A população mundial pode crescer mais 4 bilhões de pessoas até o final do século, se a fertilidade na África não diminuir, segundo um novo relatório das Nações Unidas. Atualmente cerca de 1.1 bilhões de pessoas vivem no continente, mas esse número pode disparar para 4,2 bilhões (um aumento de 380%) ate 2100, fazendo a população mundial atingir 11 bilhões.
“O declínio de fertilidade na África diminuiu ou parou em uma medida maior do que previmos anteriormente, e como resultado, a população africana vai aumentar,” disse o coautor do relatório Adrian Raftery do Centro de Estatística e Ciências Sociais na Universidade de Washington.
Em 2011, a ONU previu que cerca de 10.1 bilhões de pessoas viveria na Terra até o final do século, mas as altas taxas de reprodução na África fez essa estimativa parecer bem pequena agora. Os autores empregaram novos dados sobre a demografia da África e uma melhor previsão de fertilidade para obter a nova estimativa.
A população mundial cresceu exponencialmente ao longo do século passado, saltando de apenas 2 bilhões na década de 1920 para 7 bilhões hoje. Além disso, enquanto demorou mais de um século para ir de 1 bilhão a dois bilhões, levou apenas uma dúzia de anos para ir de 6 a 7 bilhões. Superpopulação está afetando tudo, desde a mudança climática global e escassez de recursos econômicos à atual crise de biodiversidade.
O novo relatório prevê que a Nigéria terá o maior aumento da população do século, crescendo em cerca de 500% ate 2100. A Índia ficará em segundo lugar e os Estados Unidos em oitavo. Por outro lado, a China terá o maior declínio em população, caindo em cerca de 20%. São também previstos declínios na população de alguns países europeus.
“Essas novas descobertas mostram que precisamos renovar os programas de ação, tais como o aumento de acesso ao planejamento familiar e expandir educação de meninas para tratar do rápido crescimento da população na África,” diz Raftery.
“Especialistas há tempos notaram que a melhor forma de diminuir o crescimento populacional é a igualdade de direitos e melhor educação para mulheres, além do planejamento familiar e acesso à contracepção”.
“No momento, 222 milhões de mulheres nos países em desenvolvimento não tem acesso à contracepção moderna. Isso tem consequências abrangentes em suas saúdes, em suas oportunidades de obter uma educação, ganhar uma renda, cuidar das suas famílias, e determinar seus próprios futuros,” declarou Suzanne Ehler, presidente da Population Action International. “O fato de alguma mulher não ter as opções para decidir o tamanho da sua família e absurdo. 222 milhões de mulheres não ter, é uma tragédia, e uma grande oportunidade para todos nos fazermos algo.”
A previsão de mudanças da população a partir de agora a 2100 são mostradas no gráfico. Mudanças da população em milhões. Mapa: UW Centro de Estatística e Ciências Sociais.