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Um novo estudo da Secretaria da Convenção sobre Diversidade Biológica sintetizou mais de 300 relatórios sobre a acidificação dos oceanos causada pela Mudança Climática. O relatório revela que o aumento da acidificação dos oceanos irá levar á danos irreversíveis, criando um ambiente marinho menos biodiverso. Divulgado hoje, o relatório determina que a ameaça á vida marinha pela acidificação dos oceanos deve ser considerada pelos legisladores na Conferencia de Mudança Climática das Nações Unidas em Copenhagen.
Os oceanos do mundo naturalmente estocam carbono, no entanto devido á crescente emissões de carbono o oceano tem seqüestrado carbono em um nível muito alto do que o normal e isso tem na verdade modificado a química dos oceanos, tornando-o mais ácido.
“A acidificação dos oceanos é irreversível em escala de tempo de pelo menos dezenas de milhares de anos, e danos substanciais ao ecossistema dos oceanos só podem ser evitados através de rápidas e urgentes reduções nas emissões globais de CO2,” explica Mr. Ahmed Djoghlaf, Secretário- Executivo da Convenção em uma divulgação do evento. “Atenção deve ser dada em direção á integração dessa questão critica no debate sobre mudança climática em Copenhagen.”
Entre as conclusões mais alarmantes está que até 2050 a acidez dos oceanos pode aumentar em até 150 por cento, um aumento que seria 100 vezes mais rápido do que qualquer mudança na acidez que o oceano já sofreu nos últimos 20 milhões de anos. Este rápido aumento dará pouquíssimo tempo ás espécies vulneráveis de se adaptar ás novas condições químicas do mar.
Great Barrier Reef in Australia |
Os recifes de corais são especialmente sensíveis á acidificação que enfraquece sua estrutura de esqueleto. De acordo com o relatório, até 2100, 70 por cento dos corais de águas frias serão expostos a altos níveis de acidificação. Os recifes de corais são um dos habitats mais biodiversos para as espécies marinhas.
As espécies que produzem conchas e placas de carbonato de cálcio também estão em risco. A concentração de íons de carbonato estão atualmente em seu mais baixo nível em quase um milhão de anos. O relatório descobre que até 2032, o Oceano Ártico não terá os minerais de carbono necessários para essas espécies, que inclui mexilhões, ostras, camarões, lagostas, foraminíferos, pteropodes, e coccolitóforos. O oceano situado ao sul irá experimentar mudanças a partir de 2050.
Algumas espécies são prováveis de se beneficiar da crescente acidificação dos oceanos, no entanto haverá menor biodiversidade e os oceanos perderão muitas espécies dependentes do carbonato de cálcio.
“Até agora muitos legisladores na Conferencia de Mudança Climática das Nações Unidas em Copenhagen parecem não estar conscientes de que a diversidade biológica não apenas apóia mas esta no cerne do desenvolvimento sustentável global e está sendo ameaçada gravemente pela mudança climática. Entender o papel da biodiversidade como ajuda para alcançar nossos objetivos comuns da sustentabilidade é portanto não apenas crítico, mas urgente,” eminente biólogo Thomas Lovejoy escreve na introdução do relatório.