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Grupo adota abordagem de investimento de risco para conservação

Grupo adota abordagem de investimento de risco para conservacao

Grupo adota abordagem de investimento de risco para conservação

Rhett A. Butler, pt.mongabay.com
Traduzido por Fábio Perecin Foltram
03/10/2008





Um grupo inovador se utiliza do modelo de investimento de risco para salvar algumas das espécies mais ameaçadas da natureza, simultaneamente trabalhando para que comunidades locais sejam beneficiadas pelos seus esforços de conservação.



A WCN- Rede de Conservação da Vida Selvagem, uma organização baseada em Los Altos, Califórnia, trabalha para proteger espécies ameaçadas focando no que ela chama “Empresário da Conservação”, pessoas que tem paixão pela salvação da vida selvagem e possuem idéias para realizá-las. Após um rigoroso processo de revisão para identificar e selecionar projetos que terão o maior impacto na conservação nos Países em desenvolvimento, WCN Fornece a esse conservacionista suporte para a arrecadação de fundos e suporte administrativo, tecnológico e acesso para sua rede de pessoal e de recursos.


Charles Knowles acompanhado de Pigmeus Mbuti que fazem parte do staff do Projeto de Conservação Okapi na República Democrática do Congo. © WCN

“Procuramos por aspectos bem específicos,” disse Charles Knowles, um engenheiro aposentado do vale do silício que é co-fundador da WCN em 2002. “Esses conservacionistas devem viver e trabalhar no campo com foco em espécies ameaçadas, praticar uma integração e envolvimento constante com a comunidade local e enfatizar ações de conservação ao invés de pesquisas somente. Nós e nossos doadores estamos interessados em resultados que signifiquem a salvação de espécies enquanto sustentamos comunidades locais.”




O modelo do Vale do Silício



WCN enfatiza na construção de uma rede de negócios, identificando “selvagens” na conservação, e o uso de tecnologia é uma abordagem similar à qual muitas empresas de capital de risco financiaram ao gosto de Yahoo, eBay, Google e Cisco. O grupo gerencia as ajudas com 93% das doações indo para os programas e encoraja seus parceiros –atualmente atuando em 15 países- a fazer o mesmo.


Dr. Rodney Jackson da Agência conservadora do Leopardo da neve instalando um colar rádio-comunicador em um leopardo da neve

“ Como suas contra-partes nos negócios, empresários conservacionistas são criativos, proativos e audaciosos ao tentar diferentes estratégias,” explica Knowles. “Sua paixão e comprometimento com a preservação da vida selvagem os compele a aceitar projetos de conservação em áreas que o público em geral acha muito arriscadas ou desafiadoras.”


“Empreendedores dedicados que sabem como trabalhar com orçamentos apertados.” Ele acrescentou. “ Além do mais, os custos de trabalhar com nativos são baixos, e quando os conservacionistas treinam locais para interpretarem papéis importantes na educação de conservação e gerência da vida selvagem, eles fazem uma contribuição valiosa para a economia local enquanto se asseguram que a ética conservacionista se torna parte da comunidade.”



Stacey Iverson, Gerente de Programas da WCN, diz que Proyecto Titi na Colômbia exemplifica os benefícios que as estratégias podem trazer a uma comunidade. O projeto foca no Tamarin de cabeça de algodão, uma carismática mais ameaçada espécie que corre risco pela captura para o mercado local de animais de estimação, perda de habitat, e sacolas plásticas que se acumulam em seu habitat e se tornam um risco para a saúde dos curiosos tamarins.


Seis dos membros fundadores da ASOARTESANAS mostram suas eco-mochilas orgulhosos.
© WCN



Greg Rassmussen da Conservação dos Cães pintados praticando um tratamento médico em um Cachorro Selvagem Africano

“Proyecto Titi desenvolveu um programa que não só protege os Tamarins e seu raro habitat, mas também transforma o lixo plástico em uma valiosa fonte de renda para a comunidade local,” Ela disse. “O programa recruta mulheres das comunidades locais para criar belas bolsas das sacolas de plástico. O projeto da Eco-mochila tem sido um sucesso com mobilização constante, criando renda e instalando orgulho na comunidade. Este pequeno macaco se tornou um símbolo homenageado nos muitos festivais e festas da comunidade.”



Eve Schaeffer, outra gerente de programa da WCN, diz que outro projeto no Zimbábue, que transforma armadilhas de cabos em arte, pagou somas similares a comunidades locais enquanto se levantava o perfil de um dos mais ameaçados canídeos do mundo.
“Conservação do Cão Pintado transformou uma ameaça mortal á vida selvagem em um investimento de sucesso para os moradores.” ela explica. ”O grupo iniciou as Artes Iganyana ( a palavra local para cão pintado) para ajudar o desenvolvimento econômico da comunidade local identificando,encorajando e treinando indivíduos talentosos para criar artesanatos para o mercado interno e externo. O material básico para estas esculturas é o arame das armadilhas, que são esculpidos em animais de arame impressionantes que são vendidos por centenas de dólares.”



Geralmente subestimados, pequenos felinos selvagens são importantes e ameaçados: Uma entrevista com o especialista em pequenos felinos selvagens Dr. Jim Sanderson


Dr. Jim Sanderson, um cientista da Aliança de Conservação dos Pequenos Felinos e Agência Conservacionista Internacional, está trabalhando para salvar alguns dos felinos mais raros do mundo, incluindo o Gato Andino e o Guigna da América do Sul e os gatos malhado, de cabeça-chata e da baia do Sudeste da Ásia.

WCN também se utiliza da abordagem de investimento de risco quando se trata de marketing e levantamento de fundos, usando “Road-shows” que permitem conservacionistas a interagir diretamente com apoiadores e potenciais doadores. Por exemplo, em agosto, Jim Sanderson da Aliança de Pequenos Felinos direcionou seus esforços para proteger a espécie mais ameaçada de Pequeno Felino do mundo para uma empolgada platéia em uma receita reunião em Los Altos. O evento arrecadou mais 70 mil dólares para o trabalho de Jim.



Numa maior escala doadores também têm a chance de conhecer e conversar diretamente com cientistas de campo na Exposição anual da WCN todo Outubro. O evento deste ano, que se dará em São Francisco em 4 de Outubro, trás 18 Conservacionistas, incluindo experts em elefantes, tigres, chitas, gorilas e outras espécies altamente ameaçadas.


Iain Douglas-Hamilton da Save the Elephants © Save the Elephants

“Entusiastas da vida selvagem admiram este evento porque eles podem conhecer pessoalmente os cientistas que eles vêm na TV e que lêem nas revistas.” Disse Akiko Yamazaki, Co-fundadora da WCN, que completa dizendo que os doadores gostam de poder designar o destino de suas doações.



“Seja para proteger o okapi na República Democrática do Congo, conservar o Lobo-Guará da América do Sul ou ajudando tigres na Sibéria, 100% de cada doação pode ser designada para a conservação de uma espécie específica.” diz ela.



Bill Miller, um empreendedor antigo e ex-Vice-Presidente e Reitor da Universidade de Stanford, concorda.



“O contato pessoal com conservacionistas de campo ajuda o doador a ver que seu dinheiro está sendo eficientemente utilizado.”



Conexões de investimento geram outros benefícios para as comunidades locais



Além de contribuições financeiras, conservacionistas se beneficiam da associação da WCN com os investidores do vale do Silício. Na Exposição WCN de 2003, Rebecca Klein da Associação de conservação da Chita de Botsuana mencionou a dificuldade representada por uma falta de energia em sua área de estudo. Ouvindo isto, Stephen Gold, um defensor da energia solar levantou uma doação de equipamentos no valor de mais de 350 mil dólares para alimentar projetos no Quênia, Zimbábue, Etiópia e Botsuana. Pesquisadores agora alimentam seus computadores utilizando o Sol ao invés de barulhentos geradores a diesel, enquanto membros da equipe e suas famílias têm eletricidade.



Outra ligação da WCN habilitou o grupo a oferecer testes, aconselhamento e tratamento de AIDS em áreas cujo serviço ainda não estava disponível, Outro programa garantiu escolas em comunidades locais que representam o futuro na conservação.

Charles Knowles com Dr. Laurie Marker do Fundo de Conservação da Chita na Namíbia.
© WCN




“Estes pioneiros em conservação liderarão esforços para criar futuros sustentáveis para espécies ameaçadas nas regiões mais perigosas e isoladas do mundo.” Diz Knowles. “Uma escolaridade dá requisitos para uma educação superior e treinamentos aplicados para promissores conservacionistas no local. Ajudam nativos trabalhando com a comunidade ajudando-os a desenvolver cooperativas e soluções inovadoras para promover a co-existência entre os humanos e a vida selvagem.”



A Exposição da WCN acontece dia 4 de Outubro no Centro de Conferência Mission Bay em São Francisco.








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