A queda de São Rafael, cachoeira mais alta do Equador, está ameaçada por um projeto de hidroelétrica financiado pela China, relata Save America’s Forests, um grupo ambientalista.
O Projeto de 1.500 megawatt da Hidroelétrica Coca-Codo Sinclair vai desviar o fluxo de água da Queda de São Rafael que tem 146 metros de altura, deixando-a alta e seca. Pior, o projeto, que está previsto para ser terminado em 2016, pressionará a Reserva de Bioesfera Sumaco, uma área tão reconhecida por sua biodiversidade que “mesmo as companhias petrolíferas a pouparam durante a inspeção e desenvolvimento dos corredores de canos na Amazônia Equatoriana”, de acordo com Save America’s Forests, que dizem que a cachoeira se tornou e principal atração de Sumaco.
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“A cachoeira está localizada na zona de transição mega-diversificada entre as montanhas dos Andes e a Amazônia”, informou o grupo ambientalista à imprensa. “A queda se tornou uma das imagens mais populares e icônicas na promoção do ecoturismo no Equador, uma país que rendeu manchetes em 2008 por ter sido o primeiro a garantir direitos constitucionais à natureza propriamente dita”.
Matt Finer do Save America’s Forests diz que a barragem contraria o espírito da constituição do Equador como também sua recente proposta de proteção do Parque Nacional Yasuni na amazônia contra o avanço do petróleo.
“Basicamente você tem o primeiro país do mundo que respeita a natureza legalmente, e eles estão prestes a destruir sua maior cachoeira. Enquanto aplaudimos e apoiamos a revolucionária iniciativa do Equador que preserva as reservas de petróleo em solo da Amazônia, este projeto hidroelétrico nada mais é do que um passo pra trás”.
Também se questiona a escala da barragem.
Matthew Terry da Fundação Rio Napo com base no Equador diz que a barragem é projetada para fluxos muito maiores do Rio Coca. Além disso, o projeto não tem “um estudo de impacto ambiental esclarecedor, nem um número de estudos técnicos, designs finais ou orçamento definitivo”.
“Não tenho dúvida que quando a estrutura com capacidade para sugar 200 metros cúbicos por segundo do canal do rio, e o rio tiver apenas metade disso eles vão sugar o rio inteiro e deixar a Queda de São Rafael virtualmente sem água”, disse Terry.
O projeto também vai precisar que estradas sejam construídas em Sumaco. Uma nova rodovia de acesso já está sendo construída em área da reserva anteriormente virgem para chegar no local proposto para a casa de energia.
“Agora está claro para os cientistas que a construção da novas rodovias é o fator que mais impulsiona o desflorestamento, portanto, construir novas estradas no meio de áreas protegidas da reserva de biosfera de Sumaco sem um planejamento adequado e estudos é incrivelmente irresponsável”, disse Finer.
Terry e Finer estão pedindo um adiamento para o Governo Equatoriano, ou pelo menos um atraso significativo, para que analisem um projeto a favor de dois projetos de hidroelétricas (Sopladora e Cardenillo) mais próximos a centros urbanos que gerariam mais de 600 megawatt, perderia menos eletricidade durante a transmissão e resultaria em menores danos ao ambiente. Eles também destacam 3 projetos geotérmicos que gerariam mais de 400 megawatt de energia.