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Walmart contra-ataca Greenpeace sobre acusações de desflorestamento

Na quarta-feira a rede Walmart contra-atacou o Greenpeace depois que o grupo ativista relacionou o gigante varejista à destruição de florestas tropicais da Indonésia através dos negócios feitos com o Grupo Asiático Pulp & Paper (APP) Sinar Mas, uma empresa com base em Cingapura associada a práticas madeireiras destrutivas.



Notando que já estavam trabalhando com o Greenpeace para eliminar o desflorestamento de sua corrente de fornecedores, o maior varejista do mundo disse que “não apóia o desflorestamento” e não compra do Grupo APP quando se trata de “maiores mercados”. A rede Walmart se declarou “surpresa” por ter sido apontada pelo Greenpeace em um recente release de imprensa anunciando “Como o Sinar Mas está destruindo o Planeta” [PDF link], um relatório alegando agressões ambientais do Grupo APP, que incluem destruição de florestas tropicais e drenagem de terras úmidas e pântanos ricos em carbono.



“Ficamos surpresos com o Greenpeace quando nos mencionaram em seu release de imprensa porque temos participado de discussões em andamento com eles e fazendo parcerias em projetos ao redor do mundo” disse a rede de supermercados em uma declaração, fazendo referência a seu trabalho com o Greenpeace para redução do impacto da pecuária na Amazônia. “Globalmente, estamos comprometidos com a rastreabilidade na nossa cadeia de fornecedores de madeira, e trabalhamos com os governos, ONGs e parceiros fornecedores para construir um sistema de fornecimento melhor, mais transparente e mais sustentável”.



Drenagem e derrubada de floresta úmida no centro de Kalimantan. Foto: Rhett A. Butler.


Procurando divulgar ao máximo seu novo relatório, o Greenpeace relacionou o Walmart a destruição de florestas tropicais no Sudeste Asiático. No processo, o grupo ativista pode ter prejudicado sua credibilidade depois de uma série de relatórios altamente influentes sobre óleo de palmeira, soja e pecuária que forçou gigantes globais a implementarem suas políticas de base.

O Walmart China continua a comprar do Grupo APP, mas diz que tem “dado passos para parar o crescimento de produtos de marcas exclusivas com o APP e está tentando descobrir quais medidas podem ser tomadas em relação aos produtos dessa marca”.



Em resposta à declaração do Walmart, o assessor de Florestas do Greenpeace, Andy Tait, disse à Mongabay.com “A decisão do Walmart de eliminar produtos do APP na China é um passo a frente extremamente positivo, supondo que esteja confirmado agora. O grupo Sinar Mas/APP precisa encarar o fato de que em um mercado global suas práticas atuais de negócios são completamente inaceitáveis – e esta decisão fornece ainda mais evidência disso”.



Tait acrescentou que o Greenpeace apontou o Walmart como “apenas um em um número de varejistas internacionais operando na China que na época em que o relatório foi divulgado não tinha tomado uma posição clara em relação à provavelmente mais notória empresa de polpa e papel do mundo”.



O grupo APP tem uma reputação nefasta em círculos ambientalistas devido à suas práticas destrutivas de extração de madeira na Sumatra, China e Camboja. Nos últimos anos essas preocupações aceleraram o Walmart, Ricoh, Office Depot, Staples, Woolworths e outros grupos a cancelarem seus contratos com a firma em questão. O APP também perdeu sua credibilidade no Conselho Florestal Stewardship (FSC), um padrão de certificado ambiental para produtos de madeira e papel. Em resposta, a empresa lançou uma campanha de marketing promovendo sua imagem “verde”. A campanha tem sido recomendada por grupos ativistas como um ótimo exemplo de “greenwashing”, pois não representa suas credenciais ambientais e mente para ganhar seu mercado de volta.

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