Desmatamento e emissões na Amazônia, 2005-2011
As emissões anuais de desmatamento na Amazônia caiu cerca de 57 por cento entre 2004 e 2011, 20 pontos percentuais menor na queda de desmatamento, relata um novo estudo publicado na revista Global Change Biology por cientistas brasileiros. No geral, o desmatamento brasileiro representou cerca de 1,5 por cento nas emissões globais de carbono de atividades humanas.
Os resultados são baseados em um novo sistema de monitoramento de emissões, desenvolvido por pesquisadores do Instituto National de Pesquisas Espaciais (INPE) e outras instituições. O sistema utiliza dados de satélite e mapas de biomassa para estimar as emissões de carbono na base anual.
Segundo a Nature, a diferença de 20 por cento entre a queda do desmatamento anual da floresta e as emissões pode ser atribuído em parte ao “atraso natural dos estoques de carbono que decai lentamente e faz o seu caminho para a atmosfera como o dióxido de carbono.” No entanto, reflete que o desmatamento está ocorrendo cada vez mais em florestas mais densas, que armazenam mais carbono do que as florestas de transição no sul da Amazônia. Assim, o modelo estima biomassa média de áreas desmatadas em 198 toneladas de carbono por hectare em 2005 e 218 toneladas por hectare em 2011. Os resultados também sugerem que a regeneração da floresta não será seqüestrando tanto carbono como esperavamos, desde que as florestas secundárias podem ser apuradas após a rebrota.
Nature observa que a metodologia não pode completamente considerar as emissões de degradação resultantes da exploração de madeira. Os pesquisadores estão trabalhando sobre essa questão.
Imazon, uma ONG brasileira, também tem um sistema de rastreamento de emissões de carbono do desmatamento, que é baseado no sistema do próprio grupo que monitora o desmatamento. Imazon lança atualizações mensais “comprometidos” com as emissões por desmatamento – emissões que irá resultar no desmatamento da floresta após o decaimento da vegetação.
CITAÇÃO: Aguiar, A., et al (2012), Modeling the spatial and temporal heterogeneity of deforestation-driven carbon emissions: the INPE-EM framework applied to the Brazilian Amazon. Global Change Biology. doi: 10.1111/j.1365-2486.2012.02782.x