É consenso na ciência que novas doenças costumam surgir nas áreas de contato entre a floresta e frentes de expansão econômica, como o agronegócio e a mineração. A julgar pelas políticas do atual governo, segundo especialistas, o risco de a próxima pandemia ter origem no Brasil é grande. Estudos já detectaram a conexão entre a degradação ambiental e o aumento recente nos casos de malária e febre amarela.
Queda no consumo de açaí e castanha-do-brasil é um indício de que a desaceleração econômica provocada pela pandemia de covid-19 já chegou à floresta. Medo dos especialistas é de que as comunidades extrativistas busquem fontes alternativas de renda na criação de gado e na extração, o que pode favorecer a derrubada de árvores.
Um criador de Tefé, no Amazonas, fez de sua fazenda uma referência para a pecuária na floresta, em uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Um sistema mais produtivo, mais rentável e que dispensa a necessidade de que novas áreas de floresta sejam derrubadas para a abertura de pastos.
Em Santarém, no Pará, cerca de 600 indígenas veem suas lavouras ficarem inférteis à medida que o agronegócio se expande pela região. Com a soja, chegam também a apropriação irregular de terras ancestrais e um atraso ainda maior na demarcação de uma reserva indígena na área.
No ano em que Reserva Extrativista Chico Mendes completa 30 anos, ideal conservacionista do grande líder seringueiro dilui-se enquanto o Acre se defronta com complexas pressões econômicas. Jovens são atraídos a deixar o extrativismo para trabalhar em atividades mais estáveis, como a criação de gado.
Dinheiro do contribuinte está ajudando a alavancar uma das atividades produtivas mais propensas ao desmatamento no Brasil, segundo estudo. Na última década, os governos estaduais e federal abriram mão de R$ 12,3 bilhões por ano para estimular a criação de gado e a indústria de carne no Brasil. Retorno em impostos, porém, foi de R$ 15,1 bilhões por ano.
Em dezembro, a Tesco,a Nutreco e a Grieg Seafood – três empresas ligadas à indústria de pescado – lançaram uma iniciativa pioneira com objetivo de reduzir o desmatamento no Cerrado por meio de pagamentos para produtores para que conservem a vegetação nativa de suas terras.
Aumento nos incêndios, intensificação do desmatamento e agravamento das mudanças climáticas podem transformar a Amazônia em uma fonte de carbono até 2050.
No início de janeiro, atentados a locais sagrados, expulsões e violentos embates contra seguranças armados e oficiais do governo estadual assolaram os Kaiowá de Dourados e Rio Brilhante, municípios próximos à fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é o dispositivo narrativo de Sequestrada, primeiro longa-metragem da cineasta e socióloga americana Sabrina McCormick. O filme, que estreou em dezembro em plataformas de streaming, conta a história da jovem indígena Kamudjara em meio às expectativas sobre as profundas mudanças sociais e ambientais resultantes do empreendimento.
Dados obtidos via Instituto Socioambiental (ISA) e a Agência Nacional de Mineração revelam, pela primeira vez, a extensão dos planos de mineradoras que incidem sobre povos indígenas isolados. Atualmente, 3.773 requerimentos minerários afetam 31 Terras Indígenas e 17 Unidades de Conservação que possuem 71 registros de povos indígenas isolados em seu perímetro. É mais da metade de todos os registros de povos indígenas isolados na Amazônia.
Mega-hidrelétrica na Amazônia foi construída com capacidade para 11.233 MW, mas até agora esteve longe de obter essa meta. Com o desmatamento e a seca causando alterações cada vez mais nítidas na vazão Rio Xingu, é possível que a conta de Belo Monte saia mais cara do que se previa.
Novo estudo publicado na revista PNAS modelou os impactos da produção de soja sobre a conservação de espécies em diversos pontos do Cerrado. Por meio de análises em escala municipal, foi possível rastrear perdas de biodiversidade causadas por comerciantes da China e da União Europeia, que importam a soja brasileira para uso em ração animal.
Fazendeiros e ocupantes irregulares da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, alcançam poder político inédito e pressionam pela redução dos limites da primeira unidade de conservação desse tipo no país, que completa 30 anos em março.
Porque Ituna/Itatá, no Pará, tornou-se a terra indígena mais desmatada do Brasil.
Batizada de Operação Faroeste pela Polícia Federal, investigação mira a grilagem de terras no oeste da Bahia, um das maiores produtoras de soja do Brasil, em um esquema de corrupção para garantir a venda de decisões judiciais que legitimavam terras roubadas na região.
Os mecanismos brasileiros de controle do desmatamento e a legislação ambiental do país — antes considerados sofisticados e bem sucedidos — precisam de uma atualização “urgente”, já que produtores de…
Em 2010, cerca de 400 empresas se reuniram no Fórum de Bens de Consumo (Consumer Goods Forum) e assumiram o compromisso de zerar o desmatamento líquido até 2020 na produção…
Grandes varejistas e fabricantes que compram carne e couro do Brasil podem estar usando matéria-prima ligada ao desmatamento, sugere uma análise de dados comerciais feita pela ONG Global Canopy. A…