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Exploração madeireira ilegal continua desenfreada no Brasil

A exploração madeireira ilegal, que continua se espalhando no estado do Pará, foi objeto de uma avaliação divulgada pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).



Analisando as informações fornecidas por satélite e por registros da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará, SEMA, a ONG sediada no Brasil descobriu que 78 por cento das explorações madeireiras documentadas pelo satélite entre agosto de 2011 a julho de 2012 eram ilegais. Cerca de 122.337 hectares da floresta tropical foram derrubados durante o período, representando um aumento de 151 por cento comparado com o ano anterior, quando 48.802 hectares foram ceifados ilegalmente.



A exploração madeireira ilegal ultrapassou de longe o registro legal no estado: a área de exploração ilegal era três vezes e meia maior que os 34.902 hectares onde exploração havia sido autorizada.



No município de Portel ocorreu 15 por cento da exploração ilegal. Em Paragominas, município proclamado pelo seu progresso na redução do desmatamento desde 2009, foi registrado menos de 4 por cento da exploração ilegal de madeira.



Exploração ilegal de madeira no Pará



Exploração ilegal de madeira no Pará, por municípios
40 por cento dos desmatamentos da Amazônia brasileira desde 2004 – 44.361 quilômetros quadrados – ocorreram no Pará.




A exploração ilegal ocorreu em apenas 2055 hectares das reservas indígenas no estado. Em contraste, mais de 8.000 hectares das áreas de conservação foram ilegalmente ceifadas.



Quase um quarto das explorações ilegais ocorreu em áreas destinadas à colonização durante o programa de reforma agrária brasileiro.



O estudo constatou ainda que as concessões legais foram muito bem administradas, tendo-se 87 por cento das operações em conformidade como os planos de gestão. Menos de 300 dos 476.454 hectares sob concessão para a exploração madeireira foram desmatados nos últimos cinco anos.




Exploração Madeireira e Desmatamento no Pará.

Desmatamento e exploração ilegal de madeira no Pará, Brasil. Imagem ao fundo: cortesia da Google Earth, dados do INPE e IMAZON.




Apesar de ter havido uma queda no desmatamento em geral no período, a exploração madeireira ilegal sofreu um aumento: O Pará sofreu uma perda florestal anual de 42 por cento entre 2010 e 2011 e entre 2011 e 2012, enquanto que a Amazônia brasileira como um todo sofreu uma queda de 29 por cento. O desmatamento no Brasil diminuiu bruscamente desde o seu último pico, em 2004.



Ainda, o aumento constante da exploração ilegal de madeira sugere que o Pará pode estar em risco de ver uma reversão na tendência de queda do desmatamento. Estudos mostraram que as áreas exploradas tem probabilidade maior de desmatamento futuro se comparadas com as florestas intocadas. Além disso, as florestas degradadas pela exploração são mais vulneráveis à seca e ao fogo, os quais vêm piorando na região na última década.








A Amazônia é a maior floresta tropical da Terra. Mais de três quintos da Amazônia estão dentro das fronteiras do Brasil.





CITAÇÃO: André Monteiro, Dalton Cardoso, Denis Conrado, Adalberto Veríssimo & Carlos Souza Jr. (2013). Transparência Manejo Florestal Estado do Pará – 2011 a 2012. Imazon: Belém.





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