Protesto contra a Belo Monte. Crédito da foto: Mitchell Anderson.
Líderes indígenas de seis tribos da Amazônia pediram ao governo brasileiro a imediata suspensão da licença de instalação da controversa barragem de Belo Monte, relata o Amazon Watch, um grupo ativista que faz campanha contra o projeto.
Em uma carta dirigida à presidente Dilma Rousseff e outras autoridades governamentais, sessenta líderes das tribos Xikrin, Juruna, Arara, Parakanã, Kuruaya e Kayapó exigiram a suspensão dos trabalhos da barragem até que o governo coloque em prática “programas e medidas eficazes para resolver os impactos da barragem sobre a população local.”
A carta diz que há fortes razões para o cancelamento da licença de instalação da Belo Monte, incluindo falhas na completa avaliação dos impactos sociais e ambientais da barragem.
A carta afirma que o trabalho preliminar da barragem já prejudicou a qualidade da água a jusante, afetando comunidades que dependem do Xingu como fonte de água e meios de subsistência.
A barragem de Belo Monte está entre as mais controversas de dúzias de barragens planejadas na região amazônica. Belo Monte vai desviar o fluxo do rio Xingu, um dos mais poderosos afluentes do Amazonas, deslocando cerca de 20.000 pessoas, e provocará inundações de até 40.000 hectares de terra. Os cientistas alertam que o projeto poderia perturbar as rotas migratórias de peixes importantes e provocar substanciais emissões de metano, um gás de efeito estufa com mais de 20 vezes o potencial de aquecimento global do dióxido de carbono. Belo Monte está programada para ser a primeira de pelo menos três grandes barragens planejadas para a bacia do Xingu.
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