Pesquisadores recém-chegados de uma expedição na floresta de neblina da Colômbia divulgaram fotos do mais novo carnívoro descoberto no mundo, o olinguito.
O olinguito (Bassaricyon neblina) ganhou as manchetes mundiais quando cientistas anunciaram a sua descoberta em agosto de 2013. O fato foi marcante porque tratava-se do primeiro carnívoro descrito no Hemisfério Ocidental, desde a década de 1970.
Agora, o fascínio mundial pela criatura está levando biólogos às florestas da Colômbia e do Equador para verificar se os animais que eles conheciam como olingos são, na verdade, olinguitos. O resultado foi uma profusão de imagens, mas talvez nenhuma tenha sido tão adorável quanto a do bebê olinguito — fotografado no mês passado por cientistas que estavam realizando pesquisas para um projeto de restauração florestal na Reserva de La Mesenia, Colômbia.
Imagem do bebê olinguito em exposição no site do projeto SavingSpecies. Foto: Juan Rendon.
A revelação da existência do olinguito em La Mesenia pode ajudar a catalisar maiores esforços para a conservação do ambiente, de acordo com Roland Kays do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte (EUA), que está trabalhando em conjunto com o projeto SavingSpecies — um grupo de conservação com sede nos EUA — para proteger e restaurar o habitat do olinguito.
“A evidenciação do olinguito nestas florestas destaca o quanto a espécie é importante para a conservação global, e me faz querer saber quantos segredos mais ela ainda carrega”, relatou Kays ao site mongabay.com, via e-mail. “O dinheiro arrecadado, para comprar e proteger até mesmo um hectare a mais da floresta, é um presente para os olinguitos, e para todas as outras criaturas da floresta de neblina, conhecidas e desconhecidas.”
A floresta de neblina andina, que é o habitat do olinguito, é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, com altos níveis de espécies endêmicas. No entanto, os esforços para preservar estas matas têm sido muitas vezes ofuscados por programas de conservação direcionados à Floresta Amazônica, que possui uma extensão bem superior à floresta de neblina. Assim, Stuart Pimm, biólogo da Universidade Duke, que é também o fundador do projeto SavingSpecies, diz que o olinguito tornou-se uma espécie de carro-chefe para a preservação de um ecossistema pouco reconhecido.
“A descoberta do olinguito em nossa área de pesquisas na Colômbia justifica os métodos que usamos em nossa abordagem científica para a conservação”, disse Pimm. “Identificar e proteger áreas mais ricas em espécies lança uma rede de conservação que salva estas espécies, e outras que nem suspeitávamos existir, como o olinguito. Estamos muito satisfeitos que o olinguito seja o embaixador da preservação das frágeis e biodiversas florestas de neblina em que vive. ”