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Aplicação móvel revela quais os produtos que contêm óleo de palma


Um orangotango que ficou órfão após a sua mãe ter sido morta durante a destruição de uma floresta para dar lugar a uma plantação de óleo de palma em Sumatra.


Uma nova aplicação móvel permite aos utilizadores de iPhone [baixar] e Android [baixar] digitalizar códigos de barras, e revelar se os produtos contêm óleo de palma.



Esta aplicação, oficialmente lançada na segunda-feira, foi conceptualizada pelo grupo australiano Palm Oil Investigations (POI), e desenvolvida pela empresa Spectrum Solutions. A POI diz que a aplicação, que tem como alvo os consumidores australianos, procura encorajar empresas a adoptar uma atitude mais responsável em relação ao uso de óleo de palma.



“Torna mais fácil as pessoas escolherem e comparem produtos no supermercado com esta aplicação, que informa imediatamente se o produto contém ou não óleo de palma, e caso contenha, se este foi obtido de forma responsável”, disse o grupo numa declaração. “A aplicação foi desenvolvida para colocar pressão sobre as marcas para alterarem as suas fontes deste óleo, e assegurarem que o uso do mesmo nos seus produtos não contribui para a desflorestação, exploração e destruição dos ecossistemas, extinção das espécies, ou direitos humanos.”



A aplicação apresenta cinco categorizações para os produtos: “livre de óleo de palma”, “política activa contra a desflorestação”, “óleo de palma sustentável e certificado pelo RSPO”, “mistura de óleo certificado pela RSPO e não certificado”, ou “Falhou”, quando o produto contem óleo de palma que foi obtido sem a salvaguarda dos direitos sociais e ambientais associados. O POI considera estas últimas duas categorias como as piores, e permite aos consumidores a hipótese de agirem quando estes aparecem no ecrã dos seus telemóveis.



“Para os produtos na categorias “mista” e “falhou”, a aplicação sugere automaticamente um produto alternativo, e o consumidor tem a opçāo de enviar imediatamente um e-mail para o departamento do serviço de apoio ao cliente da marca do produto em questão, incentivando os consumidores a comprar um produto alternativo que caia numa das restantes três categorias”, disse o POI.







Lorinda Jane, Fundadora e Presidente da POI, disse que a aplicação é uma resposta à falta de conhecimento na Austrália sobre que produtos contêm óleo de palma.



“Devido à falta de leis de etiquetagem na Austrália, o óleo de palma é um ingrediente muitas vezes escondido, o que torna praticamente impossível aos consumidores identificarem os produtos que o contêm, uma vez que pode ter mais de 200 nomes diferentes”, disse Jane em comunicado. “O óleo de palma pode ser encontrado em cerca de 40% dos produtos nas prateleiras dos supermercados e, até à data, a nossa pequena equipa já inseriu mais de 110.000 produtos na aplicação, prontos a serem digitalizados”.



“A procura pela aplicação tem vindo a crescer diariamente. Os nossos seguidores nas redes sociais estão constantemente a perguntar se os produtos que compram são livres de óleo de palma, e se não forem, se o óleo de palma terá sido obtido de forma responsável. Esta aplicação remove qualquer dúvida, uma vez que o consumidor recebe a resposta assim que o produto é digitalizado. ”




Desflorestação na Malásia com o objectivo de vir a produzir óleo de palma



Jane acrescentou ainda que a aplicação oferece uma alternativa a boicotar por completo o óleo de palma, algo que muitos dizem ser improvável de ser uma medida eficaz, não só devido ao baixo custo do óleo de palma, mas também devido à grande quantidade de produto que é consumida fora dos mercados ocidentais.



“Nós sabemos que remover o óleo de palma não é a resposta. No entanto, se uma marca não se comprometer a implementar uma política activa contra a desflorestação, garantindo que remove a destruição das florestas da sua cadeia de fornecimento, ou que muda para o óleo de palma certificado imediatamente, então a marca devem deixar de utilizar este óleo por completo no fabrico dos seus produtos “, explicou Jane. “Muitas marcas não estão a corresponder às expectativas, e continuam a contribuir para o problema.”



“A solução está na regulamentação do óleo de palma, porque não importa o quanto os consumidores conseguem boicotar a compra do mesmo, este é um produto que está aqui para ficar. Esta aplicação dá, no entanto, aos consumidores a hipótese de escolherem produtos alternativos e marcas que estão a agir de forma correcta devem ser elogiadas para que outras marcas sigam o exemplo.”



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