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A desflorestação no Brasil atinge um mínimo histórico entre 2011-2012

Diminuição de 27% em floresta desbastada no Amazonas brasileiro



Annual Amazon deforestation.


De acordo com dados provisórios divulgados na terça feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a desflorestação no Amazonas brasileiro caiu para a mais baixa taxa, desde que os registos anuais foram iniciados em 1988.



Durante os 12 meses que finalizaram em 31 de julho de 2012, 1,798 milhas quadradas (4,656 quilómetros quadrados) de floresta Amazónica foram desbastados, menos 27 por cento do que no mesmo período do ano anterior. De acordo com o INPE, a taxa brasileira caiu 76 por cento em relação à linha de base de referência estabelecida nos 80 por cento de redução até 2020.



O governo atribui estes resultados a um melhor cumprimento da lei e a uma monitorização via satélite na região. Na década que passou, o Brasil também colocou em áreas protegidas e reservas indígenas, vastas áreas de florestal tropical. No entanto especialistas independentes sugerem que os ganhos têm sido sustentados por tendências macro-económicas- incluindo um Real forte (a moeda brasileira)- que tornaram a expansão, dos rancheiros e fazendeiros, para novas áreas florestais menos lucrativas. Os compradores de comodidades, nos mercados estrangeiros, parecem estar menos dispostos a verem os seus produtos associados com a desflorestação, contribuindo para uma mudança nas prácticas.







Há no entanto sinais preocupantes que esta tendência descendente pode estar perto da inversão. Os dados divulgados pela Imazon, uma ONG brasileira, mostram que a desflorestação deste 1 de Agosto de 2012 está bem à frente do ritmo registado no ano passado (a INPE não forneceu uma actualização pública do seu sistema de monitorização da desflorestação em tempo quase-real, desde Setembro). Entretanto o país aprovou uma versão revista do Código Florestal, que determina qual a quantidade de floresta que os donos das terras podem desbastar no Amazonas e outras regiões. Os grupos ambientais afirmam que as mudanças afrouxam de forma efectiva as regras para os rancheiros e fazendeiros, podendo estimular mais desflorestação. Ao mesmo tempo, o BNDE, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico do Brasil, está a alocar todos os anos, dezenas de milhares de milhões de dólares para novos projectos de infra-estruturas- incluindo barragens e estradas- o que poderá aumentar a pressão nas florestas, dentro ou fora do Brasil. Por último, um enfraquecimento do Real poderia melhorar os lucros agrícolas brasileiros, conduzindo à expansão.



Os cientistas estão preocupados com as tendências ecológicas no Amazonas. Mais especificamente, em 2005 e 2010, a região sofreu duas das piores secas desde sempre registadas. As secas- que não foram ligadas a temperaturas mais quentes no Atlântico tropical- desencadearam fogos florestais generalizados, diminuíram o caudal dos rios e conduziram a uma morte florestal ao longo de largas faixas no Amazonas. Os investigadores temem que a intensidade e frequência de tais incidentes possam aumentar com o aumento global da temperatura.



O destino do Amazonas tem implicações importantes para a humanidade. As florestas na região armazenam mais de 80 milhares de milhões de toneladas de carbono, servindo de refúgio para centenas de milhares de plantas e espécies animais, e influenciam os padrões climáticos globais, incluindo o fornecimento de água a áreas que produzem 70 por cento do Produto Interno Bruto da América do Sul.


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