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Queimadas no Brasil se tornam sensação no Twitter

A quantidade de queimadas acontecendo no Brasil aumentou mais que o dobro, comparando com o mesmo período do ano passado. Surpreendentemente, as notícias pegaram fogo também no Twitter, com mais de 120.000 usuários “twittando” mensagens com o tópico “#chegadequeimadas” sobre as ocorrências registradas em um intervalo de apenas 48 horas.



O fenômeno surgiu depois que análises feitas por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelaram o número de “pontos quentes” entre 1º de Janeiro e 26 de Agosto, alcançando 41.636 pontos em 2010, contra 17.682 no mesmo período do ano passado.



Alberto Setzer, coordenador do programa de monitoramento de queimadas do INPE, culpou o tempo seco e as altas temperaturas, como também fatores político-sociais. Um exemplo é o aumento do preço das commodities e a eminente eleição presidencial. Temendo perder o apoio de partes importantes do setor agricultor, Setzer disse ao Terra Brasil que políticos estão adiando um reforço das leis ambientais para depois das eleições. A incerteza sobre a legislação ambiental Brasileira – incluindo um possível enfraquecimento do severo Código Florestal – também pode estar tendo um impacto.



Em 7 de Agosto, queimadas ocorreram ao longo do Rio Madeira, nas vizinhanças de Porto Velho, capital de Rondônia. Os satélites da NASA capturaram essa imagem em cores naturais no mesmo dia. Linhas vermelhas indicam superfícies de alta temperatura associadas a queimadas em ação, e plumas de fumaça cinza surgem em quase todos os pontos quentes. À primiera vista, a localização dos pontos parece ser aleatória, mas em uma aproximação vemos que as queimadas estão em áreas limpas, particularmente perto de estradas. O característico padrão zigzag de desflorestamento se espalha por essa imagem, especialmente no Sul. Muitos focos de queimadas seguem os limites de tais áreas limpas. Imagem da NASA por Jeff Schmaltz, Equipe MODIS Rapid Response. Legenda por Michon Scott.

Queimadas na Amazônia brasileira são geralmente provocadas por exploradores de florestas, arbustos e terra de capim para pastagens e plantio. Devido ao tempo seco o fogo facilmente escapa para áreas de florestas tropicais, lançando sobre o Brasil um véu de fumaça e dentro de alguns anos afetando a qualidade do ar e do transporte. As queimadas ocorrem geralmente até Setembro ou Outubro, quando começam as chuvas. Este ano as queimadas estão concentradas nas regiões mais secas porém povoadas, no norte e leste do país.



Apesar do aumento das queimadas, espera-se que o nível de desflorestamento no Brasil seja igual ao do ano passado — aproximados 7.000 quilômetros quadrados — quando as imagens forem divulgadas mais tarde ainda este ano. Se a previsão estiver correta, os níveis de desflorestamento considerados menores do que os níveis dos anos 1980 até 5 anos atrás, continuarão sendo tendência.



De qualquer jeito, ambientalistas temem que um conjunto de propostas infraestruturais possam acelerar o desflorestamento no futuro, apesar da súplica do governo brasileiro para que reduzam-no significativamente até 2018.



O Brasil possui a massa restante de florestas tropicais do mundo, mas grande parte do país é coberta pelo Cerrado, vegetação mais suscetível às queimadas do que as florestas úmidas.







Dados do INPE de acumulação de queimadas, 2005-2010



Focos de queimadas na América do Sul, 2010

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