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População de Chitas se estabiliza na Namíbia com apoio de agricultores




População de Chitas se estabiliza na Namíbia com apoio de agricultores


Uma entrevista com Dr. Laurie Marker,
fundador do Fundo de Conservação das Chitas

Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
24 de Dezembro, 2008




População de chitas se estabiliza na Namíbia com apoio de agricultores



Vendo o animal mais rápido do mundo como uma ameaça, nos anos 80 os agticultores mataram metade da população de chita da Namibia. A tendencia continuou no inicio dos anos 90, quando a população foi diminuida novamente em quase metade, deixando menos de 2.500 chitas no país sul africano.



Hoje as populações de chitas se estabilizaram e estão crescendo graças aos esforços do Fundo de Conservação de Chitas, uma organização fundada pela Dr. Laurie Marker em 1990.



O Cheetah Fundo de Conservação (CCF) dirige uma série de programas para proteger o habitat das chitas, reduzir a matança de chitas por agricultores, e ajudar a criar qualidade de vida sustentável e oportunidades de negócios para comunidades que dividem o ambiente com as chitas. Suas iniciativas tem sido amplamente bem sucedidas: a cidade de Otjiwarongo na Namíbia agora conhecida como "A capital do Chita do Mundo". CCF é hoje vista como um modelo para a conservação do chita pela Africa.




Laurie Marker e Chewbaaka, uma chita orfã. Cortesia da CCF

Marker diz que parte importante do trabalho tem sido mudar a percepção das pessoas sobre a chita, que entre os agricultores, tem sido ha muito tempo visto como uma ameaça. O programa educacional do CCF explica o papel dos predadores no ecossistema e ensina como continuar a agricultura usando técnicas amigas do predador. O CCF também reproduz e doa cães de guarda para ajudar a reduzir perdas de rebanhos animais para predadores em até 80 por cento em algumas áreas.



"Hoje, muito mais pessoas vêem os leopardos como um recurso versus apenas vermes," Marker disse a mongabay.com em entrevista quando visitou os EUA. "Temos muitas fazendas amigas de rebanhos que aprenderam como co-existir com chitas."



"Justamente porque o CCF tenta ajudar os fazendeiros que tem problemas com predadores, somos respeitados pela maioria dos locais. Não acusamos pessoas que tentaram matar chitas pelo contrário tentamos ajudá-los e torná-los nossos amigos e então eles pensarão duas vezes antes de matar outra chita. Isso tem funcionado extremamente bem. Sempre que dirigimos nosso onibus do CCF, as pessoas acenas para nós como se fossemos celebridades."



Observando que a namibia ja vê milhoes de dolares em renda advindas dos turistas que vão ver os leopardos e outras vidas selvagens, Marker diz que o CCF está desenvolvendo maneiras para os fazendeiros se beneficiarem diretamente da conservação da chita.




"Alguns de nossos negócios e iniciativas incluem certificar nossas Fazendas de Conservação para vender carne como sendo amiga da chita. Por exemplo, se nós conseguirmos tirar do papel nosso projeto de Cerificação de Carnes, isso pagará um premio para fazendeiros que usam práticas amigas de predadores– o custo será absorvido pelos consumidores de carnes (na verdade algumas das melhores carnes do mundo, já que o gado é alimentado em escala)."



"[CCF] Também dirige uma fábrica que pega arbustos invasores, que estão destruindo o habitat das chitas e o transforma em uma variedade de produtos incluindo combustivel limpo chamado de BushBlok. A planta provê empregos e renda para mais de 30 locais [e ajuda] restaurar o habitat das chitas."



Marker discutirá essas iniciativas e outros programas da CCF esse Sábado na Wildlife Conservation Network's Wildlife Conservation Expo em San Francisco, California. O evento, que é aberto ao público e custa $25-50 por pessoa, também caracteriza 16 outros conservacionistas trabalhando para proteger a vida selvagem ao redor do mundo.



UMA ENTREVISTA CM DRa. LAURIE MARKER, FUNDADORA E DIRETORA DO FUNDO DE CONSERVAÇÃO DOS CHITAS






Mongabay: O que a levou a trabalhar com as chitas?



Laurie Marker: Eu sempre gostei muito de animais; Eu cresci praticamente andando a cavalo, tive cães, coelhos e sempre amei animais de fazenda; cabras em particular. Eu tive meu primeiro gato quando estava no segundo grau, porque minha avó tinha medo deles, eu me apaixonei pelo gato. Durante meus anos de desenvolvimento eu era uma ávida futura fazendeira e aprendi sobre agricultura, rebanhos e gerenciamento da vida selvagem.



Eu me mudei para Oregon, de Napa Valley onde eu fui educada na vinicultura, e levei meu pequeno rebanho de cabras leiteiras comigo para Oregon. Então me mudei para perto do Safari da Vida Selvagem de Oregon para começar um vinhedo e adega (Eu fui uma das pioneiras na industria de vinho de Oregon). Eu precisava de um trabalho que desse suporte ao meu negócio, e com minha experiencia trabalhando como veterinária de cavalos, eu fui ao Safari e pedi emprego.



Meu primeiro importante trabalho em 1974 foi operar uma clinica veterinária da vida selvagem no Safari da Vida Selvagem de Oregon. Lá foi que eu conheci pela primeira vez as chitas. Essas chitas selvagens vieram a ficar sob meus cuidados juntamente com mais duzentas outras espécies de animais selvagens. Eu aprendi sobre os problemas que assolam a vida selvaqem do planeta e meu foco de pesquisa me levou a descobrir mais sobre as chitas.




Laurie Marker e Chewbaaka, um leopardo orfão. Cortesia de CCF

Eu sempre fiquei intrigada pelo mistério das chitas, que não eram exibidos ao publico entao tinham a privacidade para se reproduzir. A primeira vez que vi uma, eu fiquei imediatamente apaixonada e começei a avidamente aprender sobre elas. Eu entrei em contatos com todos que sabiam qualquer coisa sobre chitas, foi apenas para descobrir que ninguem sabia muito sobre eles. Então eu logo me tornei especialista em chitas. " Em 1976, fui convidada a participar em uma primeira pesquisa do genero para levar uma chita bebê capturado de volta á Africa para ver que passos eram necessários para ensiná-la a caçar. E em 1977, me deram um bebê chita fêmea para criar, a quem eu chamei de kahyam com a finalidade desse projeto de pesquisa.



Eramos inseparáveis, e quando ela fez um ano de idade ela e eu fomos para um país da Africa na época conhecido como Sudoeste Africa, e hoje como Namíbia, para ver se a caça é instintiva ou aprendida pela chita. (Isso foi filmado para um programa de televisão chamado “American Sportsman" para a ABC.) Fiquei um tempo na África para as filmagens desse documentario onde aprendi pela primeira vez que agricultores estavam matando 800-900 chitas por ano.



De volta a Oregon, eu desenvolvi o mais bem sucedido programa de reprodução em caitveiro para chitas na America do Norte. E em 1982 comecei um projeto de pesquisa colaborativa com cientistas do Instituto Nacional do Cancer e o Zoologico Nacional Smithsonian, onde descobrimos a uniformidade genética das chitas e a vulnerabilidade da espécie á doenças e problemas reprodutivos.



Eu continuei a viajar para a Africa e acabei indo a Namibia. Eu sabia que um programa de conservação para chitas era necessario no mundo. Eu continuei pensando que alguma grande organização de conservação salvaria as chitas.



Em 1988, eu me mudei para Washington DC para participar de uma equipe de pesquisa no Zoológico Nacional Smithsonian para continuar com a pesquisa com as chitas. Mas eu nao consegui tirar do pensamento o fato de que muitas chitas estavam sendo mortas na Namibia de forma indiscriminada. Finalmente, eu decidi que para que eu realmente fizesse a diferença na sobrevivência das chitas eu teria de ficar na Afirca. Então em 1990, após o término da guerra pela independencia da Namibia, eu me mudei para lá e estabeleci o Fundo de Conservação das chitas.






Mongabay: Aonde está ativo o fundo de Conservação das Chitas?



Laurie Marker: O Fundo de Conservação das Chitas é uma Ong internacional de conservação e com suas matrizes na Namibia. O CCF tem uma outra estação permanente no Quenia e trabalha em projetos na Argélia, Botsuana, Irã , Africa do Sul e Zimbabue. Além disso, o CCF ajudou a desenvolver programas permanentes para chitas em Botsuana (Cheetah Conservation Botswana) e no Zimbabue. Mas estamos em processo de expansão de nóssos métodos para ensinar aos agricultores como viver de forma pacífica com os predadores em todos os países onde as chitas existem. Somente nesse verão o CCF conduziu os primeiros cursos internacionais sobre a Vida Selvagem Integrada e Gerenciamento de Rebanhos e E curso de Conservação e Treinamento no campo biológico para biólogos conservacionistas para mais de doze paises onde existem chitas. Planejamos manter pelo menos seis desses cursos nos próximos tres anos. Nossa meta é treinar uma rede de profissionais regionais que colaboram nas estratégias regionais com as chitas, assim o impacto irá se expandir dos bolsos locais de proteção ás chitas para muito mais longe, alcançando áreas muito mais longinquas.




Laurie Marker entrevista a esposa de um fazendeiro na Namibia. Cortesia de CCF

Os programas do CCF incluem pesquisa e publicação de descobertas relacionadas a saude e genética das chitas; temos desenvolvido uma grande rede de informações sobre as chitas (umas das maiores espécies em extinção no mundo) que contém informação sobre saude, morfologia, genética, movimentos, escala e territorios das chitas. O CCF colabora com cientistas através do mundo em análises das informações. Além disso, temos estado trabalhando no censo da população de chitas da Namibia através de várias técnicas de pesquisas como o uso de armadilha de cameras e identificação de gatos individuais através do DNA encontrados.



Os programas de conservação CCF incluem ajuda a fazendeiros para reduzir a perda de rebanhos. Um de nossos programas inclui a reprodução e doação de Cães de guarda de rebanhos aos fazendeiro, que eu falarei com mais detalhes depois. O programa de treinamento de fazendeiros ensina sobre o papel de um predador no ecossistema e como continuar suas atividades usando técnicas amigas aos predadores, como ter uma estação concentrada de reprodução para o rebanho ou permitir a vida selvagem em sua propriedade assim os predadores nao sao tentados a pegar o gado.



Os programas de educação do CCF aumentam a consciencia sobre a internacionalidade das chitas. Localmente, ensinamos como viver com uma chita e outros aspectos de gerenciamento de recursos ambientais e naturais que são unicos na Namibia.






Mongabay: Quais sao as maiores ameaças as chitas onde o CCF trabalha?



Laurie Marker: De longe, a grande ameaça as chitas é a falta de habitat resultando no conflito da vida selvagem com os humanos. As chitas nao podem ser confinadas em reservas ou parques–seus territórios são muito grandes, e grande predadores como os leões e hienas geralmente competirão com eles roubando suas caças ou matando suas crias, resultando na mudança deles dessas áreas protegidas. Então mais de 90% dos leopardos são encontrados agora fora de áreas protegidas em fazendas de gado. Porque eles são caçadores diurnos, as chitas são mais visiveis que outros predadores, então eles recebem a culpa, sem considerar se foram ou nao culpados. E é legal matar um predador que matou seu gado. Então a maior parte do que o CFF faz é educar os fazendeiros sobre as maneiras que eles podem minimizar as ameaças a seus rebanhos. Com gerenciamento apropriado do rebanho, os fazendeiros podem eliminar suas perdas para os predadores. Mas é um longo processo para mudar tais fortes crenças.




Namibian fazendeiros recebendo seu futuros cães de guarda. Cortesia de CCF

Para que as chitas sobrevivam no futuro, precisamos criar grandes paisagens interconectadas que irao dar suporte a elas, suas presas e aos humanos. No momento a maioria das terras onde se encontram as chitas, terras do sul da Africa, divididas por cercas que proibem a migração. Eu sou uma forte proponente para o que é conhecido no sul da África como Conservancies, onde não há cercas nenhuma e os fazendeiros cooperativamente administram suas vidas selvagens. A organização na Namibia onde eu trabalho que é chamada de Conservancy Association of Namibia (CANAM), eu tenho sido a presidente dessa organização nos ultimos cinco anos. Nós entendemos que se quisermos que a vida selvagem africana sobreviva, nós precisamos mudar a cara da Africa e trabalhar em grandes áreas que não são cercadas, trabalhando com pessoas em cujas terras a vida selvagem e as chitas estão convivendo.






Mongabay: Qual sua previsão para as espécies?



Laurie Marker: Estabilizar a população de chitas é uma tarefa árdua. Além dos conflitos humanos, as chitas enfrentam um monte de outros obstáculos. Um deles foi uma morte em massa há aproximadamente 10.000 anos atrás e deixou apenas poucas chitas. Então dessa rasa associação de genes evoluiram as chitas de hoje que quase nao tem variação genética. Isso causou muitos problemas, incluindo anormalidades fisicas, baixa fertilidade e vulnerabilidade á doenças. Além disso, elas estão perdendo seu habitat para o desenvolvimento e desertificação. Mas eu acredito firmemente que nós podemos salvá-las, ou eu nunca teria me mudado para a África. Temos visto um numero enorme de matanças na maior parte da Namibia nos ultimos 18 anos, e conforme os proprietarios de terra se tornaram mais instruidos sobre a conservação da vida selvagem, muitos tem mudado suas atitudes sobre os predadores e na verdade trabalhado por sua sobrevivencia. Como modelo para os outros países onde vivem as chitas, nosso trabalho é agora ajudar o resto dos países a seguir esse exemplo.






Mongabay: É possível uma co-existência pacifica entre as chitas fazendeiros?



Laurie Marker: Sempre haverá fazendeiros que nunca mudarãos seu jeito de pensar sobre os predadores, mas temos muitos amigos fazendeiros que aprenderam como co-existir com as chitas. Muitos até as veem como recurso. Elas atraem o turismo, que ajuda a economia. Na Namibia, e ao redor da Africa, as conservancies estão se tornando populares. As Conservancies são sediadas nas vizinhanças das fazendas de rebanhos que tem ideias similares sobre como as propriedades podem ajudar a proteger a vida selvagem. As Conservancies tem um importante papel na restauração das rotas naturais de migração para a vida selvagem, e manter um equilibrio entre predadores e suas presas naturais. Então, enquanto eu ainda sinto um forte senso de urgência de que as coisas tem que mudar rapidamente, eu estou otimista de que as coisas vao mudar e de que eu estou tendo um papel ativo para que isso aconteça.



Para administrar cooperativamente seus recursos naturais; rebanhos e predadores; a CCF trabalha em conjunto com seus vizinhos na Waterberg Conservancy. Essa área de cerca de 400,000 acres de terra amida da vida selvagem e das chitas. Temos descoberto que uma geração mais jovem de fazendeiros na Namibia é mais tolerante com os predadores e chitas.



Hoje, muito mais pessoas vêem a chita como um recurso do que como uma praga.



Do centro da nossa área ao redor da Waterberg Conservancy, estamos trabalhando juntos com nossas comunidades de subsistencia local para desenvolver conservancies e temos desenvolvido uma área que agora é conhecida como o Grande complexo Waterberg e essa área tem quase 4 milhões de acres. Estamos ajudando a desenvolver isso numa área que pode se tornar a primeira conservancy de chitas e cães de vida selvagem na Africa.



Além disso, dirigimos uma fazenda de gado modelo que é usada como centro de ensino para centenas de fazendeiros da Namibia a cada ano. Praticamos o que ensinamos e temmos gado, cabras, carneiros, cães de guarda de rebanho, junto com um sistema integrado de vida selvagem de centenas de cabeça de antílopes, chitas, leopardos, e todas as outras espécies do ecossistema da Namibia.






Mongabay: A CCF dirige um interessante programa de cães de guarda de rebanho. Voce pode explicar como isso funciona?



Laurie Marker: As pessoas tem usado caes para guardar rebanhos de cabras por seculos. Apesar de ter caes para rebanhos na Africa, a maioria dos caes que eles tem nao sao caes de guarda e por isso sao muito pequenos para proteger o rebanho dos predadores como as chitas ou raposas. Após conduzir alguns anos de pesquisa dentro de causas da mortalidade de rebanhos na Namibia, Em 1994, eu iniciei o programa de Caes de Guarda de Rebanho da CCF, usando o Kangal (Anatolian Shepherd), uma raça de caes que tem sido usada na Turquia por milhares de anos para proteger ovelhas dos lobos. Esses cães era escolhidos dentre outras raças de caes de guarda por causa de suas habilidades para trabalhar sem supervisao em vastas áreas, são de pelagem curta facilitando o trabalho no quente e árido clima e são caes grandes e imponentes que latem alto para afastar predadoes em potenciais. O programa é designado a prover um método de controle nao letal de predadores que protege o rebanho dos fazendeiros sem prejudicar os predadores.




Kangal Cães de guarda em ação. Cortessia da CCF

Hoje, a CCF já reproduziu quase 300 filhotes de cães de guarda Kangal e os doa para fazendeiros.



A CCF reproduz, doa e monitora os cães de guarda de rebanhos. Os filhotes de cães são monitorados de perto pelos primeiros seis meses após a recolocação com pelo menos uma visita que inclui a atualização das vacinas; o inicio das vacinas e a neutralização sao feitas no CCF antes da recolocação. Além disso, o monitoramento inclui a investigação de perdas no rebanho em fazendas com e sem caes de guarda.



A CCF provê fundo de vacinação, neutralização e cuidados médicos, em particular, para cães em terras de subsistencia. O ideal seria o proprietario do cão prover todo cuidado após o cão ter sido doado. No entanto a CCF aprendeu que provendo esse nivel extra de suporte ela assegura o sucesso dos caes em locais onde talvez eles sejam mais uteis. Os cães são normalmente colocados onde os conflitos com as chitas são maiores.



O programa de Cães de Guarda de Rebanho da CCF tem gerado muito interesse entre os fazendeiros, rancheiros, comunidades, turistas e a midia desde seu inicio em 1994. No fim de 2007 havia mais de 130 caes de guarda trabalhando nas fazendas comericiais e comunidades da Namibia. Nas fazendas onde os caes estao trabalhando, as perdas de rebanho tem sido eliminadas ou reduzidas (fazendeiros tem relatado até 80% de decréscimo nas perdas com rebanho após o colocamento dos cães). O fardo de convencer um fazendeiro a nao matar ou machucar uma chita é grandemente reduzido quando o fazendeiro não vê a chita como uma ameaça a seu rebanho.






Mongabay: Como seu trabalho é recebido pelas comunidades locais? De quais maneiras as pessoas locais se beneficiam da conservação das chitas?



Laurie Marker: Porque a CCF tenta ajudar os fazendeiros que tem problemas com predadores, temos credibilidade com os locais. Não apontamos o dedo para pessoas que mataram chitas; pelo contrário, tentamos ajudá-los e torná-los nossos amigos assim eles pensarão duas vezes antes de matar outra chita. Tem funcionado extremamente bem. Sempre que dirigimos com nosso onibus de conservação das chitas ou qualquer outro veículo da CCF, as pessoas acenam para nós como se fossemos celebridades.



O Fundo de Conservação das Chitas gasta mais de $1.5 milhões anualmente na Namibia em salários, bens e serviços. A CCF emprega 45 locais da Namibia na sede de Pesquisa Internacional e Centro de Educação perto de Otjiwarongo. A CFF também dirige uma fábrica que pega ervas daninhas que estao destruindo o habitat das chitas, e as transforma em uma variedade de produtos, incluindo combustivel limpo chamado BushBlok. A planta acaba provendo empregos para mais de 30 locais.



Além disso, a CCF atrai milhares de eco-touristas que gastam dinheiro com bens e serviços enquanto estao no país. Através dos esforços da CCF nos ultimos 18 anos, Otjiwarongo éa gora conhecido como Capital da Chita do Mundo. A Namibia tem muito orgulho de sua vida selvagem.






Mongabay: Como podem as pessoas nos EUA ajudarem as chitas?



Laurie Marker: As a organização não-governamental, tudo que fazemos depende de doações. Eu daria tudo para não ter que pedir doações para salvar as chitas – mas sou apenas uma pessoa sem uma conta bancaria muito grande. Eu coloco minha vida toda no salvamento das chitas. As chitas não tem nada para comprar ou vender, não é um negócio, é uma espécie ameaçada. Eu sempre imagino o que as pessoas esperam das espécies ameaçadas. Como elas podem salvar a si mesmas? Elas precisam de ajuda humana.




Kangal vivo

Além das doações que mencionei antes, precisamos mudar a cara da Africa se quisermos assegurar a sobrevivencia das chitas. A CCF fará parcerias com qualquer e todos que quiserem ajudar a fazer essa mudança ocorrer o mais rápido possivel. Precisamos de parceiros que pensem grande;Coorporações americanas e de negócios trabalhando em países das chitas, por exemplo. Além disso, temos uma oportunidade de ajudar a CCF através do eco-turismo e estamos querendo parceiros para ajudar a desenvolver um campo de trabalho na CCF bem como ter a oportunidade de comprar mais terras, uma porção critica de terra, bem no meio da reserva da CCF.



Algumas das nossas iniciativas de negócios incluem certificação das fazendas de Conservancy para vender nossa carne como sendo amiga das chitas. Por exemplo, se conseguirmos levar adiante o projeto da Cheetah Country Beef project, o projeto pagará um preço premio para os fazendeiros que usarem praticas amigas dos predadores–o custo sera absorvido pelo consumidor da carne (na verdade algumas das melhores carnes do mundo, como a do gado são alimentadas em escala). Assim podemos restaurar o habitat através de um projeto de restauração de habitat que estamos fazendo com nossa BushBlok. É como uma ferramenta para ajudar a restaurar o habitat das chitas, novamente um caminho no qual o consumidor pode ajudar na sobrevivencia das chitas. Continuamos olhando para esses tipos de negócios onde os consumidores podem ajudar. Se alguem tiver alguma ideia, mande-a que iremos considerar qualquer coisa!






Mongabay: Voce tem alguma dica para aspirantes a conservacionistas?



Laurie Marker: Precisamos de muitos biólogos e conservacionistas, entao este é um tópico que mora no meu coração. Uma boa educação é a chave, apesar de Jane Goodall, Dian Fossey e eu termos aprendido a maior parte do que sabemos no próprio trabalho. O que todos os melhores conservacionistas e biologos tem em comum é a paixao pelo que fazemos, uma ultrapassagem necessaria para ajudar nossas espécies. É um trabalho de 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Entao se isso nao te assusta, entao ótimo! A CCF aceita voluntarios e internos e estamos tentando adotar futuros conservacionistas, tanto localmente quanto globalmente. Mas minha melhor dica seria nunca desistir. Isso é muito importante.




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