Iguana verde na Colômbia. Foto: Rhett A. Butlerr
Aproximadamente, um quinto dos répteis do planeta está ameaçado de extinção, alerta uma nova análise publicada na revista Biological Conservation
A análise, efetuada por especialistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL) e a Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN (SSC) é baseada no risco de extinção de 1,500 répteis selecionados aleatoriamente. Os pesquisadores concluíram que 19% dos répteis estão ameaçados de extinção de acordo com critérios da IUCN, sob a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas. Dos 19%, um em oito é classificado em Perigo Critico, o maior nível de risco sob o sistema de Lista Vermelha. 41% estão classificados como Ameaçados e 47% são Vulneráveis.
O estudo alerta que os répteis podem enfrentar um risco crescente devido às mudanças climáticas, que agravam a vulnerabilidade devido à destruição de habitat, à captura excessiva para o comércio de espécies selvagens e à introdução de espécies invasoras.
“Répteis são frequentemente associados com habitats extremos e condições ambientais difíceis, por isso é fácil supor que eles ficarão bem em nosso mundo em mutação”, disse a principal autora Monika Böhm em uma declaração. “No entanto muitas espécies são altamente especializadas em termos de uso do habitat e das condições climáticas que exigem para o dia a dia. Isso as torna particularmente sensíveis às mudanças ambientais.”
O esforço, que inclui a avaliação cuidadosa de tendências das populações, habitats, e riscos para cada espécie, visa determinar quais espécies devem ter prioridade de conservação.
“As falhas no conhecimento e deficiências em ações efetivas de conservação precisam ser resolvidas para garantir que os repteis continuem a prosperar no mundo,” disse o coautor Ben Collen, chefe da Unidade de Avaliação e Indicadores. “Essas descobertas fornecem um atalho para permitir que importantes decisões de conservação sejam feitas o mais rápido possível e coloque os répteis no mapa de conservação”.
“Esse é um passo muito importante para avaliar o estado de conservação de répteis globalmente,” acrescentou Philip Bowles, Coordenador da Lista Vermelha de Cobras e Lagartos da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN. “Estas descobertas soam um alarme sobre o estado dessas espécies e o crescimento de ameaças que elas enfrentam globalmente. Combater as ameaças identificadas, que incluem perda de habitat e colheita, é uma prioridade de conservação para reverter o declínio desses repteis.”
Os répteis são em grande parte, um grupo de animais de sangue frio que inclui cobras, lagartos, anfisbenas ou “cobra-cegas”, crocodilos, tartarugas e cágados e tuataras. Eles são encontrados em todos os continentes, exceto a Antártica.
Distribuição global de espécies afetadas pelas duas principais ameaças aos répteis terrestres e de água doce: (A) número de espécies afetadas pela perda do habitat de agricultura e exploração da madeira e (B) número de espécies afetadas pela colheita. Controlando a riqueza de espécies por quadricula, nos mostramos o número de espécies em categorias de ameaça elevada (CR, EM, VU, NT) afetadas por ameaças em questão como a proporção de riqueza de espécies total (todas as categorias) por quadricula para (C) perda de habitat devido a agricultura, exploração da madeira e (D) colheita.
CITAÇÃO: Monika Böhm et al. The conservation status of the world’s reptiles. Biological Conservation, Volume 157, January 2013, Pages 372-385