José Rodrigues Moreira, um latifundiário brasileiro, que supostamente é o mandante dos assassinatos dos ativistas amazonenses José Cláudio Ribeiro da Silva e de sua esposa Maria, foi absolvido esta semana por falta de provas. Mas, os dois homens que praticaram o crime, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento, foram considerados culpados e pegaram 42 e 45 anos de prisão, respectivamente.
Em 2011, Moreira teria contratado os dois pistoleiros para matar o casal de ativistas, após eles terem se posicionado contra a expulsão de três famílias das terras dele. Os conflitos de terra têm sido corriqueiros em algumas partes do Brasil, frequentemente culminando em atos de violência e assassinatos. Na verdade, o caso dos ativistas é mais evidente por causa da repercussão internacional das notícias, e foi a julgamento mais por esse fato do que pelo ocorrido em si.
José Cláudio Ribeiro da Silva, conhecido como ‘Zé Cláudio’, era um opositor de longa data à extração ilegal de madeira e ao desmatamento, no estado brasileiro do Pará, que é considerado um dos estados mais sem-lei do país. Zé Cláudio e a esposa foram ‘abatidos’ na noite de 23 de maio de 2011.
Vários meses antes da sua morte, o ativista disse à plateia em uma das palestras do TED Talks, “Eu vou proteger a floresta a qualquer custo. É por isso que eu posso levar uma bala na cabeça a qualquer momento… porque eu denuncio os madeireiros e produtores de carvão vegetal, e é por isso que eles acham que eu não posso viver, mas o meu medo não me cala. Enquanto eu tiver forças para caminhar, eu vou denunciar todos àqueles que prejudicam a floresta.”
A Comissão Pastoral da Terra recentemente anunciou que 32 ativistas de terra foram mortos em 2012, um aumento de 10% em relação a 2011, quando ocorreu o assassinato do casal Silva.
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