Cenário do maior desastre ambiental da história da Amazônia, a comunidade quilombola de Boa Vista ainda não viu os benefícios de ter como vizinha a quarta maior produtora de minério de alumínio no mundo.
O Fundo de Pensões Global do Governo da Noruega, o maior do mundo, pôs as gigantes da mineração e da eletricidade em sua lista de exclusão. O acidente de Brumadinho (MG) e problemas decorrentes da construção da usina de Belo Monte foram catalisadores da decisão.
Lançado um ano após o desastre de Brumadinho, o Global Tailings Portal reúne reúne informações sobre 1.700 barragens que armazenam rejeitos de mineração no mundo inteiro.
Um surto de mineração ilegal de ouro no Pará está causando um aumento dramático na poluição da água dos rios e no desmatamento, à medida que os garimpeiros limpam faixas de floresta ao longo das margens para dar lugar aos garimpos. As lavras invadiram a Terra Indígena Kayapó, vasta região que abriga vários povos, entre eles alguns que vivem em isolamento voluntário do mundo exterior.
O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP), da Amazon Conservation, documentou mais de 102 km2 de desmatamento ligado à mineração nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, junto com duas subsidiárias brasileiras, tem quase 300 requerimentos de pesquisa registrados na Agência Nacional de Mineração que incidem sobre terras indígenas na Amazônia. Os requerimentos atingem 18 terras indígenas, algumas com a presença de povos isolados.
Dados exclusivos mostram que a mineradora tem 11 processos de pesquisa abertos na Agência Nacional de Mineração (ANM) que incidem diretamente sobre as TIs Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá, no Pará. O projeto foi planejado para ser a maior de exploração de ouro a céu aberto da América Latina.
O garimpo ilegal de cassiterita, associado a agropecuária ilegal e à construção de estradas, tem contribuído para o desmatamento de um das áreas de maior biodiversidade na Amazônia.
Um ano depois do rompimento de uma barragem de rejeitos que matou quase 270 pessoas e provocou um tsunami de lama tóxica que destruiu a região de Brumadinho, os indígenas afetados ainda enfrentam dificuldades para ter uma morada distante das águas poluídas do rio Paraopeba.
Enquanto o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho completa um ano neste 25 de janeiro, a mineradora está com obras em curso para retomar a produção em Mariana, onde em 2015 outra de suas barragens resultou em um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil.
Projeto de lei que libera o garimpo em terras indígenas já está pronto para ser enviado ao Congresso. Pode ser o primeiro passo para um plano ainda maior: ressuscitar a velha ideia dos militares de explorar minérios na Renca, área de floresta virgem do tamanho da Suíça no norte da Amazônia.
Desde 2017, o governo de Minas Gerais avaliou a portas fechadas 108 projetos no estado. O objetivo: facilitar o licenciamento ambiental e reduzir a fiscalização. Desses, 25 projetos são da Vale, quase todos classificados como de alto risco – entre eles a mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, cuja barragem se rompeu em 2019, matando 259 pessoas.
Estratégico para o agronegócio brasileiro, o projeto no município de Autazes envolve graves riscos de danos socioambientais e pode estar sobreposto a terras indígenas.
O Brasil começou a década como um exemplo para o mundo, reduzindo de modo inédito o desmatamento na Amazônia. Sob o governo Bolsonaro, caminha para a ruína ecológica.
“Quando conseguimos voltar para as nossas terras, na década de 1980, eram tantos buracos e tanto barro correndo por todos os lados que mais parecia um lamaçal. Quase não existiam…
Milhares de garimpeiros invadiram ilegalmente o Parque Yanomami, um dos maiores territórios indígenas do Brasil, demarcado oficialmente pelo governo brasileiro em 1992, cobrindo 96.650 quilômetros quadrados de floresta tropical nos…
A velocidade com a qual a legislação e as agências ambientais estão sendo desmanteladas ganhou impulso à medida que o presidente Jair Bolsonaro se aproximou de seus primeiros cem dias…
Antes de se tornar chefe de polícia da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA) no estado do Amapá, no norte do Brasil, Leonardo Brito nunca…
Um sínodo especial de três semanas focado na região amazônica, que deve ser realizado no Vaticano, em Roma, Itália, neste outubro tem antagonizado o governo Bolsonaro, que o considera uma…
O governo brasileiro declarou que há 462 Terras Indígenas (Tis) oficialmente ocupadas, mas apenas 8% dessas reservas foram demarcadas, o que as protege legalmente contra grileiros, madeireiros, lavradores, mineiros e…