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O Brasil alardeia progressos na redução da perda florestal, mas falha em notar o agravamento do desmate

Hoje, em um comunicado de imprensa da ONU para o Dia Mundial do Meio-Ambiente, o governo brasileiro destacou uma queda acentuada no desmatamento, desde 2012. O problema é que a superpotência da América do Sul não reconheceu o que parece ser um forte aumento na perda da floresta amazônica desde o ano passado, informa o Greenpeace.



In Em um post, divulgado no blog oficial do governo, o Brasil vangloriou-se por conta da queda de 84% no desmatamento da Amazônia, entre agosto de 2011 e julho de 2012, em relação a 2004, ano em que foi promulgado um plano para controlar o desmatamento na região. O PPCDAM, como o programa é chamado, inclui inúmeras medidas, tais como o aumento no rigor de aplicação das leis, o monitoramento por satélite e incentivos para práticas menos destrutivas. O programa é considerado um sucesso.



No entanto como observa o Greenpeace, o desmatamento vem aumentando desde o ano passado, quando o Brasil aprovou uma versão revisada do seu Código Florestal, que regula o quanto da floresta um latifundiário particular deve preservar. Ambientalistas dizem que o novo Código Florestal é menos restritivo do que a versão anterior e vai estimular o aumento do desmatamento da floresta.




Data from Imazon



Data from INPE





O Greenpeace argumenta que a decisão do governo brasileiro de relançar os dados antigos é um pouco desonesta, dado o pequeno aumento recente.



“Hoje, o governo brasileiro continua repetindo a mesma velha história. Usar o Dia Mundial do Meio-Ambiente para relançar dados antigos de desmatamento é um truque barato para encobrir a realidade de que a floresta amazônica e seus habitantes estão enfrentando um aumento do perigo.” disse Paulo Adario, consultor estratégico do Greenpeace International, em um comunicado. “O Brasil precisa parar de se esconder atrás do progresso feito no passado, e enfrentar a realidade de que a Amazônia está sob crescente ameaça. O Brasil é capaz de continuar a evoluir economicamente, sem destruir a Amazônia e o seu povo, mas está aquém dos planos que colocam a Amazônia em risco”.



Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da ONG Imazon sugerem um aumento significativo na perda da floresta, desde agosto do ano passado. Os dados finais para o ano de 2012-2013 não serão liberados até dezembro, após as imagens de satélite de alta resolução terem sido processadas e analisadas. O desmatamento no Brasil é monitorado em um calendário que vai de agosto do ano anterior a julho do ano posterior, correspondente à estação seca, quando os satélites podem capturar as melhores imagens da região, que muitas vezes fica encoberta por nuvens, durante as épocas mais úmidas do ano.


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