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Tribos Amazonenses Pré-Colobianas viveram em “cidades de jardins” sustentáveis

Amazonenses pré-colombianos viviam sociedade ‘urbana’ sustentável

Tribos Amazonenses Pré-Colobianas viveram em “cidades de jardins” sustentáveis

mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
19/9/2008



Pesquisadores descobriram nova evidência para apoiar a teoria controversa de que parte da Amazônia era abrigo para densos estabelecimentos “urbanos” antes da chegada dos europeus no século XV. O estudo publicado nessa Sexta- feira no jornal Science.



Conduzindo escavações arqueológicas e e imagens aérias de uma série de locais na região do Alto Xingu da Amazonia Brasileira, uma equipe de pesquisadores liderados por Michael Heckenberger descobriu evidências de um padrão em rede de cidades deof 150-acrees e vilas menores, conectadas por uma rede de estradas complexas e arranjadas em volta de grandes praças onde rituais públicos aconteceriam. Os autores argumentam que as descobertas indicam que parte da Amazonia dava suporte á sociedades “urbanas” baseadas em torno da agricultura, admnistração da floresta, e cultivo de peixes. Heckenberger e colegas escrevem que a estrutura desse estabelecimento de sociedade é similar áquelas encontradas em outras regiões florestais, ao invés de metrópolis centralizadas do Egito e da Mesopotamia.



Uma vila Kuikuro contemporânea na Floresta Amazonica. Image © Science/AAAS




Kayapó shaman. Os Kayapó são uma tribo Xingu que vive na região.

Os pesquisadores dizem que apesar de que nenhuma das cidades descobertas eram tao grandes quanto as enormes cidades gregas e medievais, elas tinham caracteristicas — incluindo uma “estrada formal idêntiica, sempre orientada do nordeste para o sudoeste mantendo o sostício de verão do meio do ano, conectado á praça centra” — indicativa de “planejamento regional e organização politica que são indicações de uma sociedade urbana,” de acordo com afirmação da Universidade da Flórida.



“Essas não são cidades, mas sim um urbanismo, construido em volta de cidades,” disse Heckenberger. “Eles tem um planejamento memorável e auto-organização, mais até do que alguns exemplos clássicos do que as pessoas chamariam de urbanismo.”



Lições para o correto uso da terra na Amazônia



Os autores sugerem que as antigas sociedades Amazonenses podem fornecer insights para os esforços dos dias modernos para o uso sustentável da região, que está rapidamente sendo desmatada pelo cultivo da soja industrial e fazendas de gado. Por exemplo, ao invés de monoculturas extensivas que sao sensiveis ás circustancias inclementes e estão em constantes riscos de pestes, um uso mais inteligente da terra poderia ser moldado nas “cidades-jardins” dos indígenas Amazonenses, onde uma mistura resiliente da agrosilvicultura e aquicultura mantém e até aumenta a diversidade biológica, enquanto fornece nutrição para a população local.



Uma represa moderna de Kuikuro, usada para ajudar os peixes (fonte primária de proteina dos Kuikuro) em redes submersas. Afukaka Kuikuro, um dos autores do trabalho, é um membro da Kuikuro, povos indígenas Amazonenses que são descendentes dos habitantes originais. Image © Science/AAAS

“Nossas descobertas enfatizam que compreender a mudança a longo termo em sistemas humanos-naturais tem implicações críticas para questões da biodiversidade, resiliência ecológica, e sustentabilidade,” escrevem os autores. “Terras locais de uso semi-intensivo fornece estratégias ‘caseiras’ de recurso de administração que estão em consideração em atuais modelos e aplicacões de tecnologias importadas, incluindo restauração de áreas de florestas tropicais. Isso é particularmente importante em áreas indigenas, que constitue mais de 20% da Amazonia Brasileira e ‘são atualmente a barreira mais importantedo desflorestamento.'”



“O reconhecimento das complexas formações sociais, tais como aquelas do Alto Xingu, enfatiza a necessidade de recinhecer a história, os direitos culturais, e preocupações dos povos indigenas—os arquitetos originais e administração contemporanea dessas paisagens antropogênicas—em discussões sobre o futuro da Amazonia.”



Heckenberger e seus colegas primeiro anunciaram a descoberta dos estabelecimentos em um trabalho publicado na Science em 2003. A pesquisa contribuiu para um debate ao vivo sobre a densidade populacional humana pré-colombiana na Amazonia. Enquanto a maioria dos especialistas acreditam que a maioria dos estabelecimentos da Amazonia ás encostas dos rios dos grandes rios e que o volume da região era escarçamente populada, alguns argumentaram que a floresta pode ter apoiado muito mais populações do que se imaginava.



Apesar da controvérsia, é cada vez mais claro que pelo menos algumas partes da Amazonia abrigou sociedades sendentarias e importantes de grande complexidade. Essas sociedades produziam cerâmica, desmatavam porções da floresta para a agricultura, e administravam a floresta para otimizar a distribuição de espécies uteis.



[esquerda] Sul (Kuhikugu) conjunto (linhas que se chocam são projetadas de mapeamentos das vilas); [direita] Norte (Ipaste) conjunto de locais. Sistema de Posicionamento Global (GPS)-terraplanagem mapeadas são denotadas por linhas vermelhas para estradas e e linhas pretas para valas em (B) e (C). Pronunciado “cicatriz” atropogênica é encontrada ao redor de áreas de locais pré-históricos. Images © Science/AAAS



Registros arqueológicos sugerem que centros “urbanos” da Amazonia datavam entre 1250 e 1650 A.D. O fim deles foi a chegada dos Europeus, que introduziram doenças que pode ter dizimado 90 por cento da população indígena no primeiro contato. Nos próximos séculos, guerra e escravisão nas mãos dos europeus diminuiu populações nativas. Suas cidades, vilas, rede de estradas, e praças elaboradas foram recuperados pela floresta, deixando pouco traço de sua existencia.



Michael J. Heckenberger et al (2008). Urbanismos pré-colombianos, Paisagens Antropogênicas, e o Futuro da Amazonia. SCIENCE 29 de Agosto 2008 VOL 321




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