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Desmatamento na Amazônia brasileira ocorre em ritmo 88% maior que no ano passado

Análises por satélite de uma ONG com sede no Brasil indicam que o desmatamento na Amazônia brasileira continua a crescer em ritmo muito maior que no ano passado, quando o governo aprovou uma versão enfraquecida de sua lei dominante sobre uso de terras florestais.



O sistema de rastreamento em tempo quase real de desmatamento da Imazon — conhecido como “SAD” — detectou 1.570 quilômetros quadrados de perda acumulada de floresta entre agosto de 2012 e abril de 2013, um aumento de 88% sobre os 836 km² devastados durante o ano anterior. Entretanto, a degradação acumulada de floresta decaiu quase um quarto, de acordo com o sistema.



O sistema de rastreamento do próprio governo brasileiro sugere um aumento mais moderado no desmatamento entre os dois períodos. O INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, divulgou suas estatísticas mais cedo neste mês, estimando uma perda florestal de 1864 km² entre agosto de 2012 e abril de 2013, 14% maior que os 1631 km² do ano anterior.










Em ambos os casos os sistemas em tempo quase real não são tão precisos quanto os sistemas utilizados para rastrear o índice anual de desmatamento, que são realizados no auge da temporada de seca todos os anos, quando a presença de nuvens é mínima. As ferramentas de períodos mais curtos, que possuem resolução relativamente mais áspera, são utilizadas mais para alertar as autoridades sobre o local de eliminação de floresta do que para medir mudanças em sua cobertura.



Enquanto o desmatamento parece estar em índices mais altos neste ano, permanece abaixo dos registros históricos. Ainda assim, caso o índice de desmatamento dobre sobre os 4.656 km² do ano passado, o Brasil não alcançará seu objetivo de limitar a eliminação para 8.000 km². Esse objetivo deve ser reduzido para 5.586 km² em 2014.



Os motivos por trás do aumento no desmatamento ainda são desconhecidos, mas um dos fatores pode ser a revisão do Código Florestal do país no ano passado, que limita a quantidade de floresta a ser eliminada em terras privadas na Amazônia. Ambientalistas que lutam por uma alteração no código disseram que a revisão poderia aumentar a conversão de florestas para criação de gado e fazendas. O valor do real também caiu desde abril, tornando exportações agrícolas mais competitivas e lucrativas para os lavradores.



Mais de 60% da floresta amazônica — a maior floresta tropical do mundo — está localizada no Brasil.


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