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Empresa LUSH lança campanha contra cosméticos feitos à base de óleo de palma



A empresa LUSH declarou que vai parar de usar mais óleo de palma em seus cosméticos por causa de preocupações sobre os impactos ambientais causados pela exploração do produto.


A LUSH, que agora vende sabonetes sem óleo de palma, lançou uma campanha que visa conscientizar os consumidores sobre os problemas ambientais relacionados ao cultivo e exploração do óleo de palma nas florestas tropicais. Com a campanha a empresa espera também servir de exemplo para as concorrentes no mercadod e cosméticos, empresas como a Procter & Gamble, Unilever e Nestle, que ainda usam óleo de palma em seus produtos.


De acordo com a LUSH, “a indústria de cosméticos usa aproximadamente 7% da produção mundial de óleo de palma, enquanto a indústria alimentícia é a grande usuária do produto. Um entre cada dez produtos nas prateleiras dos supermercados usa óleo de palma, de chips até pães, biscoitos e margarinas”. Antes de começar a produzir o sabonete sem óleo de palma, o que aconteceu há 3 anos, a LUSH utilizava mais de 60 toneladas do óleo por ano.



“Nós acreditamos que a não ser que o uso mundial de óleo de palma seja reduzido drasticamente, existe pouca esperança para uma indústria sustentável de palma, e o futuro das florestas, dos animais e dos povos da Indonésia e da Malásia fica comprometido”, disse Brandi Halls, Diretora de Comunicação da LUSH.


Para acompanhar a campanha de conscientização do público a LUSH está lançando um novo sabonete chamado “Jungle”. Toda a renda obtida com a venda dos sabonetes será doada para a Rainforest Foundation, uma ONG que trabalha com direitos de grupos indígenas e a conservação das florestas tropicais. A LUSH também formou parceria com a Rainforest Action Network, uma outra ONG, na esperança de que outras empresas tembéem adotem o uso sustentável de indredientes nos seus produtos.


O anúncio da LUSH veio menos de um mês depois da Auckland Zoo decidir parar de vender os chocolates Cadbury em todas as suas lojas e restaurantes, seguindo anúncio da própria Cadbury, que está indo na direção contrária e que agora usa óleo de palma nos seus chocolates.



A decisão da LUSH e da Auckland Zoo de banir o uso do óleo de palma são um ponto de partida para uma indústria da palma mais responsável. Nos últimos anos as empresas Unilever e Whole Foods, entre outras, anunciaram que só usam óleo de palma certificado e que obedece critérios de sustentabilidade social e ambiental. O problema é verificar tudo isso. Vários ativistas questionam a credibilidade do óleo certificado pela Mesa redonda do óleo de palma sustentável (RSPO, em inglês), uma iniciativa que elaborou critérios “verdes” para a produção do óleo. Ao mesmo tempo, a demanda pelo óleo certificado, que é mais caro que o convencional, ainda é muito pequena.


Reduzir a demamnda mundial pelo produto é um grand edesafio para as ONGS e ativistas. A palma tem os maiores índices de produtividade dentre todas as oleginosas. Nenhuma outra semente gera mais óleo por hectare com esse preço. Um único hectare de palma pode produzir até 6 mil litros de óleo; 10 a 20 vezes mais que a soja, canola ou milho. A recente queda nos preços fez com que o óleo de palma ficasse ainda mais competitivo, e atraiu o interesse da indústria de biodiesel, abrindo todo um novo mercado pra semente. E apesar de alguns países europeus cogitarem banir o biodiesel de palma, Índia e China são tudo que o mercado da palma precisa para continuar crescendo.




De floresta pra plantação de palma. Kalimantan, Indonésia.

Com essa perspectiva, os ambientalistas estão tentando encorajar a produção de palma em terras e campos abandonados, e não no meio da floresta. E o argumento é bom. Dois estudos publicados no jornal Conservation Letters no início desse ano sugerem que produtores de palma podem ganhar mais dinheiro preservando ecossistemas ricos em carbono do que convertendo as florestas em plantações. Dois grandes produtores de óleo de palma já concordaram em ceder direitos de exploração de florestas em Bornéu em troca de créditos de carbono.



Um grande passo mas ainda falta muito. A maioria dos ambientalistas não gosta nem um pouco da indústria da palma, e com as contínuas queimadas e destruição em regiões produtoras do óleo em Bornéu e Sumatra, a antipatia é justificada.









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