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Tecnologia avançada revela morte massiva em partes remotas e não exploradas da Amazônia


Imagem caleidoscópica mostrando a biodiversidade da floresta tropical da Amazônia. Cada cor representa diferentes características químicas, revelando informação sobre a biodiversidade e taxas de crescimento. Foto obtida por cortesia de Carnegie Airborne Observatory.


Várias condições graves de secas em 2010 parecem ter aumentado substancialmente a mortalidade de árvores na Amazônia Ocidental, uma região considerada como bastante imune aos piores efeitos de alterações que ocorrem em outras partes da maior floresta tropical do mundo, segundo investigação apresentada na última semana na reunião da American Geophysical Union (AGU). Os resultados sugerem que a Amazônia pode enfrentar uma vulnerabilidade maior do que a esperada à mudança climática, reduzindo potencialmente a sua capacidade de ajudar a mitigar emissões de gases de efeito estufa, pela absorção de dióxido de carbono através de crescimento mais rápido.




Os resultados são baseados em meses de mapeamento usando um avançado sistema aéreo que revela, tanto a estrutura física como química de uma floresta com resolução extremamente elevada. O sistema – conhecido como Airborne Taxonomic Mapping System (AToMS) – foi desenvolvido por uma equipa liderada por Greg Asner de Carnegie Institution.



De acordo com Nature News, Asner descobriu que a gigantesca seca desencadeou uma queda de 4 por cento de árvores na área mais afetada, o que representa um aumento considerável sobre a taxa normal.



“A perda de galhos aumentou quatro vezes à medida que a equipa se dirigia para o epicentro da seca, ao passo que a taxa de árvores caídas aumentou cerca de 50 por cento,” escreve Jeff Tollefson. “Mas as árvores são grandes e demoram tempo para cair, o que significa que a taxa de árvores caídas irá aumentar nos próximos anos.”



Os resultados, que estão sendo revistos, sugerem que a Amazônia pode ser menos resistente à mudança climática do que haviam previsto outros estudos. Espera-se que o aquecimento global aumente a incidência de secas ao longo de grande parte da Bacia Amazônica, uma previsão que já se aproxima – desde 2005, a região passou pelas duas piores secas jamais registradas.





Os resultados preliminares chegam pouco depois de um estudo publicado em Nature ter prevenido que as florestas em todo o mundo são vulneráveis a uma mortalidade elevada devido ao estresse da seca. A pesquisa descobriu que 70 por cento das espécies de árvores escolhidas aleatoriamente são particularmente vulneráveis à redução de disponibilidade de água.




Dois aspectos da cobertura de floresta tropical em Madre de Dios, Peru, da CAO. A imagem caleidoscópica inferior, tirada na Reserva Manu Biosphere, revela sinais de biodiversidade que se perderam claramente a olho nu. Fotografias obtidas por cortesia de Carbegie Observatory Airborne.




O sistema de Carnegie utiliza poderosos sensores óticos, químicos e laser para criar uma elevada resolução, mapas tridimensionais da estrutura de vegetação e comunidades de plantas. AToMS pode capturar imagens detalhadas de árvores individuais a uma taxa de 500.000 ou mais por minuto.




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