A Greenpeace classificou recentemente a industria conserveira de atum ‘Princes’ como a marca de produtos de atum que mais danos causa ao ambiente, referindo-se aos métodos destrutivos utilizados na actividade pesqueira e seus declarações inverdadeiros da sustentabilidade dos seus produtos.
Outras razões apontadas para a referida baixa classificação incluem a incapacidade a indicar a espécie e origem nos rótulos das latas, a inclusão de espécies sobrecapturadas tais como o atum patudo e o atum de barbatana amarela, e ainda, a ausência de números fidedignos que justificam as afirmação de que 25% dos seus produtos são capturados com recurso a métodos sustentáveis.
Os stocks de atum a nível mundial começam a esgotar-se a um ritmo alarmante devido, sobretudo, ao apetite insaciável do Japão pelo sashimi. Contrariamente ao sashimi, As industrias conserveiras de atum beneficiam normalmente de alguma tolerância das organizações de conservação por incidir sobre espécies relativamente abundantes, como o atum gaiado e a albacora. Contudo, mesmo essa tolerância depende do uso de métodos de captura que atenuam os efeitos da pesca secundária ou acidental de espécies protegidas e juvenis.
Apesar das técnicas selectivas como pesca à linha e à vara serem consideradas as mais sustentáveis, muitas industrias conserveiras de atum continuam a utilizar as técnicas com muitas capturas acessórias, como a do cerco que é ajudado por DCP. DCP (os dispositivos de concentração na captura de peixe) consistem em estruturas flutuantes com técnicas de arrasto colocadas no oceano para atrair cardumes de atuns. Infelizmente, também atraem tubarões, mamíferos marinhos e outras espécies marinhas que são alvo de captura indiscriminada e mortos quando o cerco retorna.
O atum gaiado é uma espécie freqüentemente utilizada para as conservas de atum. O gaiado aqui foi capturado por um palangreiro que utiliza uma técnica da pesca é mais benéfica para o ambiente do cerco. Foto por mongabay.com |
Algumas industrias conserveiras de atum empregam métodos de pesca à linha e à vara, enquanto outras continuam a pescar usando meios destrutivos. Os consumidores freqüentemente confiam na informação contida na rotulagem quanto a saberem qual o método de captura que foi utilizado, mas em muitos casos esta informação é incorrecta.
A Princes é uma das marcas mais populares no Reino Unido, o segundo maior país a seguir aos EUA no consumo de latas de atum. A informação contida nos rótulos das latas da Princes no Reino Unido referem que “a Princes tem um compromisso de utilização de métodos de captura que protegem o ambiente marinho e as suas espécies”.
A Greenpeace contudo, revelou a inverdade desta declaração.
“Espécies ameaçadas como a do tubarão são mortas cada ano ao ser capturadas na actividade pesqueira para o atunes que serem enlatadas em conservas. E apesar de fazer declarações tão enganosas sobre os rótulos, a Princes supera todas as outras” afirma David Ritter, Gestor da campanha pelos oceanos da Greenpeace UK. “Está na altura de a Princes seguir o exemplo de outras industrias líderes no mercado e deixar de vender atum capturado com recurso à utilização de métodos que causam a morte a tubarões e outras espécies de mamíferos marinhos,”
Em Novembro a Greenpeace publicou um manifesto anunciando que a análise genética a conservas de atum efectuada em doze países permitia concluir pela existência de “numerosas inconsistências”, incluindo misturas de espécies contidas nas latas. Estas inconsistências são resultado de efeitos colaterais resultantes da utilização de DCP.
“As industrias conserveiras de atum capturam indiscriminadamente múltiplas espécies de atum, incluindo espécies juvenis em declínio em latas relativamente às quais os consumidores têm legítimas expectativas quanto à sustentabilidade do produto” disse Nina Thuellen, em campanha nos oceanos pela Greenpeace. “As retalhistas tem agir agorra e mudar imediatamente longe do atum barato que é capturado por DCPs e utilizando redes de cerco com retenida. Em vez disso, dever-se-ia obter à linha e à vara; livre de DCP e livre dos redes de cerco com retenida.”
No total, a Greepeace analisou as oito maiores marcas de atum em conserva do Reino Unido e graduou-as de acordo com o critério da sustentabilidade. No topo desta lista, continua a Sainsbury’s, a qual este ano tem este ano acordo com a cadeia Marks & Spencer.
Este o sumário da Tabela da Industria Conserveira do Atum no Reino Unido da Greenpeace em 2011:
1º – Sainsbury’s, Marks and Spencer
2º – Waitrose
3º – Cooperative
4º – Tesco
5º – ASDA
6º – Morrison’s
7º – John West
8º – Princes
Para saber mais
http://www.greenpeace.org.uk/tunaleaguetable