Certamente não os povos da floresta: grileiros, latifundiários e até petrolíferas são os beneficiados pela nova diretriz da Funai, que abre 237 terras indígenas no Brasil à venda, loteamento e especulação.
O quilombo Baião tenta preservar seu modo de vida no coração da nova fronteira do agronegócio. Cercados por uma grande fazenda de soja, seus moradores se veem vítimas de assédio, bloqueio de estradas e envenenamento das lavouras por agrotóxicos.
Pesquisadores cruzaram informações oficiais com imagens de satélite para identificar os 27 mil hectares explorados de maneira ilegal de 2017 a 2018. Altamira, afetada por Belo Monte e a segunda cidade mais violenta do Brasil em 2019, registrou aumento de 845% na extração não autorizada de madeira.
Um surto de mineração ilegal de ouro no Pará está causando um aumento dramático na poluição da água dos rios e no desmatamento, à medida que os garimpeiros limpam faixas de floresta ao longo das margens para dar lugar aos garimpos. As lavras invadiram a Terra Indígena Kayapó, vasta região que abriga vários povos, entre eles alguns que vivem em isolamento voluntário do mundo exterior.
Além de promover um desastre climático global, a conversão da Floresta Amazônica em savana em razão do desmatamento pode devastar a economia brasileira. Tanto o agronegócio quanto a produção de energia hidrelétrica seriam severamente prejudicados com a redução das chuvas.
Lábrea, quarto município mais desmatado do Amazonas em março, combina localização remota, ausência de autoridades e completo caos fundiário. Essa fórmula catalisa a grilagem de terras, o desmatamento, a extração ilegal de madeira. E a morte. Em doses cavalares.
Em entrevista exclusiva à Mongabay, o líder dos Ashaninka relembra os anos de exploração de seu território por parte das madeireiras e comenta o acordo judicial inédito que assegurou indenização e pedido de desculpas.
Acordo judicial inédito assegura reparação ao povo Ashaninka, do Acre, cujas terras foram desmatadas nos anos 1980 para abastecer a indústria moveleira na Europa. Os indígenas só concordaram com negociação porque ela incluiu um pedido de desculpas e reconhecimento de sua “enorme importância como guardiões” da Amazônia.
Facilitando a extração ilegal de madeiras raras e valiosas, como o ipê, cujo metro cúbico pode ser vendido por até U$ 2.500 em terminais brasileiros de exportação, autoridades ambientais reverteram regulamentações que proibiam a venda para o exterior de madeiras suspeitas, tornando legal a maior parte das exportações do tipo.
Qual o impacto socioambiental de 75 projetos de estradas previstos para a Bacia Amazônica nos próximos cinco anos? Pesquisadores analisaram e descobriram que os 12 mil quilômetros de estradas novas ou ampliadas podem causar o desmatamento de 2,4 milhões de hectares de floresta nativa que se estenderão por até 20 anos.
O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP), da Amazon Conservation, documentou mais de 102 km2 de desmatamento ligado à mineração nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami.
Em Santarém, no Pará, cerca de 600 indígenas veem suas lavouras ficarem inférteis à medida que o agronegócio se expande pela região. Com a soja, chegam também a apropriação irregular de terras ancestrais e um atraso ainda maior na demarcação de uma reserva indígena na área.
Reserva valiosa da Mata Atlântica e cenário histórico do descobrimento do Brasil, a terra dos Pataxó sofre com a derrubada ilegal de madeiras nobres, usadas para a produção de artesanato. Entre os envolvidos no crime, há também indígenas.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, junto com duas subsidiárias brasileiras, tem quase 300 requerimentos de pesquisa registrados na Agência Nacional de Mineração que incidem sobre terras indígenas na Amazônia. Os requerimentos atingem 18 terras indígenas, algumas com a presença de povos isolados.
A Ethnos360, organização missionária evangélica, está embarcando em um novo e controverso projeto, à medida que o coronavírus começa a se espalhar amplamente no Brasil. A organização, antes conhecida internacionalmente…
O desmatamento e as mudanças climáticas podem transformar a Floresta Amazônica em savana até 2050. Novas obras de infraestrutura podem acelerar o processo.
O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina publicou uma análise dos dados preliminares do desmatamento na Amazônia ocorrido em 2019. Os números indicam que o desmatamento ao longo do ano diminuiu, ainda que pouco, ou manteve-se estável em quatro dos cinco países incluídos no estudo.
Em um documento de 94 páginas intitulado ‘Querida Amazônia’, o papa Francisco fez um forte apelo aos líderes mundiais, às companhias transnacionais e à população de todo o planeta para aumentarem os esforços de proteção da floresta amazônica e dos povos indígenas que nela vivem.
Aumento nos incêndios, intensificação do desmatamento e agravamento das mudanças climáticas podem transformar a Amazônia em uma fonte de carbono até 2050.
No início de janeiro, atentados a locais sagrados, expulsões e violentos embates contra seguranças armados e oficiais do governo estadual assolaram os Kaiowá de Dourados e Rio Brilhante, municípios próximos à fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.