Commodities agrícolas foram as grandes responsáveis por incêndios na Amazônia, segundo estudo que cruza dados da Nasa com cadeias de suprimentos das empresas.
Novo parecer técnico mostra que o projeto da mineradora Belo Sun na Volta Grande do Xingu tem falhas estruturais gravíssimas. Estudos sísmicos inexistentes, impactos ignorados, dezenas de perguntas sem resposta e o trauma gerado pela usina vizinha de Belo Monte nas comunidades locais tornam o cenário ainda mais complexo.
Pela primeira vez, Ibama e ICMBio têm o Estado como adversário. Censura, perseguição e exonerações são a nova rotina desde a posse de Jair Bolsonaro. “O Salles veio para destruir por dentro a área ambiental”, diz uma servidora, referindo-se ao ministro do Meio Ambiente.
Até 2050, a soja deve ocupar 12 milhões de hectares a mais no Brasil. Estudos científicos, porém, apontam que nesse mesmo espaço de tempo as mudanças climáticas devem causar secas cada vez severas no Cerrado, pondo em risco o cultivo da leguminosa. Resta saber se, até lá, ela não terá levado a vegetação nativa junto.
Nesta reportagem fotográfica, acompanhamos de perto a retirada ilegal de madeira no estado de Rondônia — um dos pilares que sustentam a atividade econômica na Amazônia brasileira, sem sinal de redução durante a pandemia de coronavírus.
Neste artigo, especialistas defendem um modelo de ações integradas e intensivas para combater o desmatamento na Amazônia.
Carne servida a militares do Reino Unido no Oriente Médio veio de uma empresa brasileira cujos fornecedores desmataram ilegalmente mais de 8 mil hectares de terra, aponta uma investigação das ONGs Earthsight e Repórter Brasil.
Nos últimos anos, cinco dos mais poderosos bancos e fundos de investimento internacionais financiaram projetos petrolíferos na região onde nasce o Rio Amazonas. São negócios que afetam comunidades indígenas e incontáveis espécies da fauna e flora.
No Dia Internacional da Biodiversidade, o líder do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos chama a atenção para a importância ambiental da savana tropical mais biodiversa do planeta.
Certamente não os povos da floresta: grileiros, latifundiários e até petrolíferas são os beneficiados pela nova diretriz da Funai, que abre 237 terras indígenas no Brasil à venda, loteamento e especulação.
O quilombo Baião tenta preservar seu modo de vida no coração da nova fronteira do agronegócio. Cercados por uma grande fazenda de soja, seus moradores se veem vítimas de assédio, bloqueio de estradas e envenenamento das lavouras por agrotóxicos.
O Brasil enfrenta uma decisão crítica sobre o licenciamento da rodovia BR-319, nas bacias dos rios Purus e Madeira no Amazonas. A rodovia levaria desmatadores a grandes áreas intactas da Floresta Amazônica. Áreas protegidas ao longo da rota foram criadas para impedir o avanço do desmatamento.
Enquanto o vírus se espalha e produz cenas dramáticas na região amazônica, grileiros avançam, a seca se aproxima e os índices de desmatamento já são os piores da década. Tudo isso em meio a uma crise política cujo maior efeito é a perda de fiscais em campo.
É consenso na ciência que novas doenças costumam surgir nas áreas de contato entre a floresta e frentes de expansão econômica, como o agronegócio e a mineração. A julgar pelas políticas do atual governo, segundo especialistas, o risco de a próxima pandemia ter origem no Brasil é grande. Estudos já detectaram a conexão entre a degradação ambiental e o aumento recente nos casos de malária e febre amarela.
Queda no consumo de açaí e castanha-do-brasil é um indício de que a desaceleração econômica provocada pela pandemia de covid-19 já chegou à floresta. Medo dos especialistas é de que as comunidades extrativistas busquem fontes alternativas de renda na criação de gado e na extração, o que pode favorecer a derrubada de árvores.
Um criador de Tefé, no Amazonas, fez de sua fazenda uma referência para a pecuária na floresta, em uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Um sistema mais produtivo, mais rentável e que dispensa a necessidade de que novas áreas de floresta sejam derrubadas para a abertura de pastos.
Em Santarém, no Pará, cerca de 600 indígenas veem suas lavouras ficarem inférteis à medida que o agronegócio se expande pela região. Com a soja, chegam também a apropriação irregular de terras ancestrais e um atraso ainda maior na demarcação de uma reserva indígena na área.
No ano em que Reserva Extrativista Chico Mendes completa 30 anos, ideal conservacionista do grande líder seringueiro dilui-se enquanto o Acre se defronta com complexas pressões econômicas. Jovens são atraídos a deixar o extrativismo para trabalhar em atividades mais estáveis, como a criação de gado.
Dinheiro do contribuinte está ajudando a alavancar uma das atividades produtivas mais propensas ao desmatamento no Brasil, segundo estudo. Na última década, os governos estaduais e federal abriram mão de R$ 12,3 bilhões por ano para estimular a criação de gado e a indústria de carne no Brasil. Retorno em impostos, porém, foi de R$ 15,1 bilhões por ano.
Relatório de ONGs constata que o Brasil é o maior comprador anual de pesticidas altamente perigosos (HHPs), designação técnica da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Os HHPs contêm ingredientes ativos com toxicidade extremamente aguda e causam impactos negativos crônicos na saúde humana e no meio ambiente.