Acidificação do oceano pode afetar a reprodução da vida marinha
Acidificação do oceano pode afetar a reprodução da vida marinha
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Traduzido por Luis Carlos Oña Magalhães
22 de agosto de 2008
A acidificação do oceano devido ao aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera pode estar trazendo risco à capacidade reprodutiva de algumas espécies marinhas, reporta um novo estudo publicado na “Current Biology” por cientistas Suecos e Australianos.
O estudo observou o impacto de níveis mais baixos de pH sobre o ouriço-do-mar (Heliocidaris erythrogramma). Os pesquisadores reduziram o pH de 8.1, que é o valor atual da água do mar, para 7.7, que seria o valor previsto para a água do mar em 2100 considerando que a emissão de CO2 se mantenha em sua taxa atual. Foi notada uma queda de 25% no sucesso de fertilização da espécie devido a um declínio na motilidade de seus espermatozóides.
“Uma queda de 25% na fertilidade equivale a uma queda de 25% na população reprodutiva. Ainda não se sabe se outras espécies apresentam o mesmo efeito, mas transferindo para espécies de importância comercial e ecológica como lagostas, caranguejos, mexilhões e peixes, a acidificação pode ter conseqüências ainda mais drásticas,” disse Jon Havenhand, um pesquisador do Departamento de Ecologia Marinha trabalhando no Sven Loven Centre para Ciências Marinhas em Tjarno.
Cientistas do mar alertaram que a acidificação oceânica apresenta outras ameaças à vida marinha incluindo a redução da capacidade que muitos organismos têm de formar conchas de carbonato de cálcio. Plâncton, pterópodes, moluscos, e corais estão particularmente em risco.
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