Notícias ambientais

NASA e NOAA: 2016 foi o ano mais quente de sempre

  • NOAA reportou uma temperatura média anual de 14,83 graus C em 2016 (58.69 graus F) – 1 grau C (1,69 graus F) mais quente do que a média para o século XX.

  • A NOAA disse também que, com 10,15 quilómetros quadrados (3,92 milhões de milhas quadradas), a extensão de gelo marinho do Ártico é a mais baixa desde 1979.

  • As catástrofes meteorológicas e climáticas em 2016 custaram aos EUA a vida de 138 pessoas e 46 bilhões de dólares em danos.

Mais uma vez, o planeta estabeleceu um recorde em 2016 para o ano mais quente desde que começámos a registar as temperaturas globais, em 1880.

A NASA e a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) divulgaram os seus dados de 2016 a 18 de janeiro, reforçando ainda mais o argumento de que o clima global está a ficar mais quente.

“Não esperamos anos recordes todos os anos, mas a tendência de aquecimento a longo prazo é clara”, disse num comunicado Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da NASA, em Nova York.

No entanto, 2016 foi o terceiro de uma série de anos com altas temperaturas globais.

Para chegar a uma temperatura média global, a técnica da NASA é baseada num processo elaborado na década de 1970 pelo cientista James Hansen da NASA. Basicamente, os investigadores dividem a Terra numa grelha, incluindo os oceanos, e comparam as anomalias – quantas temperaturas registadas diferem das médias – para cada mês. Nalguns lugares, pode haver temperaturas mais frias do que o que os registos apontam como típico, e noutras, mais quentes.

Assim que obtêm estas temperaturas médias mensais, os cientistas podem analisá-las conjuntamente e determinar a temperatura média global para o ano.

Os métodos da NOAA são diferentes dos da NASA, mas ambas as agências têm provas definitivas de que o nosso clima está a aquecer, e que nós temos algo a ver com isso.

Nos anos 70, Hansen e outros cientistas começaram a notar o aquecimento, e através das suas análises, eles foram capazes de associar essa mudança no clima à libertação de dióxido de carbono, e outros gases de efeito estufa, que ocorre quando os seres humanos queimam combustíveis fósseis.

Icebergs na Islândia. Em 2016, a extensão do gelo marinho do Ártico atingiu o seu nível mais baixo desde 1979. Fotografia por John C. Cannon

Cientistas da NASA advertiram contra a observação de padrões climáticos regionais como uma indicação da trajetória global do clima. Este ano, por exemplo, foi apenas o quinto mais quente da história da Austrália.

Ainda assim, os efeitos a longo prazo do aquecimento global são evidentes, como ficou claro pela extensão do gelo marinho do Ártico. Com 10,15 milhões de quilómetros quadrados (3,92 milhões de milhas quadradas), a extensão é a menor desde 1979, com base nos dados da NOAA.

E os impactos estão a afetar as nossas carteiras. Os EUA tiveram o seu segundo ano mais quente e a NOAA determinou que desastres meteorológicos e climáticos, como secas, incêndios, inundações e tempestades, mataram 138 pessoas e custaram US $ 46 bilhões, em 2016.

As temperaturas médias mensais de grande parte do ano significaram que a sua entrada no livro de recordes não foi surpreendente. El Nino, um conjunto esporádico de mudanças climáticas, em que o Oceano Pacífico tropical aquece, começou em 2015 e continuou nos primeiros meses de 2016. Tal levou a oito meses de recordes até agosto, de acordo com cálculos da NOAA. E julho foi o mês mais quente já registado.

NOAA reportou uma temperatura média para o ano de 14.83 graus C em 2016. Isto é, quase 1 grau C (1.69 graus F) mais do que a média para o século XX, e uma subida de 0.04 graus C (0.07 graus F) em relação a 2015.

Olhando mais para trás, é a quinta vez neste século que a marca de temperatura global mais elevada foi derrubada. Os cientistas concluíram também que a Terra aqueceu nos últimos 35 anos, e que todos os anos mais quentes (menos um) registados até hoje, aconteceram desde 2001.

Embora as metodologias e as fontes de dados tenham mudado e se tenham desenvolvido desde 1880, os investigadores da NASA tiveram em conta essas diferenças, e disseram ter mais de 95% de certeza de que 2016 foi o ano mais quente dos últimos 137 anos.

CITAÇÕES:

Exit mobile version