Oficial peruano é surpreendido com o aparecimento de 1.000 hectares de plantação de óleo de palma
No Peru, um oficial regional florestal se mostrou surpreso com o repentino aparecimento de uma plantação de 1.000 hectares de óleo de palma no coração da floresta amazônica, reporta o La Region.
Notificado da nova plantação que, de acordo com dados de sensoriamento remoto, foi estabelecida entre (dezembro de 2012 e maio de 2013) perto de Tamshiyacu, Peru, Abel Benitez Sanchez, diretor do Programa Regional de Gerenciamento Florestal e Vida Selvagem para o Departamento de Loreto, disse ao jornal que ele não havia autorizado o projeto ou dado aprovação para a derrubada de árvores na área. O Procurador Geral da região está abrindo investigação sobre o ocorrido, o qual deveria ter tido um plano de negócios, uma avaliação sobre o impacto ambiental e um estudo sobre o solo, antes do prosseguimento.
Imagem por satélite fornecida por Clinton Jenkins para mongabay.com mostrando uma área de 12 km de floresta fora de Tamshiyacu, Peru. A primeira imagem mostra o estado da floresta no dia 7 de dezembro de 2012. A segunda imagem mostra as novas plantações, no dia 28 de maio de 2013. A terceira imagem fornece o contexto em escala de paisagem.
A revelação surge menos de seis meses após um empreendedor agrícola ter sido pego nivelando 7.000 hectares para uma plantação de óleo de palma. Ele inicialmente negou ter limpado a mata mas os dados de satélite, fornecidos por cientistas trabalhando na área, demonstram que o público estava sendo enganado.
“Aqueles planejando destruir a floresta Amazônica com a plantação industrial de óleo de palma deveriam ser advertidos”, disse Clinton Jenkins, especialista em Sistema de Informações Geográficas (GIS na sigla em inglês) na Universidade Estadual da Carolina do Norte, na ocasião.
“Do espaço, nós podemos ver tudo o que eles fazem; portanto eles estarão se expondo se mentirem”.
Atualmente, enquanto as plantações de óleo de palma na Amazônia peruana são relativamente poucas, comparadas com outras partes do mundo, elas têm se expandido rapidamente nos últimos anos e têm aumentado a preocupação que isso se torne o principal causador do desmatamento na região. Um estudo publicado na revista Environmental Research Letters em 2012, revelou que 72 por cento da expansão de óleo de palma na Amazônia peruana desde o ano 2000 ocorreu às custas da floresta. O estudo concluiu que a expansão em áreas florestais era mais comum com plantações industriais do que com plantações de baixa produtividade, estabelecidas por pequenos produtores.