CO2 Atmosférico (ppm) em Manua Loa desde 1959.
A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera atinge novo recorde em 2010, de acordo com a organização mundial de meteorologia das Nações Unidas, que constatou que o aquecimento de gases de efeito estufa aumentou
29% entre 1990 e 2010. O anúncio foi feito poucos dias antes do encontro entre autoridades na decima sétima Conferência do Clima em Durban, África do Sul, onde as expectativas para que se chegue ha um acordo com peso legal são poucas, com a maior parte das nações desenvolvidas afirmando não esperar que um novo acordo tenha efeito até 2020.
“A carga atmosférica de gases de efeito estufa devido às atividades humanas, mais uma vez atinge novos recordes relativa ao nível de concentração pré-industrial”, o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, disse em um comunicado. “Mesmo se conseguíssemos parar as nossas emissões de gases de efeito estufa hoje, e isso está longe de ser o caso, os gases de efeito estufa permanecerão na atmosfera por décadas, continuando a afetar o delicado equilíbrio do nosso planeta vivo e do nosso clima.”
Ao invés de o aumento de carbono estar diminuindo, o relatório da WMO descobriu que a concentração de carbono esta acelerando. A abundância de carbono na atmosfera aumentou de 2,3 partes por milhão no ano passado, enquanto a média para a década de 1990 foi de 1,5 partes por milhão. Metano, e óxido nitroso também atingiram níveis recorde.
O carbono atualmente se concentra em 389 partes por milhão. Com os países se comprometendo a limitar as alterações climáticas a um aumento máximo da temperatura global de 2 graus Celsius, eles terão de manter o nível abaixo de 450 partes por milhão. No entanto, outros argumentam que até 450 partes por milhão é muito arriscado. Nações pobres e vulneráveis pressionam para que um acordo em manter o aquecimento de 1,5 graus Celsius seja implementado, embora muitos cientistas acreditam ser extremamente difícil, se não impossível.
Fracasso político
Até o momento, os esforços internacionais para conter as emissões de gases de efeito estufa são lentos, modestos e casuais. Depois do que foi percebido em grande parte como um fracasso na cúpula climática de Copenhague em 2009, as nações estão travadas em um impasse na elaboração de um acordo global para combater a mudança climática. Os esforços preliminares para Durban não irão mudar essa tendência.
Países ricos, incluindo os EUA e o Reino Unido, declararam recentemente que eles esperam um tratado internacional entrando em vigor somente apos 2020. No entanto, um estudo recente descobriu que, para que seja mantida a promessa em manter as temperaturas em um nível não superior a 2 graus Celsius, emissões teriam que começar a cair significativamente em 2020.
Nações pobres e vulneráveis, frustradas pela falta de progresso nas negociações, estão articulando uma chamada ao ex-presidente da Costa Rica José Maria Figueres para “ocupar Durban”, uma referência ao movimento Ocupar Wall Street que varreu os EUA e outras partes do mundo. Um site dedicado a esta ideia declara: “As empresas privadas estão ocupando nossos lugares nas negociações climáticas da ONU e governos corrompidos pela influência corporativa estão reivindicando para representar nossas necessidades. Eles estão abusando e conturbando o processo de consenso, uma vez posto em prática para garantir que mesmo o menor e mais vulnerável possa se expressar. ”
Todd Stern, enviado do clima para os EUA, argumenta que houve um progresso significativo e acordos não vinculativos, “define o que estamos fazendo entre agora e 2020.”
Os cientistas há décadas defendem a tese de que o mundo está ficando mais quente devido às emissões de gases de efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis, bem como desmatamento e práticas agrícolas. A mudança climática global tem sido associada ao derretimento do Ártico, aumento global do nível do mar, aumento das secas e inundações, piora das condições meteorológicas extremas e desertificação. Impactos futuros incluem o aumento de conflito global, refugiados, fome e extinção em massa.