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A revolta dos pescadores devido à proibição da pesca com rede, obriga a Indonésia a criar uma força operacional especial

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Uma embarcação de pesca tradicional na Indonésia. Foto: Andreas Harsono


O Presidente da Indonésia Joko “Jokowi” Widodo irá criar uma força especial para lidar com as preocupações dos pescadores devido à nova proibição sobre as redes de pesca.

Na semana passada, Jokowi reuniu-se em Jacarta com representantes dos pescadores de Batang, Pekalongan, Tegal e Rembang, todos da província de Java Central, que se declararam contra a rapidez da imposição da nova política.

Jokowi fez o anúncio na segunda-feira após uma reunião à porta fechada, depois da qual o Ministro dos Assuntos Marítimos e das Pescas, Susi Pudjiastuti, disse que o seu ministério vai continuar a trabalhar com a polícia e com a marinha para reprimir a pesca ilegal.

Bambang Wicaksana, coordenador da Frente Unida dos Pescadores (FNB), está a pressionar para que haja um período de transição de três anos com o fundamento de que os pescadores já gastaram imenso dinheiro em redes de arrasto e redes de emalhar caríssimas.

“Uma rede custa cerca de 300 milhões de Rp (23.400 euros) ”, afirmou. “No total, esta mudança pode custar 1 bilião de Rp, porque não é tão simples como mudar de uma ferramenta para outra – todo o navio tem de ser adaptado. E isso demora muito tempo. ”

O oceanógrafo Alan Koropitan culpou a administração do ex-presidente Susilo Bambang Yudhoyono por não ter tomado medidas para proteger o meio ambiente de práticas de pesca danosas.

“Por causa dessa negligência, a pesca com rede tornou-se generalizada”, disse Alan, um professor do Instituto Agrícola de Bogor (IPB). “A indústria de processamento de peixe também se expandiu, pelo que o uso de redes por parte dos pescadores está a crescer”.

Acrescentou ainda que os pescadores têm recorrido a créditos para comprar as redes de pesca e ampliar os navios.

“A proibição teve um maior impacto em Bitung, onde existem indústrias de transformação de atum, bem como processos de cura, embalamento e de conserva”, disse Alan, referindo-se a uma cidade portuária no norte de Sulawesi. “A lei proíbe indiscriminadamente (as redes de pesca), por isso os barcos permanecem no porto. Muitos pescadores queixam-se que Bu Susi apreendeu, efectivamente, os seus navios de pesca “.

A União Indonésia de Pescadores Tradicionais (KNTI) também pretende um período de transição. A Coligação do Povo para a Justiça na Pesca (Kiara) foi um pouco mais longe, pedindo ao governo que subsidiasse a transição para as artes de pesca mais pequenas através do Orçamento do Estado de 2015 e que preparasse um sistema de crédito para ajudar os pescadores durante a transição.

Produzido em Inglês por Philip Jacobson.




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Pescador tradicional no mar na Indonésia. Foto: Indra Nugraha


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