Certamente não os povos da floresta: grileiros, latifundiários e até petrolíferas são os beneficiados pela nova diretriz da Funai, que abre 237 terras indígenas no Brasil à venda, loteamento e especulação.
Chuvas atrasadas, secas intensas, rios sem água — em diversas partes da Amazônia, comunidades indígenas vêm testemunhando as transformações decorrentes das alterações no clima. O resultado: mais incêndios, menos alimento disponível.
O quilombo Baião tenta preservar seu modo de vida no coração da nova fronteira do agronegócio. Cercados por uma grande fazenda de soja, seus moradores se veem vítimas de assédio, bloqueio de estradas e envenenamento das lavouras por agrotóxicos.
Um surto de mineração ilegal de ouro no Pará está causando um aumento dramático na poluição da água dos rios e no desmatamento, à medida que os garimpeiros limpam faixas de floresta ao longo das margens para dar lugar aos garimpos. As lavras invadiram a Terra Indígena Kayapó, vasta região que abriga vários povos, entre eles alguns que vivem em isolamento voluntário do mundo exterior.
Com 90% de população indígena, São Gabriel da Cachoeira (AM) tenta se proteger da pandemia limitando o acesso ao município e criando redes de monitoramento. Os indígenas estão entre os mais suscetíveis a infecções respiratórias e o Amazonas já é o estado brasileiro com o maior índice de mortalidade decorrente da covid-19.
Em entrevista exclusiva à Mongabay, o líder dos Ashaninka relembra os anos de exploração de seu território por parte das madeireiras e comenta o acordo judicial inédito que assegurou indenização e pedido de desculpas.
Acordo judicial inédito assegura reparação ao povo Ashaninka, do Acre, cujas terras foram desmatadas nos anos 1980 para abastecer a indústria moveleira na Europa. Os indígenas só concordaram com negociação porque ela incluiu um pedido de desculpas e reconhecimento de sua “enorme importância como guardiões” da Amazônia.
O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP), da Amazon Conservation, documentou mais de 102 km2 de desmatamento ligado à mineração nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami.
Em Santarém, no Pará, cerca de 600 indígenas veem suas lavouras ficarem inférteis à medida que o agronegócio se expande pela região. Com a soja, chegam também a apropriação irregular de terras ancestrais e um atraso ainda maior na demarcação de uma reserva indígena na área.
No ano em que Reserva Extrativista Chico Mendes completa 30 anos, ideal conservacionista do grande líder seringueiro dilui-se enquanto o Acre se defronta com complexas pressões econômicas. Jovens são atraídos a deixar o extrativismo para trabalhar em atividades mais estáveis, como a criação de gado.
Dinheiro do contribuinte está ajudando a alavancar uma das atividades produtivas mais propensas ao desmatamento no Brasil, segundo estudo. Na última década, os governos estaduais e federal abriram mão de R$ 12,3 bilhões por ano para estimular a criação de gado e a indústria de carne no Brasil. Retorno em impostos, porém, foi de R$ 15,1 bilhões por ano.
Reserva valiosa da Mata Atlântica e cenário histórico do descobrimento do Brasil, a terra dos Pataxó sofre com a derrubada ilegal de madeiras nobres, usadas para a produção de artesanato. Entre os envolvidos no crime, há também indígenas.
André Fernando, conhecido como André Baniwa, é uma das mais antigas lideranças indígenas atuando no Alto Rio Negro, no Amazonas, e fala com exclusividade à Mongabay sobre educação escolar, geração de renda, participação dos indígenas na vida pública e o conceito de “bem viver” de seu povo.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, junto com duas subsidiárias brasileiras, tem quase 300 requerimentos de pesquisa registrados na Agência Nacional de Mineração que incidem sobre terras indígenas na Amazônia. Os requerimentos atingem 18 terras indígenas, algumas com a presença de povos isolados.
A Ethnos360, organização missionária evangélica, está embarcando em um novo e controverso projeto, à medida que o coronavírus começa a se espalhar amplamente no Brasil. A organização, antes conhecida internacionalmente…
Idealizado por um antropólogo indígena, o Centro de Medicina Indígena Bahserikowi oferece aos moradores de Manaus tratamentos tradicionais de cura e proteção aplicados por pajés das etnias Dessana, Tuyuka e Tukano.
Em um documento de 94 páginas intitulado ‘Querida Amazônia’, o papa Francisco fez um forte apelo aos líderes mundiais, às companhias transnacionais e à população de todo o planeta para aumentarem os esforços de proteção da floresta amazônica e dos povos indígenas que nela vivem.
No início de janeiro, atentados a locais sagrados, expulsões e violentos embates contra seguranças armados e oficiais do governo estadual assolaram os Kaiowá de Dourados e Rio Brilhante, municípios próximos à fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é o dispositivo narrativo de Sequestrada, primeiro longa-metragem da cineasta e socióloga americana Sabrina McCormick. O filme, que estreou em dezembro em plataformas de streaming, conta a história da jovem indígena Kamudjara em meio às expectativas sobre as profundas mudanças sociais e ambientais resultantes do empreendimento.
Dados obtidos via Instituto Socioambiental (ISA) e a Agência Nacional de Mineração revelam, pela primeira vez, a extensão dos planos de mineradoras que incidem sobre povos indígenas isolados. Atualmente, 3.773 requerimentos minerários afetam 31 Terras Indígenas e 17 Unidades de Conservação que possuem 71 registros de povos indígenas isolados em seu perímetro. É mais da metade de todos os registros de povos indígenas isolados na Amazônia.