Povos da floresta formam aliança para demandar representação nas conversas sobre as quetões climáticas
Povos da floresta formam aliança para demandar representação nas conversas sobre as questões climáticas
mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
14 de Maio, 2008
Os povos das de 11 nações formaram uma coalizão para demandar maior participação nas futuras negociações sobre o clima.
Uma reunião em Manaus, Brasil, no coração da Floresta Amazônica, os representantes das comunidades das florestas do Brasil, República Democratica do Congo, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Indonésia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Suriname e Venezuela assinaram um acordo que chama os governantes para respeitasr os direitos dos moradores da floresta em relação às suas terras, aos recursos naturais e estilos de vida tradicionais. A coalizão espera ganhar acesso aos pagamentos pelos serviços do ecossistema como o proposto pelo REDD (“redução de emissões do desflorestamento e degradação da floresta”) mecanismo que ganhou preliminariamente a aprovação nas discussões climpaticas no ano passado com as Nações Unida em Bali, Indoésia. Os proponentes da iniciativa dizem que o REDD poderia entregar bilhões de dólares para as comunidades rurais enquanto protegem florestas e brigam contra a mudança climática.
Alguns grupos indígenas tem apoiado o REDD, mas outros temem que o mecanismo poderia piorar os conflitos sobre a terra. A nova aliança espera que ela possa aliviar essas preocupações assegurando aos povos nativos que eles serão representados nas discussões climáticas.
“O cenário fornecido pelos mecanismos do REDD traz lado a lado os interesses das comunidades florestais e os interesses do cientistas, ambientalistas e membros de movimentos sociais através do mundo”, disse Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
“Os povos indígenas precisam entender exatamente o que está acontecendo com suas florestas. Eles sempre foram esquecidos quando é hora de tomada de decisão e a hora chegou para eles serem levados em conta porque os conhecimentos de seus ancestrais sobre a natureza os permite fornecer importantes colocações no debate climático”, acrescentou Yolanda Hernández, a representante indígena dos povos Maya Kakchiquel, da Guatemala.
Adilson Vieira, Secretário Geral do Grupode Trabalho da Amazônia, disse que o Brasil foi uma escolha apropriada para a conferência dada a longa batalha por seus povos nativos para ganhar os direitos à vasta Floresta Amazônica.
“A experiência dos povos das florestas brasileiras em sua luta pelo estabelecimento das terras indígenas e reservas de extração e de desenvolvimento sustentável é uma experiência que pode ser usada por outros países na aliança como uma inspiração em seu trajeto em direção à conquista de seus direitos”, disse Vieira.
A declaração de Manaus foi aprovada de forma unânime nessa Sexta feira, 14 de Maio de 2008 por 13 países. Observadores das Nações Unidas e organizações não governamentais do Brasil, Inglaterra e dos Estados Unidos atenderam à assinatura.