Levantamento global de 8 mil espécies de anfíbios feito pela IUCN revelou que 40% delas estão com algum risco de extinção: 2.873 espécies no total. Desmatamento e fungos letais já eram apontados como causas do declínio, mas agora biólogos ressaltam o papel da crise climática: altas temperaturas e baixa umidade afetam a respiração dos anfíbios, que é feita em parte pela pele.
Análise do Instituto Escolhas detectou que recuperar 1,02 milhão de hectares de áreas desmatadas com Sistemas Agroflorestais pode produzir 156 milhões de toneladas de alimentos e ainda remover 482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera.
Os três viveiros municipais de São Paulo envasam por ano cerca de 1,5 milhão de mudas nativas para verdejar a cidade. O ajardinamento público colabora com a recarga de aquíferos, combate ilhas de calor, evita enchentes, atrai a fauna, melhora a qualidade do ar e colabora para o bem-estar emocional e físico das pessoas.
Pressionadas por inúmeras ameaças, três Terras Indígenas localizadas em diferentes biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) estão entre as dez iniciativas aprovadas pelo Programa Polinizando a Regeneração.
Pesquisadores implantaram os primeiros dispositivos subcutâneos de monitoramento de frequência cardíaca em lobos-guará brasileiros, os maiores canídeos da América Latina; o intuito é mapear os níveis de estresse causados por uma paisagem dominadoapela ocupação humana.
Estima-se que vivam apenas 250 onças-pintadas e 2.500 onças-pardas em toda a Caatinga, a maior parte na região do Boqueirão da Onça, no norte da Bahia, o maior contínuo preservado de vegetação do semiárido. Nessa mesma região há quatro complexos eólicos em funcionamento, um deles com 500 torres.
Quatro mil alunos plantaram quase 10 mil árvores em escolas públicas de São Paulo até o final de 2022. Em 2023, serão implementadas mais oito miniflorestas. A iniciativa da ONG formigas-de-embaúba tem o potencial de alcançar 650 escolas públicas na cidade, segundo levantamento do MapBiomas.
Com pequenos projetos de produção de mel, castanhas de baru e óleo de babaçu, povos indígenas como Terena, Kayapó e Kuikuro estão contribuindo para a proteção da biodiversidade do Cerrado.
Em dezembro, pesquisadores realizaram uma extensa bateria de exames, coletas e medições nos botos-vermelhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no Amazonas, além de instalar radiotransmissores a fim de identificar áreas preferenciais e prioritárias para a proteção da espécie.
A primeira reintrodução de um macho de onça-pintada na Amazônia deve acontecer em 2024; será mais um numa lista de felinos que têm voltado à natureza graças ao trabalho pioneiro da associação Onçafari. Na Amazônia, porém, os desafios são maiores, como a presença da floresta fechada, que torna mais difícil o monitoramento; a equipe espera fazer da região um laboratório para a reintrodução em biomas ainda mais complicados, como a Mata Atlântica.
Os Guarani da Terra Indígena Jaraguá, na zona noroeste do município de São Paulo, recuperaram nove espécies de abelhas nativas, antes extintas na região; hoje são 300 colmeias. As abelhas nativas são sagradas para os Guarani, que utilizam a cera para espantar maus espíritos e o mel e o própolis para curar diversas doenças.
Duas espécies de tartarugas foram descobertas recentemente no Pará; a última, a perema-do-pará, foi encontrada no sul do estado, uma das regiões mais devastadas da Amazônia. Na Amazônia brasileira há 21 espécies de quelônios e 16 delas são endêmicas, muitas ainda pouco estudadas; conhecer o papel dessas espécies no ecossistema é o caminho para definir estratégias de conservação.
Estudo mostra que, nas regiões degradadas da Amazônia, diminuiu a quantidade de água evaporada e transportada pelos chamados rios voadores, impactando a biodiversidade da Mata Atlântica. Uma das consequências dessas mudanças foi a seca de 2014 na região Sudeste, que coibiu o período reprodutivo das rãs-de-corredeira (Hylodes sazimai), endêmicas de quatro municípios do sul de Minas Gerais e São Paulo, colocando a população em declínio.
Anfíbios tropicais estão vivendo um declínio global, com a doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) exercendo um papel especialmente significativo nas mortes; mais de 500 espécies no mundo já foram dizimadas pela infecção. De acordo com estudo recente, a divisão de habitat - quando diferentes ecossistemas, tais como áreas terrestres e de água doce, se separam - poderia contribuir para tornar os anfíbios mais vulneráveis ao fungo.
Uma confluência de atividades humanas no Brasil e no mundo, incluindo desmatamento e mudanças climáticas, está aquecendo essa paisagem, ameaçando todo o ecossistema com secas, incêndios florestais e perda de habitat. Um plano de hidrovia no Rio Paraguai pode ser uma sentença de morte para a manutenção do equilíbrio do ecossistema pantaneiro.
Em dois assentamentos do Vale do Paraíba, em São Paulo, mulheres estão liderando o processo de integrar a apicultura a técnicas baseadas na agricultura orgânica e regenerativa. Nos últimos cinco anos, as novas apicultoras relatam melhorias na qualidade do solo, redução da erosão e maior diversidade de pássaros e abelhas nativas.
Milhares de anfíbios morrem nas Américas em decorrência de um fungo letal, Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), que causa uma doença chamada quitridiomicose. Algumas das espécies mais afetadas são as do gênero Atelopus, conhecidas como sapos-arlequim; por suas cores vivas, são chamados de “joias da região neotropical”.
O comércio legal e ilegal de animais selvagens continua crescendo em paralelo ao aumento dos investimentos chineses na região amazônica, refletindo uma tendência similar ao tráfico chinês que devastou elefantes, rinocerontes e pangolins na África.
Moisés Oliveira de Carmo relata um dia em 2020, quando viu uma cadeia de chamas se espalhar lateralmente nas bordas de sua fazenda, unindo-se para então criar uma enorme parede…
Conservacionistas dizem que investir no ecoturismo baseado em primatas, usando como referência o modelo já estabelecido de observação de aves e aproveitando a infraestrutura agroindustrial existente, poderia oferecer uma solução de conservação eficaz.