Cerimônia fúnebre do Quarup, realizada para os mortos ilustres no Território Indígena do Xingu, teve que ser adaptada para evitar queimadas e garantir alimentos para todos os visitantes. Devido à crise climática, as florestas estão mais secas e mais inflamáveis: nos últimos 20 anos, 189 mil hectares de floresta preservada no Xingu foram perdidos para o fogo.
O desmatamento das florestas tropicais é um custo que nosso planeta paga todos os dias pelos alimentos que comemos. Do óleo de palma em nosso sorvete, passando pelo bife em…
Mulher, preta e amazônida, a ex-ministra do Meio Ambiente e recém-eleita deputada federal Marina Silva é hoje uma das mais complexas e fascinantes figuras da política brasileira. Filha de seringueiros…
O declínio das matas de araucária na região Sul traz consequências graves para a cultura Kaingáng, que faz do pinheiro importante fonte alimentar, cultural e de resistência. Ecossistema é um dos mais devastados do Brasil: restam apenas 3% de sua extensão original.
Nas eleições de 2018, 422 candidatos em todas as Unidades da Federação receberam doações de pessoas e sócios de empresas ligadas a crimes ambientais na Amazônia; 156 deles foram eleitos. Mato Grosso foi o líder em doações: 62 candidatos receberam R$ 6 milhões de infratores multados pelo Ibama. Total das multas por crimes ambientais desses financiadores supera R$ 260 milhões.
Dos 27 estados brasileiros, 24 estão conectados à Amazônia pelos crimes ambientais. Essas ramificações, identificadas a partir de dados de mais de 300 operações da Polícia Federal entre 2016 e 2021, envolvem 254 municípios.
Para conquistar o mercado mundial, os três grandes frigoríficos brasileiros – JBS, Marfrig e Minerva – foram atrás de capital estrangeiro. Hoje são todos transnacionais, com os fundadores originais possuindo apenas ações minoritárias. Investidores estrangeiros, incluindo empresas de gestão de ativos e fundos de pensão, agora possuem grandes participações, o que significa que cidadãos comuns nos EUA e na Europa estão ajudando a financiar o desmatamento da Amazônia por meio de seus investimentos.
Autoridades brasileiras confirmaram que os corpos encontrados na região do Vale do Javari, na Amazônia, são do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, que haviam desaparecido em…
Pesquisadores identificaram que, dos cerca de 4,5 milhões de hectares de floresta nativa restaurados na Mata Atlântica entre 1985 e 2019, 1,5 milhão de hectares voltou a ser cortado depois de quatro a oito anos.
Alvos da agropecuária e da urbanização, as últimas paisagens de butiás resistem em municípios do Rio Grande do Sul. Projeto experimental propõe o manejo do gado em áreas de butiazais como forma de impedir que os brotos sejam comidos pelo rebanho.
Brechas em normativas e de fiscalização aumentam as chances de que a espécie desapareça das paisagens nacionais nas próximas cinco décadas. Governos do Paraná e de Santa Catarina permitem o corte de pinheiros para abrir caminho a obras como estradas e linhas de transmissão; a derrubada de árvores nativas está proibida no Brasil desde 2001.
No extremo sul do estado do Amazonas, a 700 quilômetros de Manaus, pastagens começam a se multiplicar rapidamente em uma área antes ocupada pela floresta virgem. “Os municípios na fronteira…
A JBS, maior produtora de proteína animal do planeta, assumiu recentemente o compromisso de atingir desmatamento zero em sua cadeia de global de fornecimento até 2035. Ambientalistas argumentam que essa promessa é insuficiente.
Pesquisa revela disparidades entre frigoríficos, produtores e fiscalização que dificultam cumprimento dos acordos e permitem persistência de ilegalidades.
O aumento do ritmo da destruição da maior floresta tropical do mundo nos últimos dois anos é fato. Desde 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil, houve um…
Em 30 de abril, o governo federal encerra oficialmente a operação Verde Brasil, ação militar de fiscalização iniciada em agosto de 2019 para combater o pico de queimadas ilegais na Amazônia.
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Desde o início da gestão Bolsonaro, foram assinados 57 atos legislativos que enfraqueceram as regulamentações ambientais — metade durante os sete primeiros meses da pandemia de covid-19. Houve também queda de 70% na aplicação de multas ambientais.
Pela primeira vez, Ibama e ICMBio têm o Estado como adversário. Censura, perseguição e exonerações são a nova rotina desde a posse de Jair Bolsonaro. “O Salles veio para destruir por dentro a área ambiental”, diz uma servidora, referindo-se ao ministro do Meio Ambiente.
Por semanas, primatologistas seguiram um grupo de gorilas de Grauer sob terreno rugoso — atravessando a densa floresta tropical; ravinas afiadas; e uma paisagem montanhosa quase impenetrável na parte oriental…