Nos últimos anos, cinco dos mais poderosos bancos e fundos de investimento internacionais financiaram projetos petrolíferos na região onde nasce o Rio Amazonas. São negócios que afetam comunidades indígenas e incontáveis espécies da fauna e flora.
Pesquisadores cruzaram informações oficiais com imagens de satélite para identificar os 27 mil hectares explorados de maneira ilegal de 2017 a 2018. Altamira, afetada por Belo Monte e a segunda cidade mais violenta do Brasil em 2019, registrou aumento de 845% na extração não autorizada de madeira.
Com 90% de população indígena, São Gabriel da Cachoeira (AM) tenta se proteger da pandemia limitando o acesso ao município e criando redes de monitoramento. Os indígenas estão entre os mais suscetíveis a infecções respiratórias e o Amazonas já é o estado brasileiro com o maior índice de mortalidade decorrente da covid-19.
Qual o impacto socioambiental de 75 projetos de estradas previstos para a Bacia Amazônica nos próximos cinco anos? Pesquisadores analisaram e descobriram que os 12 mil quilômetros de estradas novas ou ampliadas podem causar o desmatamento de 2,4 milhões de hectares de floresta nativa que se estenderão por até 20 anos.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, junto com duas subsidiárias brasileiras, tem quase 300 requerimentos de pesquisa registrados na Agência Nacional de Mineração que incidem sobre terras indígenas na Amazônia. Os requerimentos atingem 18 terras indígenas, algumas com a presença de povos isolados.
Dados exclusivos mostram que a mineradora tem 11 processos de pesquisa abertos na Agência Nacional de Mineração (ANM) que incidem diretamente sobre as TIs Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá, no Pará. O projeto foi planejado para ser a maior de exploração de ouro a céu aberto da América Latina.
Enquanto o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho completa um ano neste 25 de janeiro, a mineradora está com obras em curso para retomar a produção em Mariana, onde em 2015 outra de suas barragens resultou em um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil.
Desde 2017, o governo de Minas Gerais avaliou a portas fechadas 108 projetos no estado. O objetivo: facilitar o licenciamento ambiental e reduzir a fiscalização. Desses, 25 projetos são da Vale, quase todos classificados como de alto risco – entre eles a mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, cuja barragem se rompeu em 2019, matando 259 pessoas.
Batizada de Operação Faroeste pela Polícia Federal, investigação mira a grilagem de terras no oeste da Bahia, um das maiores produtoras de soja do Brasil, em um esquema de corrupção para garantir a venda de decisões judiciais que legitimavam terras roubadas na região.