Empresas afirmam que o óleo de palma da Amazônia é sustentável, mas isso é verdade? Uma investigação de 18 meses mostrou o contrário: desmatamento e contaminação da água, o que parece ser um padrão de desrespeito à conservação da Amazônia e aos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais no estado do Pará.
A investigação da Mongabay será usada pelo Ministério Público Federal como evidência como evidência para responsabilizar uma empresa de óleo de palma pela contaminação da água na Terra Indígena (TI) Turé-Mariquita.
Desde 2014, o MPF enfrenta uma batalha na justiça para aprovar uma perícia judicial sobre a contaminação por agrotóxicos para provar que as empresas estão contaminando o abastecimento de água, envenenando o solo e prejudicando a subsistência e a saúde de povos indígenas e tradicionais, acusações que as empresas negam.
Neste vídeo, a editora e repórter investigativa da Mongabay no Brasil, Karla Mendes, mostra os bastidores da investigação de quando ela e sua equipe estiveram em campo para rastrear os impactos socioambientais da indústria do óleo de palma na Amazônia.
Durante 18 meses, a Mongabay investigou denúncias que colocam em xeque o status “sustentável” da cadeia produtiva do óleo de palma da Amazônia e revelou uma série de impactos socioambientais, como desmatamento e contaminação da água, o que parece ser um padrão de desrespeito à conservação da Amazônia e aos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais no estado do Pará.
Neste vídeo, a editora e repórter investigativa da Mongabay no Brasil, Karla Mendes, mostra os bastidores da investigação de quando ela e sua equipe estiveram em campo para rastrear os impactos socioambientais da indústria do óleo de palma na Amazônia.
Karla teve crise de tosse, falta de ar, náuseas e dor de cabeça ao inalar o odor do agrotóxico que exalava das palmeiras em frente a uma usina de óleo de palma. “Tive que entrar no carro porque o odor é muito forte. Tive uma crise de tosse, foi horrível”.
A equipe da Mongabay constatou outras irregularidades, como o despejo de supostos resíduos de óleo de palma no Rio Acará e a falta de uma zona de amortecimento ao redor das terras indígenas, que estão ilhadas por dendezeiros.
A investigação do Mongabay será usada pelo Ministério Público Federal como evidência como evidência para responsabilizar uma empresa de óleo de palma pela contaminação da água na Terra Indígena (TI) Turé-Mariquita.
O UOL, maior portal de notícias do país, republicou a reportagem da Mongabay; Karla foi entrevistada pela BBC sobre sua investigação.
Leia a reportagem completa:
Desmatamento e água contaminada: o lado obscuro do óleo de palma ‘sustentável’ da Amazônia
Áudio relacionado: ouça a repórter da Mongabay, Karla Mendes, debatendo essas questões, além da pesquisadora Sandra Damiani e do procurador da República Felício Pontes Júnior no podcast da Mongabay (em inglês):
Imagem do banner: Cachos de palma estocados em caçamba na estrada no município de Tomé-Açu, no Pará, em 12 de novembro de 2019. Foto: Karla Mendes/Mongabay.
Karla Mendes é editora e repórter investigativa da Mongabay no Brasil. Twitter: @karlamendes