain Frechette, diretor de análise estratégica e engajamento global do Rights and Resources Institute (RRI), uma ONG que trabalha para incentivar a posse florestal e reformas políticas. Ele enfatizou a importância de projetos liderados e gerenciados por indígenas para que a terra seja efetivamente protegida.
Solução #2: Reflorestar e restaurar a paisagem
As Nações Unidas declararam oficialmente a década de 2020 como a Década da Restauração de Ecossistemas, pedindo a nações de todo o mundo que restaurem 1 bilhão de hectares de terras degradadas, área equivalente à da China. Isso faz sentido ecológico e econômico, dizem os especialistas, já que metade do PIB global depende da natureza e, segundo algumas estimativas, cada dólar gasto em restauração rende US$ 30 em benefícios.
Nas últimas duas décadas, uma área de floresta maior que a da França (58,9 milhões de hectares) foi completamente regenerada, concluiu uma avaliação realizada por três ONGs (BirdLife International, WCS e WWF). As árvores cultivadas nessas terras poderiam sequestrar mais dióxido de carbono do que as emissões anuais de gases de efeito estufa dos Estados Unidos.
O plantio de árvores tornou-se um tema recorrente nos últimos anos, com milhões já replantados e muitos outros milhões prometidos. Mas, embora plantar árvores seja uma coisa boa, garantir que elas cresçam ao máximo e armazenar carbono é outra coisa, e muito mais desafiadora.
Na verdade, árvores plantadas da maneira errada podem causar mais danos do que benefícios, dado que cultivos de árvores geralmente não armazenam carbono por muito tempo. Para avaliar os esforços de reflorestamento, a Mongabay lançou um banco de dados online de projetos de plantio de árvores em 2021, na esperança de aumentar a transparência para potenciais doadores. O Diretório de Reflorestamento da Mongabay classifica informações publicamente disponíveis sobre 350 projetos em 80 países, usando 36 critérios definidos por especialistas.
Especialistas alertam que a regeneração florestal não compensa a perda de florestas naturais, com toda a sua complexidade. Portanto, proteger as florestas existentes continua sendo a prioridade número um.
“Substituir florestas perdidas é praticamente impossível”, diz a ONG Trillion Trees. “Levaria décadas ou mesmo séculos para uma ‘floresta secundária’ regenerada se tornar tão rica em carbono e vida selvagem quanto uma floresta antiga existente, e alguns ecossistemas nunca podem se recuperar do desmatamento.”
Solução #3: Estabelecer novas áreas protegidas
É muito mais difícil e mais caro regenerar uma floresta do que proteger uma existente. Preservar florestas intactas é fundamental para preservar a biodiversidade e manter o carbono no solo, bem como um meio de salvaguardar o limite planetário de água doce.
Designar e fazer cumprir o status de proteção da terra e garantir os direitos e a propriedade dos povos indígenas e comunidades locais são fundamentais para a conservação das florestas. Este ano, foram estabelecidas várias novas áreas protegidas de grande extensão, oferecendo exemplos para o mundo seguir no futuro.
Por exemplo, Mianmar protegeu 156 mil hectares de floresta remota de altitude, lar do macaco-de-nariz-empinado-birmanês (Rhinopithecus strykeri) e do panda-vermelho (Ailurus fulgens), criticamente ameaçados de extinção.
Duas novas áreas protegidas também foram estabelecidas no Himalaia do Nepal, abrangendo uma extensão que, combinada, equivale a dois terços do município de São Paulo. Cobrindo quase 106 mil hectares, as áreas recém-criadas oferecem um trampolim para a criação e conservação de corredores essenciais de vida selvagem que ligam as terras baixas do Nepal às áreas alpinas, onde vivem animais como o pangolim-indiano (Manis crassicaudata), o leopardo-das-neves (Panthera uncia) e o urso-negro-himalaio (Ursus thibetanus laniger).
Solução #4: Redesenhar sistemas alimentares
Sete principais commodities são responsáveis por mais da metade de toda a perda de cobertura florestal associada à agricultura nas últimas duas décadas. De acordo com o World Resources Institute, o gado substituiu mais florestas do que qualquer outra commodity de grande importância (45,1 milhões de hectares, equivalente a metade do território brasileiro), respondendo por 36% de toda a perda de cobertura florestal entre 2001 e 2015. O dendê, ou óleo de palma, vem em seguida (10,5 milhões de hectares), seguido pela soja (8,2 milhões de hectares), depois cacau, borracha, café e fibra de madeira cultivada (incluindo a indústria madeireira, produção de papel higiênico e biomassa florestal queimada para produzir energia).
No entanto, as florestas nativas não precisam ser destruídas, se ao menos a humanidade conseguisse controlar o problema de resíduos: “De todos os alimentos produzidos no mundo a cada ano, aproximadamente um terço em peso e um quarto em calorias são perdidos ou desperdiçados em vários estágios entre a fazenda e o garfo”, de acordo com o relatório do WRI “Criação de um futuro alimentar sustentável”, de 2021.
Esse relatório sugere que a humanidade pode reduzir a demanda em sistemas agrícolas em nível global ao adotar estratégias de redução de perda e desperdício de alimentos, como melhor gerenciamento de estoque e melhores acordos de compra, o que permitiria aos fornecedores de alimentos planejar a distribuição com eficiência e melhorar as instalações de armazenamento de alimentos e métodos de colheita.
Mudanças na maneira como cultivamos, incluindo mais foco em agroecologia, agricultura regenerativa e práticas de proteção dos solos, podem ajudar a aliviar as pressões ambientais da agricultura industrial, protegendo a biodiversidade e a água doce. Há alguma evidência de que a agricultura regenerativa aumenta a saúde do solo, produzindo culturas mais nutritivas.
Solução #5: Seguir o dinheiro
Investimentos e subsídios governamentais muitas vezes alimentam o desmatamento, mas poderiam facilmente apoiar a conservação. Na verdade, a pressão está aumentando hoje para as empresas que produzem e vendem as principais commodities agrícolas para combater o desmatamento em suas operações e cadeias de suprimentos.
Na conferência climática COP26 do ano passado, mais de 30 instituições financeiras que administram mais de US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometeram a trabalhar para eliminar o desmatamento causado por commodities agrícolas em suas carteiras de investimentos e empréstimos até 2025. Além disso, dez empresas com uma receita anual combinada de quase US$ 500 bilhões se comprometeram a deter a perda florestal associada à produção e comércio de commodities agrícolas.
No entanto, essas promessas geralmente tendem a ter pouco acompanhamento. Dados da CDP, organização sem fins lucrativos que defende uma maior divulgação corporativa sobre os impactos ambientais, mostram que poucos compromissos de desmatamento por parte das empresas são apoiados por políticas ou fiscalização. Manter essas empresas e outras instituições de acordo com as respectivas promessas exigiria estruturas de responsabilidade sólidas e juridicamente vinculativas, além de um rastreamento completo da cadeia de suprimentos de produtos, desde a semente até a venda. Ferramentas como Trase agora fornecem mapeamento da cadeia de suprimentos, mas ainda não têm a capacidade de monitorar nas escalas detalhadas necessárias para mudar as indústrias e interromper o desmatamento.
Recuo do abismo
Em última análise, um grande conjunto de soluções simultâneas precisa ser implementado rapidamente se a humanidade quiser manter a perda de florestas sob controle e a Terra dentro de seu “espaço operacional seguro”.
Não fazer isso, e sem rapidez, pode levar à catástrofe, alertam os cientistas do Stockholm Resilience Centre. Mas agir agora pode trazer enormes benefícios sociais, econômicos e ambientais.
É claro que as soluções estão à espera, mas se a humanidade tem ou não vontade política para decretá-las ainda está para ser determinado. Igualmente clara é a resposta convincente que o adolescente Rhett Butler poderia ter oferecido a seus amigos há tantos anos sobre porque as florestas são importantes: é quase certo que precisamos delas mais do que elas precisam de nós.
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Imagem do banner: incêndio em Krasnoyarsk, na Sibéria, apenas uma das regiões onde os incêndios ocorreram em toda a Rússia em 2020. Foto: Greenpeace Internacional/divulgação.
Liz Kimbrough é redatora da equipe da Mongabay. Encontre-a no Twitter: @lizkimbrough