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Retórica Anti-ONG no Brasil, uma resposta desaprovação ambiental, diz Ministro do Meio Ambiente

Retórica Anti-ONG no Brasil, uma resposta desaprovação ambiental, diz Ministro do Meio Ambiente

Retórica Anti-ONG no Brasil, uma resposta desaprovação ambiental, diz Ministro do Meio Ambiente

pt.mongabay.com
Traduzido por Guilherme Valdemarin
24/10/2008





Acusações contra grupos estrangeiros que atuam na Amazônia brasileira são “exageros” para diminuir as críticas sobre os altos índices de desmatamento na região, diz o Ministro do Meio Ambiente em um encontro em Brasília.



Em discurso nesta quinta-feira durante o Encontro Global sobre Meio Ambiente Reuters, Carlos Minc afirmou que os membros do congresso e os militares estão exagerando o papel de estrangeiros no desmatamento da Amazônia bem como a possível ameaça que representam à soberania nacional.



“Eu acredito que estas acusações são exageradas. Existem algumas empresas e ONGs ligadas a biopirataria. Porém estas são uma minoria,” afirma o ministro. “hoje, infelizmente, a Amazônia é destruída em grande parte por brasileiros.”
“Geralmente, os grandes lobistas acusam ONG´s como o Greenpeace ou WWF porque estes não estão felizes com as críticas que tem recebido,” ele continua



O comentário de Minc vem seis meses após o Congresso Brasileiro ter proposto medidas para forçar estrangeiros – incluindo turistas – a se cadastrarem junto aos militares antes de qualquer tipo de incursão a Amazônia.


A sensibilidade do Brasil sobre os temas Amazônia e biopirataria não é nova. No final da década de 1950, seguido pela internacionalização da Antártida, Brasil começou a ficar preocupado sobre rumores sobre a internacionalização da Amazônia e deu início a algumas medidas para dominar o controle sobre a região. Para estabelecer presença na área e portanto, ter o direito de mantê-la como parte do território nacional, o governo brasileiro estabeleceu a Zona Franca de Manaus – uma espécie de área para fabricação isenta de tarifas – e promoveu agressivamente a migração de pessoas para o desenvolvimento da Amazônia, medidas estas que resultaram em um desmatamento de larga escala, principalmente nas décadas posteriores, de 1970 1980. O Brasil hoje assegura seus direitos sobre a região como bem entende. O Congresso brasileiro iniciou várias investigações alegando biopirataria realizada por pesquisadores que atuam na Amazônia, porém falharam inúmeras vezes ao tentar mostrar as evidências dos possíveis crimes. Teorias conspiratórias a parte, alguns pesquisadores acreditam que as investigações são apenas uma desculpa de interesse desenvolvimentista para gerar críticas e oposição aos esforços de conservação da maior floresta equatorial da Terra.



“Brasil perdeu muito dinheiro e poder intelectual devido às tentativas fracassadas de proteger a biodiversidade de interferência internacional,” diz Philip Fearnside, pesquisador do INPA a revista Nature, seguido da prisão ano passado do Dr. Marc Van Roosmalen, um proeminente pesquisador brasileiro de primatas e do conservacionismo. Van Roosmalen foi solto após a opinião pública internacional ter condenado sua prisão e clamado por revoltas e desobediência civil pelos cientistas.



“Van Roosmalen é um caso específico, que, quando inserido em um contexto maior, demonstra a tristeza pelo país,” afirma para a revista Nature Leandro Salles do Museu Nacional do Rio de Janeiro após o incidente. “Segundo as leis atuais, pesquisadores são tratados como criminosos potenciais.”








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