Produtores de carne deveriam substituir o gado com insetos, dizem cientistas
Morgan Erickson-Davis, mongabay.com
10 de Janeiro de 2011
Cientistas da Holanda descobriram que insetos produzem significantemente menos gases de efeito estufa por kilograma de carne do que gado e porcos. O estudo, publicado no periódico online PLoS One, sugere que um movimento em direção à uma criação de insetos poderia resultar em uma produção de carne mais sustentável e acessível financeiramente.
GA_googleFillSlot(“news_300x250_atf_premium”); |
A criação de bovinos e suínos para produção de carne resulta num estimado de 18 por cento de emissões de gases de efeito estufa. Com o consumo de carne vermelha e de porco ao redor do mundo com expectativa de dobrar até 2020, as alternativas estão sendo investigadas. Destas, talvez a mais notável tenha sido o desenvolvimento da “carne in-vitro” cujo tecido é cultivado em laboratório não requerendo a produção de um organismo inteiro. Iniciado pela NASA como uma forma de comida para astronautas, a produção de carne in-vitro teve seus primeiros passos em 2000 quando cientistas usaram células de peixe para fazer crescer proteína comestível que lembrasse filés de peixe. Desde então, células de peru e porcos tem sido usadas para criar substancias assim, e a Time Magazine incluiu a carne in-vitro na sua lista das 50 melhores idéias revolucionarias de 2009.
Além do impacto ambiental das técnicas atuais de produção de carne, os cientistas acreditam que o aumento inevitável no preço conforme a demanda conduzida pela população aumenta, irá resultar nos produtos tradicionais da carne se tornando indisponíveis para muitas pessoas ao redor do mundo.
![]() Esta barata tem uma alta eficiência de conversão alimentar, mas não é recomendada como fonte de alimento pelos pesquisadores. Foto tirada em Sabah, Malásia por Jeremy Hance. |
No entanto, se a idéia de comer carne elaborada em laboratório não parece boa para você, há outra opção.
Pesquisadores da Universidade de Wageningen na Holanda analisaram vermes, grilos domésticos, gafanhotos migratórios, besouros, e baratas Dubia, e pela primeira vez quantificaram o metano (CH4) e óxido de nitrogênio (N2O) liberado por kilograma de carne de inseto. Eles descobriram que a quantidade de gases liberada pelos insetos era muito menor do que a liberada por porcos e gados. Por exemplo, vermes produzem entre dez e cem vezes menos gases de efeito estufa por kilograma do que porcos. O nível de amônia também declinou significantemente.
Os cientistas atribuíram o decréscimo nas emissões ao uso mais eficiente de comida dos insetos. Porque eles não têm sangue quente, o que eles comem é voltado diretamente para o crescimento do corpo do que para manter a temperatura do corpo estável.
Enquanto os resultados são promissores, os pesquisadores dizem para ter cautela pois mais estudos ainda precisam ser feitos para determinar o impacto de criar insetos em toda cadeia de produção.
CITAÇÃO: Oonincx DGAB, van Itterbeeck J, Heetkamp MJW, van den Brand H, van Loon JJA, et al. (2010) Uma Exploração sobre os Gases de Efeito Estufa e Produção de Amônia pelas Espécies de Insetos Apropriadas para Consumo Animal ou Humano. PLoS ONE 5(12): e14445. doi:10.1371/journal.pone.0014445