O BVRio reúne dados sobre o preço, cadeia de suprimentos, certificação e produtos de madeira através do Manejo Florestal Responsável.
Desde sua inauguração em novembro de 2016, a bolsa já fez mais de 400 ofertas a operações com 5 milhões de metros cúbicos de madeira.
A parceria com o Forest Stewardship Council visa reforçar o mercado de produtos florestais certificados.
Uma bolsa de valores que promove o comércio de madeira de origem legal no Brasil agora tem o apoio do Forest Stewardship Council (FSC), possivelmente o grupo de certificação de produtos florestais mais conhecido internacionalmente.
Em novembro de 2016, o Instituto BVRio, uma organização não-governamental do Brasil que utiliza uma abordagem baseada no mercado em questões que envolvam conformidade ambiental e sustentabilidade, lançou o Manejo Florestal Responsável. O acordo foi anunciado em 7 de março pelo BVRio e o FSC.
“Estamos muito contentes em poder desenvolver essa agenda com o FSC Brasil,” disse Mauricio Costa Moura, diretor do Manejo Florestal Responsável, em uma declaração. “Essa parceria nos dá o reconhecimento de que estamos alinhados com os mesmos objetivos.”
O Manejo Florestal Responsável fornece informação sobre o preço, cadeia de suprimentos e certificação às empresas que compram produtos florestais de vários países, incluindo o Brasil. Um representante do BVRio contou ao Mongabay em novembro que seu objetivo era fornecer acesso à madeira extraída de forma legal e sustentável em um setor cujas fontes e cadeias de suprimentos são frequentemente sigilosas.
O Instituto BVRio investigou a produção brasileira de madeira em 2016 e descobriu que apenas cerca de 30 por cento dos operadores do Pará e Mato Grosso, estados que constituem 70 por cento da produção de madeira do Brasil, não apresentaram “indícios de infrações, irregularidades ou descumprimento” entre 2007 e 2015.
Desde seu lançamento há três meses e meio, o BVRio disse que o Manejo Florestal Responsável já fez mais de 400 ofertas a operações com 5 milhões de metros cúbicos de madeira, das quais 30 por cento são certificadas pelo FSC.
Aline Tristão, a diretora executiva do FSC Brasil, disse que o acordo também impulsionaria os objetivos da organização.
“Este acordo é muito importante e soma-se a outras iniciativas que vimos executando no combate ao desmatamento e a ilegalidade no setor madeireiro, através da disseminação do uso da madeira certificada”, Tristão disse em uma declaração.
Ela adicionou que a parceria com o Manejo Florestal Responsável permitiria “a adoção de melhores práticas e criar mais oportunidades de negócios, ampliando a conscientização das pessoas sobre a importância de consumirem produtos florestais que se originem de um bom plano de manejo”.
O FSC alega que, no Brasil, mais de 6 milhões de hectares tem certificação.
Anteriormente, o BVRio desenvolveu um programa que reunia grandes quantidades de informação disponível sobre as fontes e o manuseio da madeira e seus produtos. Desde o lançamento destas ferramentas em 2015, o BVRio afirma que o sistema foi usado para mais de 1 bilhão de verificações de dados.
De acordo com a declaração, colaborar com o FSC vai ajudar a reforçar a “oferta e procura de produtos certificados”.
Dentro do acordo, os compradores podem verificar a certificação de um lote através do FSC e do Programa Cooperativo de Certificação Florestal. Empresas interessadas em comprar madeira da Indonésia listada no website também podem verificar se a madeira satisfaz os requisitos do recentemente implementado acordo voluntário de parceria com o sistema de licenciamento da União Europeia, a Aplicação da Legislação, Governo e Comércio no Setor Florestal, ou FLEGT.
Imagem do banner: madeira certificada pelo FSC no Peru, capturada por Rhett A. Butler.