Filha do Combu, uma fábrica de chocolate de empresa familiar na Amazônia, produz chocolate orgânico tree-to-table e é uma objeção a esse modelo.
Utilizando um sistema agroflorestal, pequenos agricultores como a Filha do Combu podem agora produzir seu próprio chocolate, o que lhes permite ter mais autonomia e controle sobre sua qualidade de vida.
Quando o cacau é cultivado dentro de um sistema agroflorestal, ele ajuda a colaborar com a conservação da floresta, reduzindo a erosão e o uso de agrotóxicos, bem como preservando a biodiversidade.
No entanto, há ainda a falta de apoio do setor público para esses pequenos agricultores.
ILHA DO COMBU, Brasil – É raro encontrar alguém que não aprecia chocolate. Quando o botânico sueco Carl Nilsson Linnaeus, em português, Carlos Lineu, conferiu ao cacau seu nome científico em 1753, elegeu o de Theobroma cacao L., o que significa “fruto dos deuses”. Ao longo do tempo, de modo a suprir a crescente demanda internacional pela sensibilidade das mudas de cacau que foram arrancadas de sua terra natal, da Floresta Amazônica ao nordeste do Brasil, América Central, África e Ásia.
Embora vários dos dez países produtores de cacau ainda estejam na América do Sul, atualmente, quase 70% das sementes de cacau utilizadas para fazer chocolate são produzidas na África Ocidental.
Todavia no quintal de uma casa agreste sobre estacas na Ilha do Combu, na floresta amazônica brasileira, os frutos prosseguem a desenvolver-se em seu ambiente nativo. A cozinha da casa é o coração da fábrica da Ilha do Combu, uma empresa familiar que colhe os frutos do cacau de seu quintal e os transforma em chocolate orgânico premiado. O método desenvolvido é conhecido como tree-to-bar.
O negócio é administrado por uma mulher local, Izete dos Santos Costa, que é conhecida por muitos pelo apelido de Dona Nena. Costa inaugurou a pequena fábrica de chocolate na Amazônia em 2006. Desde então, tem chamado a atenção de chefs brasileiros renomados como Thiago Castanho e Alex Atala. Até mesmo o príncipe herdeiro da Noruega, Haakon Magnus, visitou-a para saborear o produto.