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Fotos: Dez espécies queridas ameaçadas pelo aquecimento global



A União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) publicou uma lista das dez espécies que provavelmente estão entre as mais atingidas pelo aquecimento global, incluindo espécies queridas como a tartaruga-de-couro marinha, o coala, o pinguim imperador, o peixe palhaço e a baleia branca. A data de publicação da lista coincide com as negociações de líderes mundiais na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU que pretende fazer um acordo internacional para combater a mudança do clima.



“Os humanos não são os únicos a terem o destino discutido aqui em Copenhagen – algumas de nossas espécies preferidas também estão pagando por nossas emissões de CO2”, relatou o co-autor Wendy Foden em uma entrevista coletiva de imprensa. “Este estudo deveria servir de alarme para governos se comprometerem de verdade com a diminuição das emissões de CO2 se quisermos evitar uma drástica mudança na natureza do mundo. Nós simplesmente não temos tempo para longas e arrastadas discussões políticas. Precisamos de fortes comprometimentos e precisamos disso agora”.



O estudo também destaca a situação dos corais ramificados, do salmão, da foca anelada, da raposa do ártico e da árvore Guiver. A lista não inclui o urso polar porque a maioria das pessoas já sabe da ameaça climática que ronda o maior urso do mundo.



A foca anelada. Foto: Kit M. Kovacs and Christian Lydersen.

Assim como o urso polar, a foca anelada está ameaçada pelo derretimento do gelo no Ártico. Focas aneladas necessitam de gelo para reprodução e criação de filhotes. Na primavera, eles precisam de no mínimo seis semanas de gelo estável para amamentar os recém nascidos.



Abaixo do gelo, baleias brancas são vistas indiretamente ameaçadas por mares mais quentes. Um ártico mais quente provavelmente atrairá mais humanos e mais navios que terão um impacto negativo na vida das baleias com mais barulho, poluição e acidentes entre embarcações. O aquecimento global também colocaria as baleias brancas em contato mais direto com seu caçador natural, os assassinos de baleias. Baleias brancas são atualmente listadas como pouco ameaçadas pela lista vermelha da IUCN.



Também no Ártico, as mudanças climáticas têm pressionado as raposas do ártico. Com temperaturas mais elevadas, a habitat de tundra da raposa tem sido invadido por novas plantas, eventualmente a tundra poderia ser substituída por florestas boreais, colocando a raposa do ártico em competição direta com sua prima mais forte, a raposa vermelha, com consequência drástica, já que existe prova de que a raposa vermelha mata tanto raposas do ártico jovens quanto adultas.



No outro canto do mundo, na frígida Antártica, pinguins imperadores são ameaçados pela perda de plataformas estáveis de gelo marinho para filhotes e adultos em desenvolvimento. Um aumento de 2 graus Celsius na temperatura teria um provável impacto em 40 por cento no total da população de pinguins imperadores. Conservacionistas também temem que a fonte de alimento dos pinguins, o Krill Antártico, diminua devido às temperaturas mais altas.



O peixe palhaço. Foto: cortesia da IUCN.

Ao norte da Antártica, na rica fauna do continente Australiano, Coalas também estão sofrendo com o calor. O aumento dos níveis de CO2 faz com que as folhas do Eucalipto, única comida dos Coalas, percam seus nutrientes. Aumento de incêndios florestais e longas secas também prejudicam as populações de Coala.



Espécies oceânicas não estão imunes às mudanças climáticas. Corais, tais como os corais ramificados, estão particularmente suscetíveis. Altas temperaturas são a causa conhecida do fenômeno de branqueamento dos corais, que podem levar ao aumento de incidência de doenças e mortalidade em massa dos recifes de corais. Além disso, a acidificação dos oceanos, causada por altas concentrações de CO2 na água, pode enfraquecer os esqueletos dos corais.



Laranja brilhante com listras brancas, o famoso peixe palhaço do oceano está ameaçado pela diminuição generalizada dos recifes de corais. Dependente das anêmonas-do-mar que são encontradas na rica biodiversidade dos recifes de corais, o peixe palhaço provavelmente não sobreviveria em um mundo sem anêmonas. Além do mais, a acidificação dos mares prejudica a habilidade de navegação do peixe palhaço, principalmente dos indivíduos jovens.



A raposa do ártico. Foto: Örvar Atli Þorgeirsson.

A maior tartaruga marinha do mundo também está ameaçada pelas mudanças climáticas. Já que o sexo da Tartaruga-de-couro marinha é determinado pela temperatura da areia na qual a mãe deposita seus ovos, temperaturas elevadas provavelmente aumentariam o número de indivíduos machos, atrapalhando o equilíbrio natural. O aumento do nível do mar também pode sumir com importantes – e cada vez mais raras – praias que servem como ninho para as tartarugas. A tartaruga-de-couro já está listada em Perigo Crítico pela lista vermelha da IUCN.



A habilidade do Salmão em se mover do oceano para os rios de água doce o tornou sensível às menores mudanças ambientais, pra não falar dos distúrbios massificados ao seu habitat devido ao aquecimento global. Temperaturas mais quente nos oceanos e nos ecossistemas de água doce podem atrapalhar a hora certa de migração do salmão, como também, água doce morna pode agir como uma barreira para o salmão migratório, forçando-o a migrar mais longe e gastar mais energia. Menos neve no inverno também pode diminuir o fluxo de rios importantes para o salmão.



Mesmo espécies do deserto têm sentido o calor. Embora a árvore Guiver seja nativa dos habitats mais secos e quentes da África, ela está ameaçada pelo aumento da seca. Esta grande árvore, de crescimento lento, tem sofrido um estresse severo devido à seca em partes de sua abrangência. Conservacionistas temem que as árvores nas zonas de seca não conseguirão migrar para outras áreas, deixando indivíduos geneticamente deficientes.



“Pessoas comuns não são desprovidas de poder para impedir essas perdas trágicas”, disse Simon Stuart, Membro da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN, em um release para a imprensa. “Elas podem diminuir suas próprias emissões de CO2 e soltar a voz pedindo ações firmes de seus governos para mudar o diagnóstico assustador do clima que encaramos atualmente”.

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