O desmatamento na Amazônia brasileira parece ter aumentado significativamente durante o ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os dados reunidos mensalmente pelo sistema de alerta de desmatamento do INPE mostram um crescimento de 34% nos últimos 12 meses, registrados até 31 de julho de 2013, em relação a esse mesmo período do ano anterior. O Brasil acompanha o desmatamento no intervalo entre 1 de agosto a 31 de julho, regularmente.
Os números são menos drásticos do que os divulgados mês passado pela Imazon, uma organização brasileira não-governamental independente. Ao todo, o sistema de monitoramento de desmatamento da Imazon mostra um aumento de 92% na perda de floresta no período.
No entanto, os números são considerados preliminares, pois são derivados de um sistema de detecção de desmatamento em tempo real e relativamente de baixa resolução, que mede apenas o desmatamento em áreas maiores que 25 hectares. Dados mais precisos – baseados em imagens de maior resolução do satélite Landsat, que mede clareiras abaixo de 6,25 hectares – são geralmente divulgados em dezembro ou janeiro.
Contudo, os dados de baixa resolução geralmente são úteis para identificar as tendências. Em três, dos últimos quatro anos, as informações reunidas pelo DETER preveram com precisão se o desmatamento tinha aumentado ou diminuido no ano em questão. Como exemplo, os dados coletados pelo DETER no ano passado indicaram 23% na redução de clareiras na floresta. O montante final para 2011/2012 foi uma queda de 29%, segundo o INPE.
Ano | INPE – DETER Alerta mensal indicado (sq km) |
INPE – PRODES Avaliação ao final do ano (sq km) |
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2007/08 | 8,147 | 12,911 | ||
2008/09 | 4,375 | -46% | 7,464 | -42% |
2009/10 | 2,296 | -48% | 7,000 | -6% |
2010/11 | 2,680 | 17% | 6,418 | -8% |
2011/12 | 2,051 | -23% | 4,571 | -29% |
2012/13 | 2,757 | 34% |
Os números mais recentes divulgados pelo INPE não foram tão ruins. A perda de florestas em agosto de 2013 foi 45% menor que agosto de 2012. Além do mais, espera-se que a imagem final do desmatamento da Amazônia brasileira para 2012/2013 permaneça abaixo do nível registrado há cinco anos.
No plano nacional do governo sobre o clima, a meta para 2013 é manter o desmatamento da Amazônia inferior a 8.000 km2. Para o próximo ano, o limite diminui para 5.586 km2. De uma maneira geral, o Brasil, que representa mais de 60% da Amazônia, pretende reduzir o desmatamento na maior floresta tropical da Terra para 80% até 2018.