O óleo de palma, monocultura sinônimo de desmatamento e conflitos no Sudeste Asiático, está se expandindo na Amazônia, onde os mesmos problemas estão ocorrendo. Povos indígenas e comunidades tradicionais afirmam que plantações próximas a seus territórios estão poluindo a água, contaminando o solo e provocando a escassez de peixes e animais de caça.
O Ministério Público Federal (MPF) trava uma batalha judicial contra os principais exportadores de óleo de palma do país há sete anos, acusando-as de contaminar os rios, envenenar o solo e prejudicar a subsistência e a saúde de povos indígenas e comunidades tradicionais, acusações que as empresas negam.
Esse vídeo foi produzido como parte de uma investigação de 18 meses sobre os impactos ambientais da indústria do óleo de palma no Pará.
Durante os últimos 18 meses, a Mongabay investigou as denúncias feitas por comunidades locais de abusos generalizados por empresas de óleo de palma no país, o que aparenta ser um padrão em toda a indústria quanto ao desrespeito pela preservação da Amazônia e pelos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais.
A frustração com as empresas de óleo de palma aumentou nos últimos anos em toda a região. Quando as plantações proliferaram a apenas alguns metros de uma aldeia, os indígenas fizeram uma ação direta contra a empresa. Cansados de quase uma década de campanhas infrutíferas buscando reparação pelos meios oficiais, os Tembé apreenderam veículos da empresa, na esperança de obrigar a Biopalma a ouvir seus pleitos.
A líder indígena Uhu Tembé contou à Mongabay como ela e seu marido apreenderam um trator da Biopalma durante a ação e o usaram para derrubar dendezeiros perto da aldeia Yriwar, na Turé-Mariquita.
Leia a matéria investigativa completa: Desmatamento e água contaminada: o lado obscuro do óleo de palma ‘sustentável’ da Amazônia
Imagem do banner: Líderes indígenas Uhu Tembé e Lúcio Tembé apontam para tratores apreendidos da empresa de óleo de palma Biopalma. O maquinário foi usado para derrubar dendezeiros a poucos metros da Aldeia Indígena Yriwar, na Reserva Indígena Tembé, no Pará, em 11 de novembro de 2019. Foto de Thaís Borges para a Mongabay.