Uma nova investigação sobre a caça no estado de Paraíba, no nordeste brasileiro, mostra que os caçadores caçam, muitas vezes de forma ilegal, mais de 80 espécies para alimento, tráfico de espécies, fins medicinais, pele, pêlo e ornamentos. De acordo com uma investigação publicada no jornal, de acesso livre, da mongabay.com, Tropical Conservation Science, mais de metade das espécies, na sua grande maioria pássaros e mamíferos são alvo de caça para alimentação.
Através de 37 entrevistas levadas a cabo em Paraíba, os investigadores foram capazes de catalogar quais as espécies alvo e qual o seu destino depois de caçadas: cerca de 52 por cento para alimentação, 38 por cento para o tráfico, 18 por cento para fins médicos, 6 por cento para artesanato e 3 por cento por motivos religiosos. A maior parte desta caça é feita ilegalmente nas comunidades de Paraíba, mas os investigadores vêm poucas hipóteses de parar com esta actividade de uma vez por todas, eles recomendam que se invista na educação e se melhore a regulamentação.
Os cientistas afirmam que “os nosso resultados apontam para a criação urgente de programas educacionais para os residentes locais, de forma a organizar as actividades de caça. ”Considerando que a caça e o uso da fauna selvagem são actividades regulares na região, é urgente que o controlo destas prácticas seja melhorado, uma vez que as implicações legais não têm sido eficazes.”
CITAÇÃO: Alves, R. R. N, Gonçalves, M. B. R. e Vieira W. L. S. 2012. Caça, uso e conservação de vertebrados no semiárido Brasileiro. Tropical Conservation Science Vol. 5(3):394-416 .