Notícias ambientais

KFC e Walmart contribuem para a destruição de florestas tropicais na Indonésia e ameaçam Orangotangos

Grandes empresas americanas estão contribuindo para a destruição das florestas tropicais na Indonésia comprando papel do grupo APP, um subsidiário do conglomerado Sinar Mas com base na Indonésia, é o que alega um novo relatório do Greenpeace.




Investigando dois locais da Indonésia na Ilha de Sumatra, o grupo ativista documentou a destruição das florestas tropicais e pantânos densos em carbono pelo grupo APP, uma empresa que perdeu grandes contratos nos últimos anos devido a sua pobre história ambientalista. Desde então o empresa lançou uma campanha de relações públicas e novas marcas na tentativa de recuperar negócios no mercado Ocidental. O Greenpeace relata que as empresas Carrefour, Tesco e Kraft estão excluindo produtos do grupo APP, enquanto “as empresas Kimberly-Clark, Nestle e Unilever estão implementando novas políticas que também irão barrar suplementos do grupo APP, a não ser que a empresa e seus fornecedores realizem mudanças consideráveis”.




Destruição de floresta em concessão de cululose do Sinar Mas, paisagem de Bukit Tiga Puluh, na Sumatra. Bukit Tigapuluh. Com mais de meio milhão de hectares, a paisagem da floresta Bukit Tigapuluh na Sumatra Cental é um dos últimos refúgios para o criticamente ameaçado tigre da Sumatra. Foi considerado um dos 20 lugares de proridade global para conservação de tigres. Dessa paisagem, 144.000 hectares são parte do Parque Nacional Bukit Tigapuluh. Bukit Tigapuluh é a região de floresta tropical mais baixa da ilha, que abriga uma diversidade incrível: 660 espécies de planta, 200 espécies de aves e 60 de mamíferos, incluindo o altamente ameaçado Leopardo-nebuloso (Neofelic nebulosa), a anta-malaia (Tapirus indicus) e o Elefante (Elephas maximus). Data: 26 Abril 2010. Foto e leganda: cortesia Greenpeace.

O Greenpeace classificou Walmart, Auchan e Kentucky Fried Chicken (KFC) como empresas que continuam comprando do grupo APP apesar de seu papel no desflorestamento e degradação de pântanos.




“Esta investigação mostra como grandes empresas internacionais como o Walmart e a KFC estão destruindo os pântanos e florestas da Indonésia por causa de produtos de uso diário como o papel”, disse Bustar Maitar, ativista florestal do Greenpeace do Sudeste Asiático em uma declaração. “Algumas das marcas mais conhecidas do mundo estão reduzindo o mundo a pó”.




Maitar acrescentou que qualquer empresa que compra da empresa parente do grupo APP, Sinar Mas, que é também a segunda maior fornecedora do mundo de oléo de palmeira, é cúmplice da destruição das florestas tropicais da Indonésia, que abriga as espécies criticamente ameaçadas como o Rinoceronte da Sumatra, o tigre da Sumatra, e os Orangotangos da Sumatra, além da população local que depende da comunidade florestal em baixa escala para seu sustento.




Clareira em floresta de Mato Grosso. Foto: Rhett A. Butler.



Um relatório do Greenpeace de Junho de 2009 relacionou grandes marcas de consumo ao desflorestamento na Amazônia. Pouco depois o Wal-Mart implementou novas políticas para importação de carne e couro do Brasil.

“A Sinar Mas não só é culpada de abusos ambientais, é também reincidente – seus ‘compromissos com sustentabilidade’ não valem o papel em que foram escritos. O Greenpeace está pedindo que todas as empresas como o Walmart e a KFC parem de negociar com a Sinar Mas imediatamente”, disse Maitar.




O relatório, entitulado ‘Como a Sinar Mas está pulverizando o Planeta’ [PDF], alega que o grupo APP está drenando pântanos com profundidade maior que 3 metros, uma violação direta da lei na Indonésia.




A Indonésia ocupa o terceiro lugar no ranking de maiores emissores de gases estufa que resultam principalmente da produção de dióxido de carbono devido a queimadas e drenagens de pântanos. Em maio, o presidente da Indonésia Susilo Bambang Yudhoyono assinou um acordo de conservação de U$1 bilhão de dólares com a Noruega para proteger as florestas remanescentes do sudeste asiático. O plano inclui uma moratória de dois anos em novas concessões de exploração de madeira e plantações em pântanos e principalmente florestas a partir do próximo ano. A iniciativa tem sido fortemente contestada pelo poderoso lobby madeireiro.








(7/7/10) Acusações do Greenpeace contra Walmart são questionadas: Walmart contra-ataca Greenpeace sobre acusações de desflorestamento.



Exit mobile version