Um quinto das espécies de vertebrados do mundo (i.e. mamíferos, pássaros, répteis, anfíbios e peixes) estão ameaçados de extinção de acordo com um massivo estudo da International Union for the Conservation of Nature (IUCN); e a situação está piorando para a vida selvagem do mundo todo: uma media de 52 espécies de mamíferos, pássaros e anfíbios estão se movendo para uma categoria mais próxima da extinção a cada ano (A Lista Vermelha da IUCN classifica as espécies como Menor preocupação, Pouco Ameaçado, Vulneráveis, Criticamente Ameaçados, Quase Extintos na Vida Selvagem e os então Extintos). No entanto, a notícia não é de todo ruim. O estudo descobriu que as ações da conservação realmente funcionam: nas primeiras análises desse tipo, os pesquisadores descobriram que o declínio da biodiversidade global teria sido18% pior se não fosse pela atenção da conservação, “no entanto,” os autores—174 cientistas de 38 países—escrevem, “os atuais esforços de conservação permanecem insuficiente para compensar os principais condutores da perda da biodiversidade.” De acordo com o estudo, estes condutores incluem a expansão agrícola, a extração madeireira, exploração das espécies e espécies invasivas.
“A espinha dorsal’ da biodiversidade está para ser erodida,” disse o renomado ecologista e escritor Professor Edward O. Wilson da Universidade de Harvard. “Um pequeno passo até a Lista Vermelha é um gigante salto em direção á extinção. Esta é apenas uma janela das perdas globais que estão ocorrendo atualmente.”
O estudo está sendo lançado hoje na Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) em Nagoya, Japão. Os líderes Internacionais estão se encontrando para chegar a um acordo para salvar a biodiversidade após falhar ao cumprir a meta de conter a perda de biodiversidade até este ano.
Os Mais Atingidos
De acordo com o estudo, o pior lugar para ser um animal no mundo é nos trópicos, com ênfase particular nos trópicos do Sudeste Asiático. O Sudeste da Ásia tem a maior concentração do mundo de espécies ameaçadas. O desmatamento explodiu em muitos países no sudeste asiático nas ultimas décadas da exploração insustentável da Madeira e plantações industriais, tais como palmeiras de óleo, arroz e papel. Além disso, caçar para sobrevivência, e a medicina tradicional tem dizimado um grande número de animais na região.
Padrões globais de ameaça, para os vertebrados terrestres e (terrestres e de água doce, em marrom) marinhos (em azul) baseados no número de espécies ameaçadas globalmente no total. Áreas mais escuras têm maiores concentrações de espécies ameaçadas. Clique para aumentar.
Mesmo no sudeste Asiático as espécies mais emblemáticas de —rinocerontes, orangotangos, tigres, e elefantes – enfrentam extirpação em alguns casos extinção total. Os rinocerontes de Java declinaram a 40-60 indivíduos, nenhum dos quais estão em cativeiros.
Mas na medida em que as espécies andam nada é pior do que ser um sapo: de acordo com o estudo 41% dos anfíbios do mundo estão ameaçados de extinção. Em contraste, 33% dos peixes cartilaginosos, 25% dos mamíferos, 22% dos répteis, 15% dos peixes vertebrados, e 13% dos pássaros estão ameaçados.
Altamente sensíveis á alterações ambientais os anfíbios enfrentam uma avalanche de ameaças, incluindo a perda de habitat, poluição, mudança climática, químicas agrícolas e excesso de consumo para alimentos e tráfico de animais. No entanto, a maior ameaça aos anfíbios é conhecida como ‘praga do anfíbio’: quitridiomicose, uma doença fúngica que tem dizimado a população de anfíbios até mesmos em ambientes não contaminados. Estudos recentes têm mostrado que espécies de rãs até então desconhecidas para a ciência já foram perdidas. Pelo menos 120 anfíbios foram banidos inteiramente nas últimas três décadas, tornando este grupo um pôster para a crise de extinção.
Mas de todas as espécies do mundo—vertebrados, plantas, fungos, insetos, etc.—os vertebrados constituem apenas 3% do total. O estudo também relatou um número de espécie não vertebradas—não incluídas nas análises em geral – descobrindo, por exemplo, que 14% das ervas marinhas, 32% dos lagostins de água doce, e 33% dos recifes de corais são espécies ameaçadas de extinção. Um estudo anterior, concentrando-se em uma amostra representativa de plantas, descobriu que 22% das espécies de plantas estão ameaçadas de extinção.
Um dos grupos de espécies mais ameaçadas da Terra são as cicas, um grupo ancião de plantas: 63% por cento de cicas enfrentam a extinção.
Trabalhos de Conservação
Olhando pelo lado positivo o estudo também descobriu que aquela ação de conservação—tal como as áreas protegidas e legislação – tenha abrandado alguma das perdas em espécies e abundância. Analisando as espécies que tem tido melhoras dos esforços de conservação, o estudo descobriu que a crise de biodiversidade seria18 por cento pior hoje para pássaros e mamíferos se a ação de conservação não tivesse ocorrido.
Os padrões gerais para mudanças de rede nos riscos gerais de extinção entre pássaros, mamíferos e anfíbios mapeou como número médio de mudanças genuínas de categorias da Lista Vermelha por célula por ano. As sombras roxas correspondem á rede de deterioração (i.e., aumento da rede em risco de extinção) naquela célula, verde para melhora na rede (i.e., decréscimo no risco de extinção), e branco para nenhuma mudança. O padrão uniforme de melhoria no mar é conduzido pelas melhorias de mamíferos marinhos migratórios com contribuições cosmopolitas (e.g.,Baleia Jubarte). Clique para aumentar.
“A história tem nos mostrado que a conservação pode alcançar o impossível, como qualquer um que conhece a história do Rinoceronte Branco no Sul da África “, enfatizou o Dr Simon Stuart, Presidente da Comissão da Sobrevivência das espécies da IUCN e autor do estudo. “Mas esta é a primeira vez que podemos demonstrar o impacto positive destes sucessos no estado do meio ambiente.”
Em 7% de casos de espécies que se moveram de categorias no teste, se moveram para uma categoria mais segura do que para uma pior. Enquanto isto é dito sobre a reflexão do estado da biodiversidade ao redor do mundo, os pesquisadores descobriram que quase todas aquelas espécies que mostraram melhorias, só melhoraram devido aos esforços das ações de conservação. No entanto, de acordo com os autores, até mesmo esta avaliação não mede toda a importância da conservação.
“Esses resultados subestimam e muito o impacto da conservação, porque eles não contam as espécies que teriam se deteriorado ainda mais na ausência das ações de conservação, ou empobrecido numericamente mas não o suficiente para mudar [sua categoria],” escrevem os autores.
In terms of effectiveness, the study found that conservationists were most adept at combating invasive species, rather than slowing deforestation or regulating hunting.
Três casos extremos de ações de conservação incluídos na reintrodução de animais de volta a seus ecossistemas após eles terem sido extintos da vida selvagem: o Condor da Califórrnia, (Gymnogyps californianus), O furão dos pés Pretos, (Mustela nigripes), e o Cavalo Przewalski (Equus ferus). Tais espécies dão esperança em particular a anfíbios que sobrevivem agora apenas em zoológicos. Atualmente sapo, o Kihansi spray toad, está sendo reintroduzido após ter sido extinto da Tanzânia.
“A dura realidade da acelerada perda das espécies pode levar ao sentimento de desespero,” diz Mindell, Diretor de Ciência da Academia de Ciências da Califórnia. “No entanto, os dados analisados da IUCN nesta avaliação mostram que os esforços realizados pelos biólogos e conservacionistas podem fazer uma diferença positive na diminuição das taxas de ameaça. Esperamos que estes resultados reforcem as ações de conservação já existentes—e gere novas iniciativas também.”
Contudo, apesar de décadas de esforços de conservação e financiamento, muitas espécies notáveis ainda estão declinando em sua população: por exemplo, de acordo com a IUCN o tigre (panthera tigris) é ainda classificado como Ameaçado e sua população ainda está descrescendo. Apesar de que seria provável de que a situação fosse muito pior, de que o tigre estaria até mesmo extinto, senão fosse pelas medidas de conservação.
Além disso, a maioria das espécies não são como os tigres. Elas não recebem atenção especial ou fundos de conservação destinados a elas, mesmo quando estão á beira da extinção. Por exemplo, o morcego de asas de nariz do Vietnã (Paracoelops megalotis) foi listado como Criticamente Ameaçado por 12 anos antes quando se moveu para os dados dos Deficientes. Ele permanece ainda pouco estudado pelos pesquisadores e pode até já estar extinto. Mas ninguém sabe.
“O atual nível de ação [de conservação] é superado pela magnitude da ameaça, e as respostas da conservação precisarão ser substancialmente escaladas para combater a crise da extinçã,” concluem os autores. “Mesmo com melhoras, muitas espécies permanecem dependentes da conservação, requerendo, investimentos de apoio a longo prazo […] O alvo da biodiversidade de 2010 [CBD] pode não ter sido alcançado, mas os esforços de conservação não foram um fracasso. O desafio é sanar as atuais falhas nas ações de conservação para interromper o atrito da biodiversidade global.”
Total de espécies testadas pela Lista Vermelha da IUCN = 55,926 (Os cientistas identificaram quase 2 milhões de espécies na Terra, apesar dos pesquisadores estimarem que são provavelmente 10-50 milhões de espécies no total.)
Extinto = 791
Extinto da Vida Selvagem = 63
Criticamente Ameaçado = 3,565
Ameaçado = 5,256
Vulnerável = 9,530
Quase Ameaçado = 4,014
Risco Total Baixo/conservação dependente = 269 [esta é um velha categoria que está gradualmente sendo eliminada da Lista Vermelha]