Pequenos empréstimos para gado podem estar conduzindo ao surgimento do desflorestamento na Amazonia
Empréstimos baratos para ranchos poder estar levando a um salto no desflorestamendo da Amazonia
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
24/03/2008
O desflorestamento na Amazônia brasileira pode ser parcialmente resultado dos novos incentivos financeiros dados por bancos estatais tais como Banco da Amazônia (BASA), relata a Agência de Noticias da Amazônia, um jornal brasileiro, e a Organização Internacional Tropical de Madeira (ITTO).
De acordo com a Agência de Noticias da Amazônia, pequenas e grandes fazendas de gado no estado do Pará receberam pagamentos para expandir a produção de gado no estado, o que resultou no desflorestamento. Enquanto as leis federais exigem que as fazendas devam reter 80 por cento das florestas em suas terras, o BASA, segundo informações recebidas, isenta os inscritos para empéstimos de forncerer provas dessas reservas florestais legais. E mais, o “BASA oferece taxas de interesse subvencionadas para atividades relacionadas as fazendas de gado que variam de 0.5% a 10.5%” — taxas consideradas algumas das mais baixas do país, de acordo com a ITTO.
De acordo com algumas estimativas, aproximadamente dois-terços da destruição historica da floresta úmida na Amazônia Brasileira resulta do desmatamento para pastagens para gado, muitos do quais foram tradicionalmente conduzidos por especuladores de terrra procurando se beneficiar de valores de bens imobiliários. Enquanto os preços das terras continuam a subir, hoje a indústria de carnes está prosperando na Amazônia — 96 por cento do crescimento do rebanho de gado brasileiro entre Dezembro de 2003 e Dzembro de 2006 ocorreu na Amazônia legal. O ímpeto adicional vem dos preços elevados da soja que estao levando à conversão de algumas terras de pastagens para fazendas industriais de soja, criando a necessidade de desmatar mais floresta.
O impulso recente dos preços da soja e do gado poderia estar conduzinho a um aumento nos incêndios florestais. A proporção de desflorestamento anual entre os anos de 2007-2008 não serão liberados até Agosto de 2008. |
No final de 2007 com os preços dos grãos e do gado perto de seus nives recordes, os satélites brasileiros detectaram um acentuado aumento no número de incêndios e desflorestamento nos estados do Pará e Mato Grosso — o coração da fronteira agrícola crescente no Brasil. Ambos experimentaram um aumento de 50 por cento ou mais de aumento na perda florestal no mesmo periodo no ano passado junto com um salto nas taxas de queimadas: um salto de 39-85 por cento no número de incêndios no Pará durante as queimadas no período de Julho a Setembro e 100-127 por cento de aumento em Mato Grosso, de acordo com o satélite. Mais amplamente, os 50.729 incêndios gravados pelo satélite Terra e 72.329 medidos pelo satélite AQUA pela Amazônia brasileira são os maiores no registro baseado em informações disponíveis desde 2003. Em Janeiro de 2008 o governo brasileiro anunciou que o desflorestamento para o mundo no ano de 2007-2008 provavelmente dobraria no período precedente.
Em resposta, as autoridades brasileiras anunciaram um plano para acabar com o desmatamento ilegal para a agricultura, incluindo o envio de millhares de policiais para a região. Ainda com o aumento das recentes conversões da floresta ligadas aos preços da carne e da soja, parece que o reforço da lei irá enfrentar desafios significantes.
Alguns acreditam que os esforços dirigidos pela indústria para melhorar a sustentabilidade da industria da carne pode ser a melhor esperança para controlar a peda florestal na Amazônia. Em Março A Corporação Internacional de Finanças (IFC), emprestador equigual privado do Banco Mundial, anunciou um empréstimo de $90 milhões para o grupo Bertin para uma facilidade de empacotamento “ecológico” de carnes em Marabá no Pará. Enquanto alguns ambientalistas criticaram o negócio, um especialista na Amazonia disse que o negócio poderia ter um papel chave no melhoramento da conformidade ambiental da região.
Gráfico criado por Rhett A. Butler, mongabay.com. |
“Chegamos a um ponto onde temos que reconhecer que a região está passando por uma transformação economica e se nós pudermos encontrar uma alavanca poderosa para identificar como essa transformação ocorre — colocar um prêmio para as práticas de usos legais da terra, desflorestamento legal, a eliminação gradual do uso do fogo — nós poderíamos fazer isso. Para mim, os trunfos das consequencias negativas do estabelecimento aumentaram a capacidade da região,” Dr. Daniel Nepstad, um cientista do Instituto de Pesquisas Woods Hole, disse mongabay.com.
Em outras palavras, eu realmente acredito que há muitas fazendeiros de gado responsáveis e fazendeiros de soja na Amazônia que estão esperando por algum tipo de reconhecimento através de incentivos positivos. O incentivo poderia ser algo bem pequeno — literalmente alguns centavos por libras de carne vendida — mas emitiria a esses fazendeiros um sinal que se eles querem participar da nova economia da carne, eles deveriam ter sua reserva florestal legal para ser recompensado por ela, manter ou estar no processo de restauração das zonas ribeirinhas da floresta, fazer o controle da erosão, e tirar suas vacas dos córregos e colocar para elas tanques artificiais de água. Há uma enorme quantidade de coisas positivas que podem acontecer uma vez que os fazendeiros de gado perceberem que se eles fizerem as coisas certas eles são recompensados. Isso significa que conforme o Brasil se torna o maior exportador mundial de carne — com tremendo potencial para expandir — nós temos uma maneira de modelar essa expansão enquanto ela ocorre para reduzir os impactos ecológicos negativos.”
Podem os fazendeiros de gado e de soja salvar a Floresta Amazônica?
John Cain Carter acredita que a única maneira de salvar a Amaz^nia é através do mercado. Carter é um fazendeiro do Texas que se mudou para o coração da Amazônia 11 anos atrás com sua esposa brasileira, Kika, e descobriu o que talvez seja a organização mais inovadora trabalhando na Amazônia, Aliança da Terra. Carter diz que dando incentivo aos produtores para reduzir seu impacto na floresta, o mercado pode ser bem sucedido onde os esforços de conservação falharam. Enquanto as taxas de desflorestamento na Amazonia se aceleraram, o problema não é a falta de leis, mas um sistema legal onde a aplicação é tão lenta e o sistema tão corrupto que se rende às leis eficazmente inúteis. No papel, fazendas de gado na Amazônia pode ser o mais restrito no mundo, com exigências de que os proprietários mantenham 80 por cento de suas terras florestadas — uma limitação que os fazendeiros do Texas não enfrentam. Carter quer ver os fazendeiros no Brasil se beneficiarem da lei, tornando essa restrição numa vantagem comercial. No entanto para isso, os produtores da Amazônia tem de se assegurar que os consumidores ( i.e., consumidores de produtos como McDonalds, Wal-Mart, e Cargill) possam dizer com segurança que os produtos agrícolas são produzidos legalmente e de forma sustentável que o estipulado pela lei. O incentivo para produtores é o acesso ao mercado: Aliança da Terra ajuda os fazendeiros brasileiros a ganharem o melhor preço por seus produtos, mas somente se eles seguirem as regras. Enquanto produtores ganham altos preços por seus produtos, compradores como Burger King e Archer-Daniels Midland podem dizer que estão usando carne legalmente produzidas e de forma responsável. Enquanto isso mais floresta úmida é deixada intacta, mais serviços do ecossistema são preservados, e a biodiversidade conservada. Todo mundo ganha.