Notícias ambientais

O mundo não está tomando sábias providências em relação às soluções de questões do meio ambiente



A crise da biodiversidade, a crise climática, a crise do desflorestamento: estamos vivendo numa era onde questões ambientais passaram de problemas regionais para problemas globais. Uma geração ou duas antes da nossa e falava-se de salvar a beleza do norte da Califórnia; conservar uma única espécie de extinção, vamos dizer o rinoceronte branco; ou preservar uma região ecológica da Amazônia. Essa foi uma era diferente.



Hoje fala-se de preservar a biodiversidade do mundo, de salvar os “pulmões do planeta”, de atenuar a mudança climática global. Os seres humanos não mais só se preocupam com uma região especifica, mas com o planeta inteiro, alongando sistemas ecológicos a ponto de ruptura. Enquanto estamos cientes dos problemas que ameaçam o bem-estar da vida neste planeta, incluindo o nosso bem-estar, como estamos progredindo em relação às soluções?



A Vezo boy, a member of a semi-nomadic tribe in southern Madagascar, faces down the camera in Tulear Arovana (Ankorohoke), Madagascar. Photo by: Rhett A. Butler.

Embora eu não seja cientista, creio que tenho uma perspectiva relativamente única, devido minha experiência como jornalista ambiental, escrevendo sobre uma grande variedade de questões como espécies à beira da extinção, direitos dos indígenas, e sobre mudanças na política climática. Apesar de ter escrito bastante, tenho lido exponencialmente mais. As vezes um dia de trabalho de um repórter ambientalista é como se estivesse assistindo tudo se sucumbir lentamente, uma catalogação interminável em direção ao final do mundo tal como compreendemos. Não quero dizer que a terra vai cair e morrer_ não é isso. Porém, daqui há somente uns cem anos, a terra será bem diferente do que o planeta que herdamos: espécies estão desaparecendo e ecossistemas devastados; os humanos estão impactando tudo, do mais fundo do mar à mais inacessível geleira de montanha, das populações de leões no leste da África até o stringweed nos Galapagos, da composição química dos oceanos à habilidade da floresta boreal de seqüestrar carbono.



Dado os desafios, como estão nossos lideres políticos, reis das corporações, barões da mídia, e público lidando com tantas questões ambientais? Estamos implementando soluções, ou estamos simplesmente assistindo às cenas, ou dando continuação às ações que causaram os problemas em primeiro lugar?



A resposta é simples: nós _ a espécie humana_ estamos falindo em todos os mais importantes aspectos, incluindo aqueles que estou ressaltando: biodiversidade, oceanos, desflorestamento, alimentação e água, população e consumo, e mudança climática. Nossa inabilidade de solucionar esses problemas está arruinando a nossa terra e deixará pra nossas crianças uma terra bem diferente _ atrevo-me a dizer um mundo solitário e mais caótico.



Mesmo assim, se você ler esse texto até o final, você descobrirá que há luz no final do túnel. Pois ainda cabe à nós, cada um de nós, determinar nosso destino coletivo e das próximas gerações.



Biodiversidade



No dia 1 de setembro, 1914, o ultimo pombo mensageiro, Martha, morreu no Zoológico de Cincinnati. O fato de que, somente décadas antes, havia bilhões de pombos mensageiros, provou que se as ações dos humanos_ neste caso a caça de prática não sustentável à fim de obter carne barata_ podem fazer desaparecer uma espécie super- abundante como também uma espécie fértil, ainda mais rapidamente podem fazer desaparecer as espécies naturalmente raras.



To date an unidentified leafhopper insect in the rainforests of Suriname. Photo by: Rhett A. Butler.

A perda de habitat, poluição, desertificação, caça, plantio excessivo, espécies invasoras, a mudança climática: Nunca havia uma só espécie _os humanos_ ameaçado tanto a existência de outras espécies. A maior parte dos biologistas agora concordam que temos forçado a vida no planeta à extinção em massa. As ocorrências de extinção em massa causam o desaparecimento de uma boa percentagem_ geralmente mais de 50 por cento_ das espécies em um período curto. Tais perdas re-escrevem a ecologia do planeta terra e requerem milhões de anos para que as espécies possam começar seu processo de recuperação.



Para muitas pessoas, a perda da biodiversidade não é vista como um problema importante ou visível. Todavia, consideremos que a vida na terra, como por exemplo a biodiversidade, sustenta a própria natureza, e a multidão de coisas boas que nós recebemos dela_ para os pesquisadores conhecida como serviços dos ecossistemas _ tais como polinização, produção de alimentos, água limpa, controle de pragas, fertilidade do solo, controle de inundações, erosão, e confiscação de carbono.



Além de serviços práticos, a diversidade da vida no planeta, tem inspirado nossas artes e poesia, nossa filosofia e religiões, nossa cultura individual e global. Teria sido impossível imaginar o Hinduísmo sem as espécies que lhe inspiraram; o primeiro livro da bíblia, Gêneses, sem os seus pássaros e as grandiosas criaturas do mar; Shakespeare sem suas referencias sobre as várias espécies dos campos Ingleses; ou Bambi sem seu elenco com criaturas de olhos arregalados do bosque.



Há também a crença _ presente em quase todas tradições morais, filosóficas, ou religiosas_ que a vida em si é boa por si própria, e vida diversificada melhor ainda.



No entanto, apesar do nosso estreito e longo relacionamento com outras espécies, estamos destruindo as riquezas biológicas da terra_ muitas das quais levaram anos para evoluir_ com a ferocidade de uma calamidade global. Atualmente calcula-se as taxas de extinção entre 100 à 1000 vezes mais alta que a taxa de extinção normal, por exemplo, a taxa média de extinção como fora determinada nos estudos dos fósseis.



A Sumatran rhino in captivity in Borneo. The Sumatran rhino is on the edge of extinction with only 200 individuals estimated to survive. Photo by: Jeremy Hance.

De acordo com a autoridade mundial dos assuntos sobre extinção, a lista vermelham da IUCN, 875 espécies registradas desapareceram do planeta terra desde 1500 à 2009. No entanto, essa estimativa é provavelmente uma pequena amostra do número real de espécies que desapareceram dado que os biologistas acreditam que a maioria das espécies desaparecem sem que sejam conhecidas pela ciência. Por exemplo, quase 2 milhões de espécies foram descritas pela a ciência, mesmo assim, os ecologistas calculam que aproximadamente entre 10 à 50 milhões de espécies habitam nosso planeta. Contudo, os resultados recentes que o censo relata sobre a vida marinha pode mudar até mesmo essas estimativas: Expedições nesse campo tem levado pesquisadores à estimar que há mais de 100 milhões de espécies de animais microscópicos (micróbios) que habitam o oceano.



No entanto, não só extinção de espécies deveria ser desconcertante: também, a perda na abundancia das espécies. Enquanto que provavelmente o roufus-necked hornbill não sofrerá extinção em curto tempo, seu número tem declinado dramaticamente devido o desflorestamento em grande escala, a degradação das florestas, e a caça na região sudoeste da Ásia. Como é um importante distribuidor de sementes a perda abundante dessa espécie provavelmente causará conseqüências ecológicas tão grandes como sua própria extinção: menor o número de roufus-necked hornbills significa a diminuição no número das sementes que ele distribui na terra, que por sua vez, ameaça as plantas que são distribuídas e as espécies que dependem dessas específicas plantas. Tal efeito, cascada trófica, pode até tornar-se um circulo vicioso, por exemplo: a queda da população do Salmão na região nordeste dos Estados Unidos significa que o ecossistema inteiro de água doce recebe menos nutrientes todo ano (pesquisadores calculam uma perda de mais de 90 por cento), e a diminuição dos nutrientes impossibilita o Salmão de restabelecer sua população ideal, e assim por diante. Não é somente a extinção que causas ondulações no ecossistema, mas também o declínio em sua abundância.



Não obstante esse verdadeiro problema global, a biodiversidade continua altamente sob o radar. Mais de cem promessas dos governos mundiais para ajudar na perda da biodiversidade global até esse ano acabaram decisivamente falhando: outro sinal da boa vontade dos governos de falar por falar mas relutante em cumprir suas promessas. Grandes corporações ainda destroem florestas, drenam pantanais e nivelam montanhas sem serem punidas. Além disso, a mídia altamente ignora essa questão. À não ser algumas pequenas partes que mostra sobre a vida dos animais selvagens, a mídia não tem educado o público sobre a grande importância da biodiversidade e o que sua perda acarreta.



Até mesmo as organizações ambientais tem focalizado nas espécies grandes e carismáticas, negligenciando usar a sua posição única para educar o público sobre a importância que tem todas as espécies desde das cigarrinhas, e fungos até à baleia azul. A abundancia da biodiversidade continua em declínio; à não ser que um grande número de iniciativas sejam tomadas para acabar com essas perdas, não será possível tomar conhecimento de quando essas perdas chegarão ao fim.



Oceanos



A idéia que alguma vez nós poderíamos mudar irrevogavelmente os vastos e impenetráveis oceanos pareceu aos seres humanos uma idéia ridícula durante a maior parte de sua estória. No entanto hoje, a possibilidade das riquezas biológicas dos oceanos serem esgotadas é não somente concebível: está acontecendo. E não é tudo: estamos alterando a composição química dos oceanos com os gases de efeito estufa, escoamento agrícola, e poluição.



The longterm survival of the Great Barrier Reef is threatened by carbon emissions that have caused ocean acidification. Photo by: Rhett A. Butler.

A humanidade está literalmente comendo os oceanos. Populações de peixes-alvo tem desmoronado impactando ecossistemas . De acordo com Jeremy Jackson, especialista marinho, o número de grandes peixes predadores como atum, salmão, bacalhau, peixe espada, e raios, diminuiu 90 por cento em 60 anos. Os tubarões também não estão em boa situação. Pescados por engano como também são pescados para sopa de barbatana de tubarão, sua população diminuiu ainda mais do que a do peixe comum. Na região nordeste do Atlântico as populações de tubarões diminuíram 75 por cento em somente 15 anos. Mas não é só peixe: ostras tem sofrido uma perda global de 91 por cento devido sua exploração por meios não sustentáveis. Um artigo cientifico em 2006 previu que espécies-alvo poderão desaparecer dos oceanos daqui para 2050 se os negócios continuarem como de costume. Não obstante essa alerta, tem-se feito pouco progresso. A perda dessas espécies injustamente impactam também a vida das pessoas mais pobres do mundo, os quais dependem da proteína do peixe e de outros animais marinhos fonte econômica.



Isso não se refere somente à peixes que se pesca. Com todos os alvos de pesca de espécies marinhas, outras espécies também são capturadas e mortas por engano. Aves marinhas, tartarugas marinhas, tubarões; até baleias enfrentam uma morte violenta devido a pesca. De fato, muitas espécies estão tanto ameaçadas por serem pescadas por engano como por as espécies que foram intencionalmente pescadas.



Não obstante o esvaziamento dos oceanos, a demanda global por frutos do mar ainda aumenta. Como também tem ficado claro que as entidades governamentais não estão dispostas a implementar leis que requerem meios sustentáveis. O peixe mais popular e o mais explorado, o atum rabilho, é um excelente exemplo que mostra a teimosia dos governos e industrias em escolher o lucro à curto prazo até mesmo quando encarando extinção.



Não é somente a exploração em demasia, mas o desperdício. No Oceano Pacifico existe uma ilha: essa ilha não foi criada por processos biológicos, mas por décadas de plásticos jogados fora. O seu tamanho é mais de duas vezes o estado do Texas; essa ilha flutuante de depósito de lixo é quase completamente formada de plástico terra-água. A invenção do plástico barato descartável tem dizimado os oceanos de formas difíceis de se compreender. Um mergulhador comentou comigo o caso da autópsia de uma tartaruga. Contatou-se que a tartaruga havia morrido de constipação; o seu intestino fechou devido a ingestão de dezenas de saco de plásticos e pontas de cigarro.



Jellyfish at the Monterey Bay Aquarium. Marine biologists fear that the oceans of the future will harbor jellyfish at the expense of other species. Photo by: Rhett A. Butler.

Não somente espécies como tartarugas e aves morrem devido ao consumo de plástico, mas novas pesquisas revelam que plástico se quebra em pedaços espalhando assim toxinas por toda parte.



Além de ameaçar as espécies, a poluição tem ameaçado a composição química dos oceanos, criando mais de 400 identificadas ‘zonas mortas’ e causando o branqueamento de muitos dos Recifes de Corais do mundo. Poluição de nutrientes de fertilizantes, escoamento industrial, estrume animal e esgoto leva a produção em grande quantidade de algas. Estes são divididos em partes por bactéria, processo que deixa a afetada região sem oxigênio, ocasionado assim a formação da chamada ‘zona morta’, onde quase nada sobrevive à não ser água-viva e micróbios. De acordo com estudos científicos, a presença de ‘zonas mortas’ foi duplicada desde de 1960.



Ao mesmo tempo, devido ao efeito estufa, os oceanos estão sugando mais carbono. Isso diminui nível do PH, por exemplo, fica mais ácido, e ameaça o ecossistema da vida marinha com a maior biodiversidade: recifes de coral. Cientistas calculam que devido o efeito estufa, a acidez aumentará provavelmente 100 vezes mais rapidamente em comparação com os últimos 20 milhões de anos, certamente danificando ecossistemas de corais no mundo inteiro. As espécies que produzem conchas e placas estão também altamente ameaçadas pela acidificação devido o esgotamento do carbonato de cálcio na água, necessário para a formação de suas conchas. Mesmo sendo essa questão diretamente ligada a emissão de carbono, o público ainda continua sem ter muita informação sobre o assunto, e a mídia raramente investiga sobre esse assunto.


Os oceanos recebem ainda menos respeito do que os animais selvagens. Apesar de amarmos os golfinhos e as baleias _ e nosso paladar por frutos do mar_ não estamos dando conta de assegurar o futuro de ambas, pequenas e grandes, espécies, e do consumo global de frutos do mar. No entanto, os governos se preocupam com o lucro imediato em vez de combater a pesca em demasia. Além disso, os problemas ignorados em longo termo estão deixando uma confusão imensa para as futuras gerações por em ordem se eles quiserem ver produtivos e lindos oceanos futuramente.



Desflorestamento



As florestas Tropicais úmidas mundiais contém a maior parte da vida terrestre do planeta, armazenam grande quantidade de carbono, ajudam na produção de nuvens, protegem contra a desertificação, são o lar de vários grupos indígenas, fornecem uma grande variedade de medicamentos, e deixam todos que as visitam admirados, mesmo assim, elas continuam à desaparecer em taxas aberrantes. Embora sendo difícil e complexa a avaliação do desflorestamento, pensa-se que no mínimo 32,300 hectares (80.000 acres) de matas são destruídas todos os dias. Se incluirmos nessa avaliação a degradação das florestas, a área é então duplicada. Desde de 1950 até hoje, aproximadamente 668 milhões de hectares das florestas tropicais foram destruídos _ mais de seis vezes o tamanho da Bolívia _ devido fatores principalmente como o corte das árvores, incêndios, queimadas, mineração, barragens, desmatamento para o plantio, pastagens, ou agricultura. Sobrevive hoje somente 41 por cento das floresta tropicais do mundo.



Lone Brazil nut tree in deforested area in Brazil. Photo by: Rhett A. Butler.

Algumas regiões foram mais afetadas que outras. Por exemplo, a Floresta Atlântica, a qual se estendia ao longo da costa leste da America do Sul; 93 por cento de sua área foi perdida desde a chegada dos Europeus. A ilha de Bornéu, uma vez coberta por florestas tropicais, já perdeu mais da metade de sua floresta desde 1950. Atualmente, o Brasil é o país que sofre mais desflorestamento, enquanto a Indonésia_ agora em segundo lugar_ está avançando. A maioria dos países tropicais, com algumas exceções, falharam em preservar seu patrimônio de riquezas naturais: enfrentando pobreza, corrupção, maus governos, e o desejo de estimular o oeste, eles venderam grandes quantidades das florestas que uma vez embelezaram o planeta.



Todavia, os países do norte não podem alegar lugares mais altos por duas principais razões. Número um: a maior parte da destruição das florestas mundiais é devido ao consumo não sustentável de materiais pelos países ricos do norte e, mais recentemente, países fanáticos como a Índia e a China. As florestas tropicais tem sido destruídas no Brasil para plantio de soja e criação de gado, no congo para madeira, jacarandá e ébano em Madagascar, papel e óleo de palma na Indonésia, moveis para uso exterior e pauzinhos para comida chinesa e japonesa descartáveis (sem brincadeira) em Bornéu, tudo que afinal acaba sendo exportado para países mais ricos. Se estamos comendo os oceanos, estamos também consumindo as florestas mundiais para uso de produtos descartáveis e moveis extravagantes.



Número dois: Nações industrializadas ainda estão cortando árvores de crescimento antigo em suas próprias florestas. As florestas boreais mundiais continuam à desaparecer rapidamente mesmos nos países mais ricos. Um novo estudo sobre tendências na ecologia e evolução revela que 60 por cento das grandes floresta do norte mundiais _ a boreal_ estão fragmentadas e degradadas: queimas propositais, mineração, madeira, e o aumento de besouros de pinho devido as temperaturas mais quentes são os culpados. De acordo com estudos, a Rússia, a qual hospeda a maior parte da floresta boreal, é a pior anfitriã. Com a sua destruição continua, a boreal passou de funcionar como um sumidouro de carbono à funcionar fonte de carbono, ao mesmo tempo, ameaçando várias espécies extinção.



Clearing of rainforest for a palm oil plantation on the island of Sumatra, Indonesia. Photo by: Rhett A. Butler.

Antes de explorarem as florestas tropicais os humanos já haviam destruído a maior parte das florestas decíduas. Menos de um por cento das florestas decíduas sobrevivem nos Estados Unidos e na Europa, sem de uma forma ou de outra terem sido afetadas pelas as ações dos homem, principalmente pela agricultura e expansão da população. Embora as florestas decíduas estão começando a se recuperar devido os projetos de reflorestamento e o abandono da agricultura, essa iniciativa não é ainda popular em todos os lugares: Um novo estudo da Biociência mostra que as floresta do leste da America _ embora se recuperando_ tem tido um declínio de 4.1 por cento (3.7 milhões de hectares) em menos de 30 anos devido em parte ao corte de árvores para madeira, mas principalmente à expansão urbana.



Apesar das notícias tristes, tem-se feito progresso na questão de desflorestamento, mesmo se considerando as conseqüências da destruição das florestas tropicais e temperadas mundiais. Os cientistas e conservacionistas estão percebendo que a solução não se encontra somente no estabelecimento de grandes parques e na proteção de uma pequena porcentagem das florestas mundiais, que esse caminho por si só, não salvará os habitats mundiais, e não ajudará as pessoas que dependem das florestas para sua subsistência.



Novos programas como o ( REDD), estão criando formas, tal como o financiamento de carbono, para recompensar países que estão preservando suas florestas em vez de recompensá-los pela destruição de suas florestas. A busca para alcançar tal objetivo é complicada e contínua, no entanto uma das idéias mais esperançosas e pragmáticas em relação ao desflorestamento.



É claro que será difícil considerar a luta contra o desflorestamento ganha até que o novo crescimento de floresta pelo menos seja igual o que é perdido anualmente, isso sem incluir as monoculturas que não são na realidade florestas. Depois de tanta perda,Seria bem mais preferível um retorno global do crescimento das florestas, ou florestas de crescimento antigo protegidas ou gestão florestal sustentável.



Alimentos e água



Ao passo que tornar alimentação e água limpa disponível pra todos no planeta pode parecer uma questão não ecológica, na verdade essa é com certeza uma questão ecológica, ligada intimamente com os sistemas ecológicos os quais estamos modificando: clima, biodiversidade, consumo em demasia, superpopulação, desperdícios e poluição.



Turkana children in northern Kenya. Photo by: Rhett A. Butler.

O mundo bateu um novo recorde no ano passado: A FAO avaliou que um bilhão de pessoas passaram fome, o número mais alto da história. Enquanto que a crise econômica bateu nos países industrializados, a crise afetou os países pobres em termos de falta de alimentos: o número de famintos durante 2008 – 2009 subiu à 200 milhões pessoas mundialmente.



Kenia, Guatemala, Somália são apenas alguns dos países que tem sofrido a escassez de alimentos durantes os últimos anos. No pico dessa crise global, 37 nações estão sofrendo falta de alimentos. Atualmente, a crise no Sudão e na Nigéria é devastadora.



O caso não é que falta comida no mundo: de fato há mais do que o suficiente. A causa do problema é o desequilíbrio regional na produção de alimentos e também as desigualdades do mercado. Por exemplo, de acordo com um estudo recente, os americanos desperdiçam comida suficiente para alimentar 200 milhões de adultos com suas calorias necessárias. Aproximadamente 30-40 por cento da produção mundial de alimentos acaba sendo desperdiçada. Ao mesmo tempo, muitas partes do mundo não produzem alimentos suficientes_ ou agricultores são forçados a cultivar culturas de rendimento em vez de culturas básicas_ e assim tornam-se dependentes do mercado internacional para lhes alimentar. Mas quando esses mercados caem, não há segurança pra ninguém de como se obter alimentos.



Crises de alimentos são exacerbadas ou causadas por secas piores que as habituais, e se a fome é um problema de grande escala, a falta de água será um problema provavelmente maior ainda.



Oitocentos e oitenta e quatro milhões de pessoas atualmente não tem acesso à água potável, enquanto 2.5 bilhões de pessoas não tem acesso à saneamento. Porém, calcula-se que esse número vai aumentar: por 2050 as Nações Unidas prevêem que 7 bilhões de pessoas sofreram escassez de água. Apesar de morarmos no planeta azul, somente uma irrisória porcentagem da água do mundo é realmente boa para o consumo do homem: 0.007 por cento do total ou menos de um por cento de água doce é água potável.



China’s Yangtze River has faced heavy pollution and extinction of key species due to industrialization. Photo by: Rhett A. Butler.

Mesmo sendo a água potável um recurso tão limitado, a maior parte dos governos preferem favorecer a poluição em lugar de proteger contra a poluição. A China está pagando um preço muito alto pela a catástrofe causada no meio ambiente, conseqüência de seu louvor à sua expansão econômica: Oficiais do governo admitiram terem despejado 30.0 milhões de toneladas métricas de poluentes na água da China, uma quantidade 3 vezes maior do que as águas da China são capazes de absorver de acordo com o que os pesquisadores informam. Segundo estatísticas oficiais, 60 por cento das águas Chinesas estão poluídas. Mas a China não é o único pais que concedeu o seu selo de aprovação na poluição de suas águas; Um estudo recente do EPA revela que quase a metade dos lagos dos Estados Unidos estão demasiadamente poluídos para hospedar peixes e para se nadar com segurança.



Ao mesmo tempo, a mudança climática está ocorrendo por toda parte do mundo. No geral, está chovendo menos atualmente em lugares predispostos à secas, enquanto lugares mais úmidos estão tendo mais chuvas. Nos últimos anos o Leste da África, China, Guatemala, Mali, e Austrália tem passado por secas piores do que a média, enquanto o fluxo de água dos rios mais importantes do mundo como por exemplo, o rio Níger, o Ganges, o Colorado, e o rio Amarelo tem diminuído devido a mudança climática.



Pode parecer ficção científica alarmista pensar-se em guerra de água, no entanto segundo observadores internacionais, a escassez de água é a causa primária dos conflitos em Darfur o qual já custou mais de 200.000 vidas através de violência, doenças, e fome.



Super população e consumo excessivo



Em 1804 atingimos um marco: pela primeira vez 1 bilhão de pessoas na terra. Hoje, depois de termos adicionado mais 6 milhões de pessoas, estamos à beira de bater um Novo recorde: 7 bilhões. São 7 bilhões de pessoas que precisam de alimentos, água limpa, roupas,e abrigo.



Suburban sprawl out of Las Vegas, Nevada. Photo by: Rhett A. Butler.

Todavia, as necessidades globais, pode-se dizer aliás, as aspirações globais, não estão igualmente divididas como Jared Diamond ressaltou no Jornal New York Times: Os países industrializados consumem uma quantidade 32 maior do que os países em desenvolvimento. Existem várias maneiras de mostrar essas discrepâncias: das mansões dos subúrbios da America às favelas da Índia e de Kenya, de 61 carros para cada 100 australianos à 3 carros para cada 100 filipinos, de 6 televisões para cada 10 alemães à metade de uma TV para cada pessoa da Nigéria, ou um terço de uma TV paca cada 100 pessoas do Afeganistão.



São poucos os políticos, corporações, ou meios de comunicação que ousam abordar a questão do consumo excessivo. Contudo, é o consumo excessivo muito mais do que a super população que está forçando os limites dos recursos do planeta muito além do que é sustentável. Enquanto o termo sustentabilidade tem perdido parte do seu significado por ter se tornado um slogan para tudo desde das propagandas dos grandes negócios às retóricas dos governos, ‘sustentabilidade’ simplesmente significa capacidade para um sistema fechado, neste caso a terra, continuar produzindo para suprir as necessidades de seus habitantes.



Não obstante, se o consumo excessivo é considerado um tabu, a explosão no aumento da população mais ainda. Até mesmo a maioria dos grupos ambientalistas evitam o assunto completamente, no entanto, não há dúvida que quase 7 bilhões de pessoas estão sobrecarregando os limites de todo o ecossistema. Embora seja, não surpreendentemente, um tópico muito sensível_ devido preocupações legítimas religiosas, morais e governamentais_ existem várias maneiras inteligentes para controle de natalidade sem que tenhamos que usar métodos draconianos que quase todos, incluindo eu mesmo, abominam. Facilitar o acesso ao controle de natalidade, educação, conscientização dos problemas com o aumento excessivo da população são apenas alguns desses meios.



Urban Singapore: men in yellow clean the exterior of the Esplanade (Theatres by the Bay). Photo by: Rhett A. Butler.

Se os problemas de população e consumo excessivo continuarem a serem ignorados, o resultado será devastador. A não ser que comecemos à colher em outros planetas para suprir nossas necessidades ( veja estórias de ficção cientifica como Avatar e Lua), o consumo simplesmente não pode mais continuar indefinidamente, mesmo que os governos atuem na crença de que tudo esteja bem e que não há problemas à serem resolvidos. Começando com não desperdiçar e aumentar a eficiência, a sociedade pode então começar à explorar como a economia moderna de crescimento poderia e deveria passar por mudanças.



Embora a maioria não falem do assunto, é impossível negar o fato de que por trás de toda questão ambiental se encontram sempre, pelo menos é o que tem acontecido, dois fatores relevantes: Super população e consumo excessivo.



Mudança Climática



Apesar de alguns políticos e fontes de mídia anunciarem que a mudança climática é uma conspiração e que não há evidencia de que o planeta está aquecendo, o globo continua à esquentar. Houve um recorde na década passada de 2000 -2009, desde 1880. A temperatura média global tem aquecido 0.8 graus centígrados (1.5 fahrenheit) desde dos finais do século dezenove. O aquecimento tem ocorrido bem mais rápido na região Ártica onde em muitos lugares a temperatura está esquentando 1.6 – 2.2 graus centígrados (3-5 graus fahrenheit), razão pela qual lá as mudanças são mais extremas.



Mendenhall glacier tube and stream in Alaska. Photo by: Rhett A. Butler.

Sinais do progressivo aquecimento mundial estão por toda parte e em alguns casos tornando-se icônicos: derretimento de geleiras, mudança na migração de animais, a primavera chegando mais cedo, secas mais rigorosas, inundações não comuns, estação de derretimento mais prolongado no Ártico, o nível do mar subindo, extinções, desertificação, mais longas estações de crescimento, e a escassez de água, tudo isso está se agravando. Enquanto ninguém pode apontar um único evento meteorológico causador das mudanças climáticas, um padrão a longo prazo dessas mudanças deveria ser vinculado à mudança climática se apoiado em evidencias científicas. Na época que eu era criança, discutia-se sobre a mudança climática como se fosse algo que iria acontecer no futuro, como em cem anos, mas essa mudança veio mais rápida e com mais força do que os pesquisadores haviam imaginado; as mudanças sobre o terreno estão se tornando cada vez mais visíveis para todos, não só para cientistas.



A mídia popular muito ignora – ou simplesmente não compreende_ que a mudança climática é uma coisa complicada, um fenômeno confuso, mas isso não quer dizer que não está acontecendo e que não somos culpados. No entanto, apesar de ser uma assunto divulgado, ainda assim não tem forçado à sociedade e os governos à implementarem soluções práticas. Em parte, isso se deve ao fato de que em vez de uma análise sóbria, a mídia tem divulgado a questão da mudança climática como se fosse um escândalo emocionante, uma montanha russa. Um dia o mundo está para acabar; no outro, tudo não passa de uma grande mentira.



Certamente a verdade não é nenhum dos dois mencionados, mas sim a mudança climática. O clima se tornando mais quente está exercendo influencia em todo o ecossistema terrestre, conseqüentemente também em nossas vidas. Não somente ameaça o estilo de vida dos ursos polares, mas também dos humanos em todo o planeta.



Sem dúvida o fracasso das Nações unidas dezembro passado em adotar um acordo legal-vinculativo entristeceu o espírito de muitos e colocou em questão a capacidade das Nações Unidas de lidar com a questão da mudança climática. O tempo dirá se o mundo vai se unir ou não no esforço para mitigar o problema efeito estufa e ao mesmo tempo ajudar os mais pobres _ e menos responsáveis_ à adaptar-se num mundo mais quente. Infelizmente, até o atual momento, os governos mundiais se frustram em face do problema e continuam agindo de acordo com seus egoísmos cegos. Em vez de tomarem medidas práticas e sóbrias que possam significantemente trazer resultados concretos, os governos falam muito enquanto se recusam a tomar as providencias necessárias.



Esperança?



Então, o que podemos fazer?



Apesar dos problemas mencionados acima, há esperança. Não vejo a vida na terra se extinguir e nem sua subseqüente evolução _ as baratas e as medusas podem sobreviver à tudo – porém estamos causando mudanças fundamentais no planeta que irão trazer conseqüências nas nossas vidas, das nossas crianças e futuras gerações. Isto, de fato, é um recado importante aos que fazem parte do movimento ecológico: por mais que os ecologistas amem os animais e o mundo natural para o seu próprio bem, eles estão realmente é tentando preservar o mundo para eles mesmos e seus filhos. Cuidados com o meio ambiente, por natureza, é um empreendimento humano.



Children in Madagascar. Photo by: Rhett A. Butler.

Sabemos que o mundo natural nos fornece não somente alimentos, água, materiais, um clima estável, mas também nos inspira à fazer as próprias coisas que nos tornam humanos. Artes, literatura, filosofia,e religião não existiria sem a inspiração que o mundo natural nos oferece. Recentemente os pesquisadores estão começando a fazer uma conexão entre doenças mentais e a falta de acesso – ou tempo junto à – natureza. Eu acredito que esses estudos revelarão uma significante conexão entre a perda de contato com a natureza com aumento das doenças mentais na nossa sociedade, nossa infelicidade, embora nós possuímos mais coisas.



Aqui está a boa noticia finalmente: Chegamos ao ponto de degradação ambiental não por falta de idéias brilhantes e soluções ambiciosas, mas for falta de vontade e coragem.



Pesquisadores e outros dedicados à causa tem apresentado meios para reverter os danos ecológicos – locais, regionais, e globais – e meios para começar `a reparar os problemas ambientais.



Por exemplo, todo mundo sabe o que é preciso para combater a mudança climática: não é informação secreta. Precisamos revolucionar nossos meios de obter energia- energia solar, vento, geotérmica- e para isso precisamos investir nesse setor, implantar novos métodos e assim criando também vários “Green Jobs”. Além disso, outros gases de efeito estufa precisam ser regulados. Florestas e outros sítios ecológicos devem ser preservados imediatamente. Programas como REDD, se fossem implementados, fielmente poderiam começar esse processo. Claro, um bom começo em termos de trazer melhoras na mudança climática iria cortar os bilhões em subsídios que as companhias de energia fóssil recebem dos governos além de seus lucros, pois naturalmente os subsídios seriam redirecionados à implementação e aperfeiçoamento de formas limpas de energias.



Preservando as florestas à começar por uma nova “ era de reflorestamento” seria um dos métodos também eficientes quanto a crise da biodiversidade. Um planejamento urbano e suburbano inteligente tal como a criação de ambientes diversificados incluindo culturas, florestas, pastagens e modo de vida urbano _ conhecido por “matrix”_ em áreas super povoadas ou áreas agrícolas ajudaria as pequeninas espécies e asseguraria as rotas de migração dentro de um mundo com temperaturas mais altas. Finalmente se as pessoas fossem mais educadas quanto a importância da biodiversidade global de todas as espécies, pequenas e grandes, conhecidas ou não, impulsionaria os governos à reverter a extinção em massa.



Rainforest and river in Colombia. Photo by: Rhett A. Butler.

Em relação aos oceanos, o programa “catch-share” o qual acaba com a exploração em demasia do peixe-alvo sem causar danos aos pescadores, deveria ser implementado em todas partes do mundo. Além disso, a expansão de áreas marinhas protegidas daria lugar à regiões para que a vida marinha pudesse prosperar. Eliminando-se plásticos descartáveis, implementando-se reformas agrícolas, e o aprimoramento da gestão de resíduos também ajudaria muito na recuperação desses ecossistemas os quais cobrem 70 por cento do nosso planeta.



Precisamos de uma mudança cultural que focalize menos no consumo e o materialismo vazio, e focalize mais na comunidade e sua experiência. Nosso consumismo obsessivo _ onde a nossa auto-estima está no produto que compramos ou não compramos, e não em nós mesmos_ não é somente uma doença do oeste industrializado, mas tem se propagado por quase todo mundo. Devemos perguntar à nós mesmos se esse consumismo sem fim nos torna os melhores amigos, parceiros, pais _ nos faz realmente pessoas melhores? Eu imagino que tal mudança nos permitiria finalmente implementar soluções inteligentes para alimentar as pessoas e fornecer água limpa à todo indivíduo. É chocantemente imoral estarmos vivendo numa era onde podemos assistir o último episódio do show “Lost” via nosso “IPhone”, mas não podemos alimentar a população da terra.



Obviamente, temos um longo caminho pela frente. Atualmente, indivíduos, líderes, mídia, e corporações ainda colocam lucro à curto prazo acima da estabilidade do planeta, por exemplo, o clima previsível, a vida abundante, os ricos ecossistemas os quais nos permitiram evoluir. Eles vêem as questões ambientais mais como um incomodo do que uma chance que temos de proteger esse mundo lindo que nós herdamos. Eles vêem conflitos entre o meio ambiente e a economia. Não conseguem compreender que tem havido mudanças drásticas no mundo em somente durante 50 anos e que sem um meio ambiente sustentável, nós,_ como espécies_ estamos caminhando em direção à um mundo caótico.



Então, a responsabilidade é nossa. Não podemos simplesmente continuar reclamando da avareza e incompetência dos governos e das corporações dispostas à vender as florestas à fim de obterem uma maior margem de lucros, tudo em nome do ‘ desenvolvimento’. Não devemos nos desesperar e sim avançar, trabalhar, e começar a fazer mudanças, não importa se locais, regionais ou globais. Nós precisamos abordar esse assunto mais candidamente e abertamente, apoiar meios da mídia que se interessam e divulgam notícias sobre a complexidade das questões ambientais, e pressionar nossos governos através de ações democráticas.



Porém, debater não é suficiente. Precisamos começar a viver de acordo com os nossos ideais: mesmo que as pessoas depreciem a destruição das florestas, elas ainda compram papel, madeira, alimentos, e a carne dos animais que foram crescidos na floresta ocasionando desflorestamento, e ainda apóiam as grandes corporações que destroem as florestas e os governos que preferem fechar os olhos.



Apesar desta causa parecer insuperável, agora não é tempo de flagelar-se com raiva ou reclamar do estado em que está o mundo. Esses que perdem tempo no desespero e raiva não ouviram falar de Gandhi, Martin Luther king Junior, Nelson Mandella, nem eles ainda compreenderam que por trás de cada grande líder, estão sempre milhões de pessoas esperançosas pela a causa. Revoluções desse tipo não são fáceis, e não são rápidas. Elas são, por natureza, cheias de dificuldades e imprevistos, mas algumas vezes são necessárias. Estamos hoje vivendo um desses tempos. Enquanto atualmente nós ainda estamos em falta com as espécies , ecossistemas, e as pessoas do planeta, não temos necessariamente que falhar com eles amanhã.

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